Alertas para um Et que na Terra ousar Pousar - Marly Cartaxo Garcez


Sem querer querendo a última leva de resenhas têm tido um assunto em comum, os extraterrestres, não foi algo planejado, simplesmente aconteceu, eles chegaram todos juntos praticamente, e talvez isso tenha um motivo oculto que eu ainda vou descobrir rs! Pensamentos a parte mais um que se enquadra no tema é Alertas para um Et que na Terra Ousar Pousar, da autora brasileira Marly Cartaxo Garcez, da editora Schoba.

Uma mulher que vivia sozinha entre suas plantas, criando essências e cultivando seus aromas em uma noite de colheita se depara com uma visita inesperada, um ser do espaço humanoide que a aborda querendo saber sobre a raça humana. Uma missão que se mostra difícil tanto para ela que é apenas uma solitária quanto para o et que não compreende tanta incoerência nos homens. No fim será que eles aprenderão um com o outro quando suas almas conseguirem conversar?

A sinopse é assim simples, a proposta é assim básica mesmo, mas é bem ousada, porque a autora aborda nesses diálogos sucessivos entre a dupla que dura alguns dias questões existências como a criação do mundo, a dualidade, mentira, intenção, destino e etc. Se o leitor nunca se demorou em pensar a respeito vai acabar percebendo que somos uma raça bastante incoerente entre o que desejamos e o que fazemos, mais ainda para o que precisamos.

O et é como um espelho para mulher que permite que ela veja quanto daquilo que ela leu, viu e viveu como verdade se mostra como completamente superficial e desnecessário. Ela passa o livro todo se achando incapaz da missão de ensinar a ele como funciona o ser humano, e repete a exaustão isso. Embora seja adulta ela tem um comportamento as vezes infantil diante dele, e aos poucos vai fugindo da realidade para se focar apenas nos seus encontros.

O et é um pouco arrogante, embora saiba muito mais que a mulher acredita que o ser humano não é capaz de compreender nenhuma informação que possui, e também repete continuamente que não está na Terra para ajudar a mulher ou falar sobre o universo, o que eu acho que acabou sendo um pouco de desperdício do personagem que poderia alimentar melhor o diálogo.

A narrativa da autora é feita em terceira pessoa, sob o ponto de vista da mulher. É visível a mudança que se dá ao longo do livro, que tem seu início repleto de ' ele disse, eu disse' para diálogos mais soltos e fluídos. Ela também soa bastante repetitiva quando por exemplo a mulher compartilha seu conhecimento dizendo que "leu em um livro", ela diz isso muitas vezes. Esse problema da repetição segue até a metade do livro mais ao menos. Outro detalhe que atrapalha é a falta de travessão nos diálogos que por vezes se perde nos pensamentos da mulher, e isso torna a compreensão ruim.

É bastante interessante a abordagem que ela faz do destino quando o classifica em diversas interpretações, e permite uma viagem ao pensamento humano a repeito. Mas senti falta de maior humanidade da mulher que se foca apenas em filosofar, e não fala de si. Isso torna a estória distante e menos envolvente, visto que não permite conexão com a personagem.

Alertas para um Et que na Terra ousar Pousar é mais um discurso filosófico do que uma história e nos coloca diante de questões existências, qual nosso lugar no mundo e como eu o enxergo? Sou dona dos meus atos ou existe uma força maior que controla o meu destino? Perguntas sem respostas, mas que precisam sempre ser alimentadas.




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Um comentário:

  1. Oi, Bruu! Tudo bem? Realmente, calharam várias leituras que, de alguma forma, falam de extraterrestre! Curiosa por esse motivo oculto. Dizem que o acaso não existe! Miquilis! ;)

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