Jessica Wild
é uma workaholic que não se importa
com relacionamentos amorosos e nem mesmo acredita no amor. Tudo isso porque ela
nunca conheceu o pai e ficou praticamente sozinha no mundo desde um acidente
levou sua mãe quando ela ainda tinha apenas dois anos de idade, e a garota foi
criada pela sua avó megera desde então. A senhora sempre deixou bem claro que
não queria a menina e sempre a tratou muito mal, não deixando que a criança
brincasse, fizesse barulho ou tivesse uma vida social quando cresceu. Depois de
adulta, ela sempre criticou Jess por qualquer coisinha, seja relacionada a sua
vida pessoal, trabalho, aparência, etc., e sempre deixava claro o quanto
abominava as mulheres que não eram autossuficientes ou que davam qualquer
importância aos homens, fazendo com que a moça acabasse tendo a mesma visão de
vida que ela.
Quando a avó
vai para uma casa de repouso por vontade própria, Jessica acaba conhecendo uma
vizinha de quarto dela, Grace Hampton, uma senhora muito bondosa, animada,
simpática e romântica, o total oposto de sua avó. Depois que ela também morreu
e Jess ficou sozinha no mundo, continuou visitando Grace, pois começaram uma
bonita amizade. Até que ela própria deixou este mundo, mas antes de ir fez
questão de deixar toda a sua herança, que consiste em uma bagatela de quatro
milhões de libras (muito mais dinheiro do que nossa protagonista poderia
imaginar ter um dia!) no nome da Sra. Jessica Milton. Isso ocorreu porque ela
acreditava que Jess tinha se casado com seu chefe, Anthony Milton, por conta de
uma pequena história que a moça inventou e lhe contou para que Grace ficasse
feliz naqueles dias em que já não estava mais tão bem.
O negócio mais
complicado é que, além de o dinheiro ser uma quantia muito alta e praticamente
irrecusável, Jessica sente o dever de aceitar, pois Grace a escolheu
especificamente para herdar tudo, inclusive uma casa que estava na família
Hampton há gerações e que, se não fosse recebida por Jess, iria para o governo,
que a demoliria num piscar de olhos.
Então
Jessica, junto com sua melhor amiga e colega de quarto, Helen, cria o ‘Projeto:
Casamento’. O intuito? Conquistar e casar com seu lindo, rico e bem sucedido
chefe, Anthony Milton, no prazo de cinquenta dias – que é o limite máximo para
se contestar um testamento nos Hamptons, ou a herança inteira é perdida. E tudo
isso sem que ele saiba a verdade por trás de suas intenções. Resta saber se
Jessica Wild é realmente adversa ao casamento, mesmo que seja apenas um tipo de
investimento, ou se ela no fundo acredita em amor verdadeiro e não vai
desperdiçar sua chance de um matrimônio de verdade, mas esta último opção pode colocar
tudo a perder.
Eu sou uma
fã de chick-lits, apesar de não lê-los com frequência porque minha irmã, que
gosta ainda mais deste gênero do que eu, sempre lê os livros que recebemos e
compramos do estilo e, para agilizar nas resenhas aqui do blog, geralmente não
lemos os mesmos títulos (com algumas exceções, claro), então é ela quem
frequentemente fica com eles. Mas, desta vez, eu resolvi que gostaria de ler
esta história porque ela me pareceu muito divertida e gostosa e eu estava numa vibe de precisar de algo no estilo.
Depois de finalizado, pude constatar que é tudo o que eu esperava e realmente
muito bom, então fiquei encantada com a obra.
No começo do
livro há uma ‘Nota da Autora’, onde ela faz uma breve apresentação sobre o
enredo e conta como teve a ideia para construir esta história, que se originou
num jogo que ela fazia com suas amigas da juventude, chamado ‘O que você
faria?’, que consiste em diversas situações e a pessoa precisa desenvolver uma
resposta aceitável, sincera e detalhada para a questão. Achei a proposta muito
bacana e curti o desenvolvimento que Gemma deu para ela.
Os
personagens são adoráveis e espirituosos, e gostei muito mesmo da protagonista,
Jessica, e de sua personalidade. Ela é uma mulher independente que não deixa os
homens fazerem o que bem entendem com ela, não é dramática, mesmo tendo
vivenciado muitas coisas ruins, é uma boa amiga e acaba aceitando as opiniões
alheias, mesmo que esteja desconfortável, e sabe lidar com situações novas
muito bem.
