Na série “As
Sete Irmãs”, vamos conhecer cada uma das filhas de Pa Salt, um misterioso
bilionário que morreu recentemente. Cada volume retrata a vida de uma delas, e
“A Irmã da Tempestade”, o segundo exemplar, traz a história da segunda irmã,
Ally D’Aplièse. As filhas dele são adotadas de diversos lugares do mundo, e todas
foram batizadas em homenagem às estrelas das Plêiades. Com o seu falecimento,
ele deixa pistas para que cada uma descubra sua verdadeira origem e saiba mais
sobre sua família de sangue.
Ally foi a
segunda adotada por Pa Salt, que as criou muito bem. Elas sempre tiveram tudo,
mas sempre procuraram seguir seus caminhos e com ela não foi diferente. A jovem
é uma exímia velejadora, que desde pequena acompanhava o pai para velejar e acabou
tomando o gosto por isso, mas, por incrível que pareça, seu talento causava
estranheza para os homens velejadores, porque nas competições que participava
não somente as habilidades eram utilizadas, como também a força física, então
ela passou por muitas situações nada agradáveis, porém sua força e determinação
mostraram que pertencia, sim, àquele lugar.
Além disso, Ally
era musicista, e tocava flauta, só que abandonou para seguir como velejadora. Nas
primeiras cem páginas, mais ou menos, vamos conhecer a história dela
atualmente, que conheceu um capitão, e eles se apaixonaram. Só que ocorre uma
tragédia em sua vida novamente, então ela resolve ir para a Noruega à procura
de pistas que a levarão a sua origem. Lá ela começa a desvendar sua história,
onde ganha alguém muito especial na família e, por consequência, descobre
coisas até além do que imaginou que descobriria.
Enquanto
isso, também vamos acompanhar a história de sua família verdadeira, que está
ligada à cantora Anna Landvik e ao compositor Edvard Grieg, há mais de cem
anos, em capítulos alternados como se fosse o presente dessas pessoas. Pode-se
dizer, então, que ela descende de uma família de músicos e compositores, que,
ao longo dos anos, tiveram suas vidas narradas neste livro, e nos fizeram
entender, a cada descoberta com ela, como a vida é cheia de surpresas.
Acho
impressionante como uma escritora consegue criar uma história tão rica em
detalhes envolvendo e mesclando o passado e o presente, e de forma tão extraordinária
que o leitor basicamente “engole” este maravilhoso livro.
Nesta
mistura de presente e passado, nos deparamos com a descoberta da origem da
protagonista, com coisas envolvendo quase cento e cinquenta anos de história e
várias gerações até chegar à dela, que tem em torno de trinta anos, e de quebra
uma mensagem muito bonita de amor e superação de mágoas guardadas por anos, que
foram esclarecidas graças à sua determinação e coragem.
Achei Ally
uma protagonista incrível e admirável, pois passou por muitas coisas em sua
vida, diversas delas bem ruins, e, mesmo assim, continuou com a cabeça erguida,
conseguindo superar tudo com maestria, e foi atrás de suas origens mesmo com
tanta dificuldade e percalços em seu caminho, que poderiam tê-la feito
desistir, mas ela continuou determinada a buscar a verdade. E a encontrou.
No decorrer
das páginas, vamos conhecemos inúmeros outros personagens, que acabam tendo
alguma importância na trama e que, juntos, formam uma teia de pessoas e
acontecimentos que a ajudam a desvendar todo o mistério. Gostei muito da
presença de cada um, que foram inseridos de forma bem feita, tanto no passado
quanto no presente.
A parte de
romance deste livro é muito pequena e acontece somente em um período, depois
deixa de existir no presente de Ally, passando somente a ser mostrada no
passado de seus familiares. Então, quem busca uma linda história de amor, não é
esse o livro indicado, porque aqui trata mais de relações pessoais e
crescimento dos personagens, com poucas pitadas de romantismo.
A trama também
apresenta pontos de mistérios, que foram muito bem escritos e inseridos no
contexto com sucesso, drama, que me fez soltar algumas lágrimas, e a narrativa
de Lucinda é muito gostosa, emocionante, interessante e prazerosa.
Falando da
autora, ela fez muitas pesquisas para poder construir sua obra, e as fez bem,
já que dá para visualizar cada detalhe como se fosse real e eu estivesse lá,
dentro do livro. O enredo foi baseado em fatos históricos verídicos de figuras
norueguesas conhecidas, as quais ela adaptou aos personagens de seu livro, que
são frutos de sua imaginação.
Apesar de
ter quinhentas e vinte e oito páginas, na quinhentos e dezessete encontramos o
fim da história de Ally. Na página seguinte começa um pequeno capítulo, na
mesma data, com a visão de outra das filhas de Pa Salt, Estrela, que começa a
narrar a trama sob seu ponto de vista, pois será ela a protagonista do terceiro
livro da série.
No final da
obra, depois de terminada as histórias, Riley nos conta como conheceu a Noruega
através de seu pai. E fala de quando visitou o país pela primeira vez aos cinco
anos de idade, e escutava um LP que ele colocava para ela ouvir, que embalou a
beleza do lugar e serviu de inspiração para a construção deste enredo.
Como
comentei anteriormente, este é o segundo livro desta série, que terá um total
de sete volumes, mas somente dois foram escritos até agora. Já li o primeiro, “As Sete Irmãs” e você pode conferir a resenha dele aqui no blog (clique no título).
O terceiro tem previsão de lançamento no exterior e também no Brasil no final
do ano, enquanto os demais serão publicados um por ano. Mas, para quem quer
conhecer alguma outra obra da autora, ela também escreveu outros seis livros
individuais, ou seja, que não possuem continuações, e quatro deles já foram
traduzidos por aqui, sendo que mais um, “A Garota Italiana”, que acredito ter
sido a primeira história dela, será lançado em maio deste ano pela Arqueiro, ou
seja, só um dos livros de Lucinda que ainda vai demorar um pouco, pois só tem
previsão para 2017.
A capa deste
exemplar não é uma das minhas preferidas, mas também não desgosto totalmente
dela. A diagramação é confortável para uma leitura fácil devido ao tamanho da
fonte e aos espaçamentos do texto. O exemplar físico ainda conta com páginas
amarelas, ponto muito positivo.
Convido você
a embarcar, mais uma vez, em um livro maravilhoso de Lucinda Riley, esta autora
que muito me cativou com seu talento e que, provavelmente, também vai fazer o
mesmo por você. “A Irmã da Tempestade” é sensível, tocante e, sem sombra de
dúvidas, uma das melhores obras do gênero.
Avaliação
Amei sua resenha. Eu tinha lido o primeiro livro e amei a história. A capa também não é das minhas preferidas, mas também não odeio.
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