Inferno – Abandono #02 – Meg Cabot

>> Mesmo que esta resenha seja da continuação de “Abandono” (clique no título para ler a resenha), vocês podem lê-la tranquilamente porque não há nenhum tipo de spoiler, nem deste, nem do primeiro volume.
Pierce Oliviera tem dezessete anos e já vivenciou uma experiência de morte, que por acaso é bem diferente do que as pessoas acham, e conseguiu a sorte de poder voltar à vida. Mas agora ela está apaixonada pelo senhor do Mundo Inferior, o imortal John Hayden, que a levou para viver com ele depois de experiências traumatizantes no livro anterior.
John a mantém ali com ele para protegê-la de todo o mal, inclusive das Fúrias, que querem usá-la por pura vingança contra ele, mas talvez ele tenha alguns outros motivos mais pessoais para deixá-la por perto. Só que, apesar de Pierce estar longe do perigo iminente, todos que ela ama não estão. E Isla Huesos, onde eles vivem, guarda mais segredos obscuros do que todos poderiam supor. Agora que um dos membros mais queridos de sua família está precisando de sua ajuda, ela vai ter que convencer John a voltar para o mundo real para salvá-lo antes que seja tarde demais.
Esse foi, em minha opinião, definitivamente, o pior livro da Meg e totalmente desnecessário! Os personagens estavam péssimos e nada aconteceu em 99% do tempo. Achei muito chato e irritante o fato do John manter Pierce como prisioneira para o bem dela, mentir sobre diversas coisas e ela nem mesmo ficar triste ou chateada com ele! A submissão de Pierce está MUITO evidente, John manda em tudo como se fosse seu dono e ela obedece quase (quase MESMO) o livro inteiro, o que foi bem chato. Além disso, cadê a força deles? A vontade de lutar para encontrar uma saída? Não, aqui eles só querem se esconder das Fúrias e qualquer outro perigo existente pela eternidade e acham que este é um bom plano.
Apesar de não ter gostado do livro de maneira geral, há muitos pontos positivos também. Como, por exemplo, a narrativa de Meg é gostosa, rápida e envolvente, além de ser bem humorada, e, quando percebemos, já chegamos ao final do livro sem nem sentir. A obra apresenta um clima bem sombrio, mas que é apresentado com muita leveza, característica da escrita da autora. E ela sabe nos introduzir nos acontecimentos anteriores de forma fácil e natural, sem ficar forçado e nos ajudando a lembrar, mesmo que o tempo de leitura entre o primeiro e o segundo livro seja grande.
Os personagens principais mantém suas características pessoais e são divertidos, mas não consegui ver muito amadurecimento de nenhum deles, nem mesmo de John com todos aqueles anos de existência. Também surgiram alguns novos personagens neste volume que deram um gás a mais na história porque são engraçados e importantes na trama.
Acho muito legal a ideia de Cabot de pegar o mito de Perséfone e Hades e fazer uma nova versão, jovem e mais descontraída, com aquele jeitinho dela de criar e contar histórias. Neste volume sabemos algumas coisas a mais do original, inclusive aquelas que são “verdadeiras” e que vão acabar modificando ou sendo muito importante na vida dos personagens criados por ela. Este volume também revela bastante do passado de John, o que nos ajuda a entender o presente e a situação como um todo.
Quando o livro estava se encaminhando para o final (e eu agradecendo porque realmente queria acabar logo) é que as coisas foram melhorar, já que Pierce conseguiu convencer John de que precisava ajudar o primo, mesmo que já não houvesse mais tempo. Então eles acabaram descobrindo coisas realmente muito importantes que vão mudar totalmente o rumo da história.
Mesmo não tendo gostado deste volume e o achado um desperdício, tenho vontade de ler o último porque curti bastante a leitura do primeiro e quero ver como será o desfecho desta história criada por Meg Cabot, que definitivamente sofreu a maldição do segundo livro, mas não quer dizer que não possa fechar bem no próximo, último da trilogia.
O título original é “Underworld” e não sei o motivo de a Galera Record ter optado por traduzi-lo como “Inferno”, já que, na trama, o sentido do mundo inferior para o qual Pierce vai (e onde John vive) não tem tanto a ver com a tradução nacional, se fosse uma tradução mais literal, Submundo, teria ficado milhões de vezes melhor e mais conivente com o enredo.
A capa é legal porque segue a ideia da primeira, mantendo um certo padrão para a série, além de transmitir todo o clima do livro, mas não gostei dela tanto assim e, se não fosse pelo nome da Meg ali em cima (e o fato de ter lido o primeiro), provavelmente eu nem teria tido vontade de lê-lo. Acho que isso se deve ao jogo de cores no tom azul, eu gosto muito da cor, sendo uma das minhas preferidas, mas ficou sem graça demais nesta capa. Talvez, se a menina e o braço do rapaz estivessem em cores normais, eu teria gostado mais. Por outro lado, a diagramação interna está bem feita, em todo início de capítulo há um trecho de Inferno, de Dante Alighieri, com um detalhe gráfico abaixo, e todo o texto está com fonte e espaçamento confortáveis para uma leitura por um período maior de tempo sem cansar a vista, além de contar com folhas amarelas.
Eu realmente adoro os livros de Meg Cabot e ela também é uma das autoras de quem mais gosto, uma pena que este volume não me agradou, inclusive foi o que menos gostei entre todos os títulos que ela escreveu e que li (que foi a maioria dos publicados no Brasil).
Recomendo esta obra para aqueles que leram e gostaram de “Abandono”, já que este volume é uma ponte entre o primeiro e o terceiro livros desta trilogia. Só adianto que não acho que devam ir esperando uma história magnífica que vá prender seu fôlego ou ficar desejando por mais, porque isso não acontece.
Avaliação



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Um comentário:

  1. Não fiquei com vontade de ler este livro. É tão chato quando uma autora cai na maldição do segundo volume e a história não evolui, né? E uma pena também, porque Meg Cabot é uma ótima autora. Também não sou tão fã assim desta capa não. kkk Beijinhos

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