Uma
personagem que ganhou destaque foi sua melhor amiga, Helen, que estava sempre
ali para apoiá-la, tinha ótimas ideias, e ajudava a Jess a colocá-las em
prática, principalmente por possuir uma personalidade oposta à da moça e poder
dar uma visão diferente das coisas, auxiliando nossa protagonista no ‘Projeto:
Casamento’. Em nenhum momento fui fã de Anthony e sempre achei Max uma graça,
já sabendo que poderia rolar algo entre Jess e ele, pois isso é trabalhado
desde o começo da leitura. Outros dois que valem a pena serem citados, porque
tiveram ótimas participações e renderam risadas dos leitores, são Ivana e Sean.
A trama é
leve, envolvente e muito fluida, além de ser bastante alto-astral. Confesso que
me peguei rindo algumas vezes durante a leitura, e, mesmo não sendo o livro do
gênero mais engraçado que já parou em minhas mãos, me divertiu muito.
Alguns
pontos são previsíveis, como os livros de chick-lits geralmente são, mas esta
não é uma característica negativa, porque o que importa no caso é a forma como
a autora vai fazer para alcançar seus objetivos, e acho que Gemma Townley
conseguiu um ótimo resultado. Ou seja, em certos momentos da história, o leitor
acaba percebendo alguns detalhes antes mesmo da protagonista, que só vão ser
revelados mais para o final do livro, mas a autora ainda conseguiu guardar
algumas cartas na manga e nos pregou algumas surpresinhas no fim, já que, no
meio de tantas descobertas, sabemos outras informações que tinham sido mantidas
a sete chaves e também explicações reais para elas.
Só acho que
o final acabou sendo um pouco corrido, pois depois das questões mais importantes
serem desenvolvidas e explicadas, uma outra não foi tão bem trabalhada, mas,
mesmo assim, foi resolvida nas últimas páginas. Eu só não me importo tanto
assim porque este exemplar possui duas continuações, então vamos saber melhor
tudo o que aconteceu com Jessica e estas cenas vão acabar sendo melhor
desenvolvidas provavelmente.
Até o
momento, a escritora publicou sete livros, sendo quatro deles volumes únicos,
sem continuação, e três pertencentes a uma trilogia. De todos, este é o quinto
publicado no Brasil, o primeiro da trilogia “Jessica Wild”, pois todos os
exemplares soltos já foram traduzidos para cá há alguns anos. Já conhecia a
escrita da autora porque já tinha lido uma de suas obras, “Mentirinhas Inocentes”, que já foi resenhado aqui no blog (inclusive foi uma das primeiras
resenhas que escrevi, ainda em 2010) e vocês podem conferir clicando no título.
Mas ela não
escreve nada novo desde 2010, que inclusive foi o desfecho desta trilogia, o
que é uma pena porque a escrita dela é tão gostosa e divertida que não deveria
ter sido deixada de lado. Não vejo a hora de a editora publicar as sequências
deste volume para saber o que vai acontecer a Jessica Wild depois do final
encontrado aqui, e espero que não demore muito para isso acontecer.
Para quem
não sabe, uma curiosidade bem interessante é que Gemma na verdade é a irmã de
Sophie Kinsella, autora da tão consagrada série “Becky Bloom”, também pulicada
pela Editora Record, que já tem seis volumes, sendo o sétimo, “Becky Bloom em Hollywood”, um dos próximos lançamentos da editora, assim como diversos outros
títulos individuais, ou seja, sem sequência, todos já lançados aqui.
Eu adoro
esta capa e o vestido presente nela me lembra muito o que Kate Hudson usou no
filme “Noivas em Guerra”, talvez ele tenha servido de inspiração, mas não tenho
certeza. As cores casaram (haha) muito bem com o tema e as tipografias
ficaram bem harmoniosas com o resto. A diagramação é simples, mas confortável
para uma leitura agradável devido ao tamanho da fonte e espaçamentos, e as
folhas são amarelas. O único ponto negativo desta edição é que o padrão de
tamanho difere das demais obras da autora publicadas no Brasil, o que fica feio
na estante.
Só acho que
teria ficado melhor se o título, ao invés deste atual, fosse “4 Milhões de
Motivos para Casar”, já que esta é a verdadeira quantia que ela irá receber de
herança, então faz mais sentido do que ‘um milhão’, pois este valor não
representa nada na história.
Caso você
esteja em busca de um delicioso chick-lit para passar um tempo na companhia de
personagens cativantes, situações cômicas, um pano de fundo diferente, e uma
pitada de romance, acaba de encontrar algo que reúne tudo isso: “1 Milhão de
Motivos para Casar”.
Avaliação
Oie
ResponderExcluirEu também pensei que 4 milhões de motivos pra casar ia ser um título melhor para o livro.E é bem fácil mesmo descobrir os segredos ainda no meio do livro mas eu gostei disso.E a Jess é uma personagem incrível e eu não sabia que ia haver uma continuação para a história dela.Espero ver mais dela e conhecer melhor o maravilhoso Max.