O Ladrão do Tempo – John Boyne

Eu já havia lido um livro escrito por John Boyne, “Noah Foge de Casa” (clique no título para ler a resenha), e, mesmo sendo voltado para o público infantil, vi que sua narrativa era brilhante e sagaz, e condizia com todas as críticas positivas que já li e ouvi sobre este autor.
Claro que, apesar de ter lido apenas uma de suas obras, passei a me considerar fã e a olhar os seus lançamentos para leitura. Infelizmente nem sempre eu consigo ler tudo o que quero, mas, quando vi que um “novo” livro de John Boyne (na verdade este foi seu primeiro romance) iria ser lançado pela Companhia das Letras e que a sinopse me agradava bastante, corri para tê-lo em mãos, e agora venho compartilhar com todos vocês as minhas opiniões a respeito deste exemplar.
Em “O Ladrão do Tempo” conhecemos a história de Matthieu Zéla, um garoto que vivia com seus pais em Paris, até que certo dia perdeu seu pai cedo para um assassino em um ato de violência quando voltava para casa, e viu sua mãe se casar novamente com um homem chamado Philippe DuMarqué.
Para sua infelicidade, seu padrasto não era um bom marido e muito menos um bom pai. E, para piorar as coisas, ele acabou assassinando sua mãe. Sozinho no mundo com o seu meio irmão, nosso protagonista acaba indo para Londres em um navio. É neste local que ele acaba conhecendo Dominique, uma menina mais velha que chama sua atenção e acaba sendo seu primeiro amor.
Acompanhamos, então, a vida de Matthieu, e sabemos mais sobre suas aventuras, perdas e amores, sobre os acontecimentos que ele presenciou e sobre tudo que passou. Quando ele chega a mais ou menos cinquenta anos, vemos que seu corpo para de envelhecer, e ele continua parecendo um cara normal e saudável e na casa dos cinquenta por muito, muito tempo.
Como o livro nos conta sobre os mais de duzentos e cinquenta anos da vida de nosso protagonista, e para a gente não se perder por ser um período tão extenso, em todo momento ele nos explica a situação, o lugar e o período em que se passa, para podermos acompanhar de forma que a gente não fique perdido em meio a história. Além disso, o tempo do livro não se passa de uma forma linear, ficamos lendo sobre tal momento, depois voltamos a outro no passado, e depois para um mais a frente, e assim por diante.
Em toda história temos novos acontecimentos que não deixam a trama ficar parada nem por um segundo. O autor consegue misturar fatos reais com ficção com bastante maestria, o que é bem interessante, pois adoro ver quando encontramos um nome conhecido no meio de vários personagens fictícios. Também achei maravilhoso porque, em meio a tantas informações que encontramos neste exemplar, ele acaba sendo uma gostosa aula de História.
A narrativa é feita em primeira pessoa, o que achei bem legal, já que assim conseguimos ter uma visão mais ampla de tudo que nosso protagonista sente e vê, fazendo com que a gente acabe criando uma certa identificação com o personagem e seus sentimentos.
A capa, apesar de não ser das minhas preferidas, não é assim tão feia, e os elementos que a compõem têm significado na trama. A diagramação está ótima, apesar de ser um livro bem extenso, as letras e espaçamento estão em um tamanho confortável para a leitura, fazendo com que a gente consiga ler por mais tempo sem cansar a vista.
Recomendo esta obra para todas as pessoas que gostem de um bom livro cheio de ação, suspense, assassinato, romance, História, tudo isso com uma dose de humor, que faz a leitura ser genial e deliciosa, nos prendendo do início ao fim com sua narrativa brilhante e despretensiosa.
Avaliação


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Um comentário:

  1. Adoro o John Boyne, mas ainda não li este livro dele. Acho que nem mesmo sabia que era o primeiro romance escrito pelo autor, mas fiquei interessada pela história e com vontade de ler o quanto antes. Obrigada por escrever uma ótima resenha como esta!

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