Lara Jean já
gostou de alguns garotos até agora – cinco para ser mais precisa –, mas não
iniciou um relacionamento com nenhum deles por diversos motivos. Até que ela
decide ir em frente e deixar aquela paixão para trás. Para fazer isso, escreve
sinceras cartas de amor, onde fala de seus sentimentos, pensamentos secretos e
observações cuidadosas, sem nunca reprimir nada. Tudo o que ela sente é deixado
no papel e, depois, ela guarda as cartas e aqueles sentimentos acabam ali. Não
são cartas de amor para serem enviadas para os garotos, mas para ela se
despedir do que sente por eles e, por isso, as deixa dentro de uma caixa de
chapéu azul-petróleo.
“Se o amor é como uma possessão, talvez minhas cartas
sejam meu exorcismo. As cartas me libertam. Ou pelo menos deveriam.”
Até que tudo
muda. Sua caixa de chapéu some e, junto com ela, todas as cartas que Lara Jean
escreveu até então. Tudo teria ficado por isso mesmo se o pior não tivesse
acontecido, mas aconteceu: todas elas foram enviadas para seus respectivos
destinatários. Agora os sentimentos de Lara Jean saem do papel e as
consequências não podem ser controladas como ela gostaria. Com a ida do seu
porto seguro, sua irmã, Margot, para a faculdade, ela não vai poder lhe pedir
ajuda e precisará encontrar formas de lidar com este turbilhão de coisas.
Sozinha.
Já havia
lido dois outros títulos escritos por Jenny Han, "O Verão que mudou minha vida" e "Olho por Olho", este último escrito em parceria com
outra autora, Siobhan Vivian, que inclusive já foram resenhados aqui no blog
(clique nos títulos para conferir). Ambos eu li há alguns anos – um em 2012 e o
outro em 2013 –, mas não havia gostado tanto assim de nenhuma das duas
histórias, tanto que minha nota final de avaliação foi três casinhas para cada,
ou seja, bem na média mesmo.
Quando vi a
capa de “Para Todos os Garotos que Já Amei”
fiquei apaixonada e, assim que li a sinopse, fiquei muitíssimo interessada
na leitura porque a proposta da obra parecia ser incrível, e eu queria saber o
que a protagonista ia fazer depois que suas cartas tivessem sido enviadas para
aqueles garotos. Mas, por saber que se tratava de mais uma obra de Han, fiquei
com o pé atrás, afinal as minhas experiências anteriores não foram tão boas
assim. Mas a autora acabou me surpreendendo desta vez e a história é tão fofa e
carismática que é impossível não se apaixonar! Talvez sua escrita tenha mesmo
amadurecido desde então, afinal este é um dos últimos livros que ela escreveu e
já se passaram vários anos desde sua estreia, só sei que desta vez ela
realmente acertou.
A história
tem todo aquele clima gostoso da adolescência, quando nossas vidas ainda são
mais simples e as preocupações se resumem a situações mais leves, quando as
amizades estão presentes e o romance é fácil, inocente e fofo. Quem está
passando por esta fase com certeza vai ficar encantado com o conteúdo da obra e
os que já passaram da idade vão poder reviver esses momentos com nostalgia.
Os capítulos
são bem curtinhos, meu tipo preferido, e a escrita da autora é extremamente
gostosa, fazendo com que a leitura seja fácil e incrivelmente fluida. A
narrativa é em primeira pessoa por Lara Jean, então conseguimos acompanhar
todos os seus sentimentos, conflitos, angústias, alegrias, pensamentos e dramas
de perto, e pudemos entender cada ação e reação dela de uma forma tão próxima
que faz com que o leitor se sinta seu grande amigo.
Adorei a
Lara Jean, ela é uma menina doce, fofa, com uma personalidade bastante meiga e
agradável e que tem um jeitinho adorável de melhor amiga. Se ela fosse real e
eu adolescente, com certeza gostaria de tê-la no meu hall de amigas íntimas,
inclusive porque me identifiquei bastante com ela em diversos momentos e também
devido a várias de suas atitudes quando eu tinha a sua idade.
Há um
triângulo amoroso nesta obra e eu ficava cheia de dúvidas sobre qual caminho a
autora iria seguir e por qual pretendente nossa protagonista iria se apaixonar
de verdade. Não posso dizer que tive um preferido desde o primeiro instante,
mas sempre fiquei com o pé atrás a respeito de um deles, não de um jeito que eu
não gostaria que ela o escolhesse no final ou que fosse me irritar caso ela
ficasse com ele, nem nada do tipo, mas por conta da história dos dois eu não
sabia se ia adorar se isso realmente acontecesse. Mas depois um dos personagens
(o outro!) acabou conquistando meu coração junto com o da Lara Jean e no final
eu já torcia para que ela ficasse com ele. Preciso da continuação para saber se
o que eu desejo vai realmente acontecer.
O que há
entre os personagens é uma relação mais pura, não há muito contato físico, e
isso foi bacana porque nós pudemos entender os sentimentos, vê-los nascer e
florescer dentro deles, e conseguimos acreditar que o que sentem pelo outro é
realmente o mais importante no relacionamento.
Também achei
bacana que, além do romance, a autora soube trabalhar bem a estrutura familiar
da trama e as amizades. Gostei muito de quase todos os membros da família de
Lara Jean e de como eles interagem entre si, a única que me irritou
completamente e não me fez ter muito empatia por ela foi sua irmã mais velha,
Margot. Mas o destaque, além da protagonista, vai para Kitty, a caçula, que é
hilária e rendia as melhores cenas.
Confesso que
pensei que haveria mais drama sobre as cartas enviadas do que realmente teve,
justamente porque este é o ponto principal do enredo. No total, cinco cartas
foram mandadas, três delas foram citadas muito brevemente (sendo que duas eu
ainda espero que sejam melhor desenvolvidas na continuação) e as outras duas
serviram para moldar os acontecimentos, mesmo que uma delas ainda tenha
ocorrido isso só como pano de fundo. Queria ter visto um resultado diferente ou
engraçado vindo de pelo menos uma carta, mas isso não aconteceu.
A capa é a
coisa mais fofa e tem tudo a ver com o conteúdo, o que a deixa ainda mais
bonita. A tipografia utilizada para o título é perfeita e combinou com o resto
de forma bem harmoniosa. A diagramação interna é simples, com o texto bem
espaçado e a fonte em um tamanho confortável, que, juntos, deixam a leitura
mais agradável, principalmente se levarmos em conta que as folhas são amarelas.
Este livro
possui uma continuação, “P.S.: Ainda Amo Você” (título nacional), que na
verdade foi lançada lá fora há alguns meses e não vejo a hora de chegar ao
Brasil também. Espero que a Intrínseca não demore muito com esta tradução, que
tem previsão de publicação para o primeiro semestre do ano que vem, então vamos
torcer para que isso realmente aconteça.
Uma história
doce, uma protagonista adorável, uma situação inusitada, uma família graciosa,
uma pitada cômica, a descoberta do primeiro amor onde a gente menos espera, e
um romance inocente, fazem de “Para Todos os Garotos que Já Amei” uma leitura cativante e envolvente que vai
fazer você se encantar e ficar desejando por mais ao virar a última página.
Avaliação
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei! Estou louca pra ler esse livro, parece ser super legal e a capa é muito fofa!
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