Passarinha – Kathryn Erskine

Desde que vi que este título iria ser lançado pela editora Valentina aqui no Brasil, fiquei morrendo de vontade de ler esta história. Eu já tinha escutado falar dela por conta de sua versão original, mas como ainda não tinha lançado em português fiquei adiando esta minha leitura, já que sou bem lerda para ler em inglês. Agora que li a tradução nacional (que por sinal foi muito bem feita), venho contar para vocês todas as minhas opiniões a respeito desta obra escrita por Kathryn Erskine.

Em “Passarinha” conhecemos Caitlin, uma jovem que é portadora da Síndrome de Asperger, por conta disto, para ela, é muito difícil reconhecer e lidar com as emoções. A família de nossa protagonista acabou de passar por uma grande perda, já que seu irmão Devon, acabou falecendo em um massacre na escola em que ele estudava.

Apesar de ter como plano de fundo este terrível acidente, o livro é muito mais do que isso, já que Caitlin nos mostra a sua maneira de ver o mundo, e consegue nos encantar com o modo em que ela tenta se adaptar e interagir com as pessoas.

Apesar de nossa protagonista ter apenas onze anos, vemos como ela consegue ser corajosa e determinada, e podemos acompanhar como ela encontra formas de enfrentar os problemas da vida, aceitando que as dificuldades fazem parte dela. Vemos também que às vezes ela acaba levando tudo ao pé da letra e como isso afeta a sua vida já que, muitas vezes, as pessoas são malvadas.

A leitura traz, de uma forma bem real, o que nossa protagonista está passando, e, junto com ela, vemos que o diferente não é tão bem aceito assim, fazendo com que esta obra realmente consiga tocar a gente de uma maneira que a reflexão é automática.

O livro é narrado em primeira pessoa por Caitlin, o que foi bem legal já que assim conseguimos acompanhar de uma forma mais abrangente tudo que ela está passando, assim como seus sentimentos e suas dualidades, transformando esta leitura em uma experiência mais profunda, onde nós, leitores, começamos a reavaliar nossos conceitos de várias coisas, principalmente sobre pessoas com este tipo de síndrome.

Os personagens criados por  Kathryn Erskine são muito bem escritos e elaborados, cada um com suas características, que ajudam a este título ser tão perfeito assim. Esta obra trata de assuntos importantes e sérios, mas com uma narrativa mais leve, já que estamos vendo tudo de acordo com a visão de uma menina de onze anos. Por isso, recomendo esta leitura para todas as idades para, além de nos encantar profundamente, promover a conscientização do diferente.

A capa é bem legal e tem tudo a ver com o conteúdo do livro, por isso adorei a escolha dela. A versão impressa está ainda mais fofa, já que o título possui um efeito holográfico na cor dourado. A diagramação está perfeita, com letras e espaçamento em um tamanho confortável para a leitura, fazendo com que a gente consiga passar mais tempo lendo este exemplar sem cansar a vista.

Recomendo a leitura de “Passarinha” para todas as pessoas que, assim como eu, amam uma obra profunda, linda e que consegue nos tocar emocionalmente com suas palavras e nos fazer refletir. Este é daquele tipo de livro em que a narrativa nos prende do início ao fim com uma história intensa que consegue nos mostrar como as diferenças devem ser respeitadas, tudo isso com uma linguagem leve e uma delicadeza incrível.

Avaliação