Minimaginário de Andersen – Katia Canton

A primeira coisa que eu reparei neste livro lindinho foi a beleza da edição impressa, porque a obra possui capa dura com um parte vazada no centro, onde aparece o Soldadinho de Chumbo, dando um efeito muito maneiro. Além disso, a capa é trabalhada com detalhes fofos em baixo relevo que a deixam ainda mais bonita.
Esta obra reúne sete contos que, pelo título, já sabemos terem sido criados pelo famoso Hans Christian Andersen, cujo talento de contador e improvisador de histórias o levou à fama e a vários lugares do mundo. Ele é considerado o primeiro autor moderno dos contos de fadas, já que não apenas adaptava histórias da tradição oral, mas, sim, inventava seus próprios enredos. Chegando a um total de cento e cinquenta histórias escritas, sendo apenas quinze delas recontos, todas foram publicadas em livros e traduzidas para muitas línguas, resultando no maior acervo de literatura infantil que herdamos. Seu nome, inclusive, ganhou uma homenagem e representa o prêmio mais importante da literatura infantil mundial.
Os contos são, na ordem de apresentação: “Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Vendedora de Fósforos”, “O Rouxinol”, “A Pequena Sereia”, “Os Sapatinhos Vermelhos”, “Patinho Feio” e “Polegarzinha”. Eu já conhecia todos eles, mas cada vez que leio novamente, sinto algo diferente das outras vezes e isso é muito especial. Principalmente levando em consideração as belíssimas ilustrações que acompanham cada história e fazem, elas próprias, nossa imaginação correr solta.

Ainda na edição, antes dos contos há uma ‘Apresentação’ sobre esta obra, onde a autora também fala um pouco sobre Andersen, e depois dos contos há três mini biografias, uma sobre o próprio Andersen, outro sobre a Katia Canton e o último sobe o ilustrador Salmo Dansa.

Na ‘Apresentação’, Katia Canton nos conta uma pequenina biografia de Andersen, e nos diz que o autor criava textos inéditos que nasciam em sua imaginação e que, inclusive, tinham semelhanças com algumas coisas que ele próprio vivenciou e com pessoas que conhecia, principalmente as humildes e/ou consideradas diferentes. Em seguida ela faz breves comentários sobre as histórias escolhidas para este livro, dando ênfase ao fato de estas narrativas demonstrarem “enorme valor humano desses seres de aparência diminuta, fraca, pobre e diferente da maioria – tal como era o próprio Hans Christian Andersen.” E diz que “São, de fato, uma espécie de espelho narrativo do autor”.

Os contos escolhidos para fazer parte desta antologia estão em sua versão original, ou seja, nem sempre terminam em final feliz e alguns têm desfechos diferentes do que as pessoas estão acostumadas, principalmente porque outras versões existentes no mundo, sendo as principais as da Disney, são mais floreadas para produzir um final agradável. Mas, nem por isso, as histórias de Andersen deixam de ser belas ou passem boas mensagens, elas simplesmente são mais realistas.

Das sete histórias selecionadas, minha preferida é “Polegarzinha” e a que eu menos gosto é “A Pequena Vendedora de Fósforos”, simplesmente porque é muito, muito, muito triste e parte meu coração todas as vezes que leio. Particularmente prefiro histórias felizes, mas os que têm um gosto contrário ao meu e adoram as tristes e desoladoras vão se emocionar com esta última.

O artista carioca Salmo Dansa se inspirou nos personagens pequeninos e escolheu materiais reais também diminutos para criar suas ilustrações com o intuito de transformar “objetos comuns em pequenas joias”. Além disso, cada conto foi ilustrado com ideias exclusivas sobre ele, ou seja, ele escolheu objetos específicos que lhe remetiam a ideia de cada história individualmente. Por exemplo, rótulos de latas de sardinha e pequenos pedaços de CD para compor “A Pequena Sereia”, solas e sapatos de couro para “Os Sapatinhos Vermelhos” e por aí vai. Então os apetrechos escolhidos para cada conto é diferente dos demais, transformando todo trabalho em algo único e muito especial.

A edição física do exemplar está muito linda! Como comentei antes, a capa é dura e tem detalhes que a tornam ainda mais bonita, e vocês podem confirmar isso olhando para as fotos que tirei para complementar este post. O formato é diferenciado, com 12.30 cm x 16.60 cm, que permitiu que as imagens de Salmo fossem replicadas nas páginas em seus tamanhos originais. As folhas do miolo são em um papel de ótima qualidade, assim como a impressão das ilustrações, com cores intensas e realistas. O texto está com fonte e espaçamentos confortáveis para uma leitura bem fácil e agradável.

Para aqueles que adoram livros voltados para o público juvenil que trazem contos originais com a dura realidade da vida, cheia de altos e baixos, com momentos bons, outros ruins, com alguns finais felizes e outros insuportavelmente tristes, mas todos belos, emocionantes e com mensagens inspiradoras, sempre enfatizando a força e o valor humano, esta é uma ótima indicação.

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