Minha Vida daria um Filme – Simona Toma

Toni (de Antonia) é uma italiana de 18 anos que vive em Milão com a família e dois animais de estimação bem doidos que causam bastante bagunça pela casa. Além disso, ela tem duas melhores amigas, Clementina e Matilde, com quem vai viver um verão incrível e bem agitado.

Tudo começa quando Toni conhece, por acaso (ou seria o destino?) Filippo, por quem logo sente uma atração inexplicável e parece que ele também está interessado nela. A maior coincidência que ocorre é que estão gravando um filme no seu colégio e ele é justamente o assistente de direção.

O melhor de tudo é que vai haver audições para figurantes do filme e é claro que Toni resolve tentar a sorte, carregando suas duas amigas com ela. Depois dos testes, cada uma consegue um papel e agora vão viver em meio a sets, atrizes neuróticas, figurinistas paranoicos e um diretor temperamental, tudo isso regado a cenas divertidas e muito romance. Só resta para Toni perceber o que é ficção e o que já passou para a realidade.

Este livro foi um dos últimos lançamentos da Editora Fundamento e eu logo me encantei pela capa e mais ainda pela sinopse. Quando a fofa da Karla, que cuida das parcerias com os blogs, me disse que eu ia gostar da protagonista por conta de sua personalidade engraçada, eu fiquei ainda mais empolgada com a leitura e resolvi me jogar nela. E não é que adorei?

A narrativa é em primeira pessoa feita pela protagonista Toni, que é super divertida e animada e passa por algumas situações constrangedoras e bem engraçadas, e leva tudo na boa. Gostei bastante dela, inclusive no começo de seu relacionamento com Filippo ela agia de forma bem madura e tal, só depois que ela me irritou um pouco porque não conseguia enxergar o que ele estava fazendo com ela, apesar de que eu não a julgo, afinal a paixão pode acabar deixando as pessoas “cegas” para o óbvio.

Confesso que no começo os nomes dos personagens me confundiam e eu sempre tinha que parar para relembrar quem era quem, acho que isso acontecia por causa deles terem uma sonoridade semelhante entre si e eu não estar acostumada com eles, já que são típicos italianos e geralmente leio livros/assisto séries e filmes brasileiros, americanos ou ingleses.

Gostei demais de todo o clima do livro, que tem como cenário, em vários momentos, sets de filmagem do filme que estão gravando no colégio das meninas. Eu realmente gosto destas coisas de ‘behind the scenes’ e é sempre gostoso poder acompanhar este outro lado das câmeras, principalmente através dos olhos de alguém carismática como Toni que, junto com suas amigas, acaba indo participar das gravações. Além disso, foi ótimo ver Toni descobrindo que roteiros podem ser mais importantes em sua vida do que ela jamais chegou a cogitar.

A leitura é rápida e fluida e, depois que a gente se adapta com algumas diferenças do que estamos acostumados, ela se desenvolve ainda melhor, além de ser bem envolvente, leve e gostosa de ser acompanhada.

Uma personagem que eu não gostei nada foi a Matilde. Ela é chata e mimada e não sei como alguém pode ser amiga de uma pessoa que só faz comentários infelizes que tem o intuito de implicar, entristecer, chatear, magoar e, às vezes, até humilhar o ouvinte, só pelo simples fato de que ela não concorda ou não gosta do que a outra pessoa diz ou de como ela pensa ou age. E faz isso principalmente com suas melhores amigas!

Clementina é outra de suas melhores amigas e eu gostei bastante dela, só acho que poderia ter agido diferente em relação a uma decisão sobre o seu relacionamento, já que na verdade ela nem pensou direito (ou não se importou com isso), não que tenha afetado o namorado mesmo, já que ele também nem ligou para o ocorrido, mas ainda assim. Fora isso, ela é uma personagem ótima, fofa e uma amiga de verdade. Também gostei bastante de conhecer a família divertida de Toni, sua mãe, seus avós e seus animais de estimação roubaram a cena várias vezes.

Teve um tipo de triângulo amoroso que não foi para a frente porque ela só teve envolvimento com uma das pontas, mas eu não gostei muito dele e estava torcendo pelo outro (como sempre) e fiquei meio decepcionada, depois de alguns acontecimentos, que nada tenha rolado entre os dois.

Só acho que o final deste livro ficou meio que em aberto para alguns pontos e eu não consegui descobrir se vai ter continuação porque eu não falo ou leio italiano e não encontrei esta informação em alguma língua que eu entenda (até tentei usar o translate, mas acho que nem ele sabe italiano direito, pelo menos não para traduzir para o português hahaha). Mas vou torcer para que tenha, sim, porque acho que precisa de uma sequência para ficar mais completo.

Adoro esta capa, que é uma versão adaptada da original e tem tudo a ver com o conteúdo, além de ser muito fofa e chamar bastante atenção por conta do tom de rosa forte. A Editora Fundamento está de parabéns pelo trabalho na versão impressa do livro, com alto-relevo mais verniz localizado no título, nome da autora, nas pipocas e nestas florzinhas, dando um charme a mais quando a vemos ao vivo. A diagramação interna também está muito bem feita, a fonte não é muito grande, mas não atrapalha a minha leitura, e o espaçamento está confortável. Além disso, este exemplar apresenta páginas amarelas, o que os leitores preferem.

Indico “Minha Vida daria um Filme” para todos os leitores que buscam uma obra descontraída, alegre e divertida, com uma protagonista carismática, algumas confusões e várias risadas!

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