A Irmã da Tempestade - As Sete Irmãs #02 - Lucinda Riley

Na série “As Sete Irmãs”, vamos conhecer cada uma das filhas de Pa Salt, um misterioso bilionário que morreu recentemente. Cada volume retrata a vida de uma delas, e “A Irmã da Tempestade”, o segundo exemplar, traz a história da segunda irmã, Ally D’Aplièse. As filhas dele são adotadas de diversos lugares do mundo, e todas foram batizadas em homenagem às estrelas das Plêiades. Com o seu falecimento, ele deixa pistas para que cada uma descubra sua verdadeira origem e saiba mais sobre sua família de sangue.
Ally foi a segunda adotada por Pa Salt, que as criou muito bem. Elas sempre tiveram tudo, mas sempre procuraram seguir seus caminhos e com ela não foi diferente. A jovem é uma exímia velejadora, que desde pequena acompanhava o pai para velejar e acabou tomando o gosto por isso, mas, por incrível que pareça, seu talento causava estranheza para os homens velejadores, porque nas competições que participava não somente as habilidades eram utilizadas, como também a força física, então ela passou por muitas situações nada agradáveis, porém sua força e determinação mostraram que pertencia, sim, àquele lugar.
Além disso, Ally era musicista, e tocava flauta, só que abandonou para seguir como velejadora. Nas primeiras cem páginas, mais ou menos, vamos conhecer a história dela atualmente, que conheceu um capitão, e eles se apaixonaram. Só que ocorre uma tragédia em sua vida novamente, então ela resolve ir para a Noruega à procura de pistas que a levarão a sua origem. Lá ela começa a desvendar sua história, onde ganha alguém muito especial na família e, por consequência, descobre coisas até além do que imaginou que descobriria.
Enquanto isso, também vamos acompanhar a história de sua família verdadeira, que está ligada à cantora Anna Landvik e ao compositor Edvard Grieg, há mais de cem anos, em capítulos alternados como se fosse o presente dessas pessoas. Pode-se dizer, então, que ela descende de uma família de músicos e compositores, que, ao longo dos anos, tiveram suas vidas narradas neste livro, e nos fizeram entender, a cada descoberta com ela, como a vida é cheia de surpresas.
Acho impressionante como uma escritora consegue criar uma história tão rica em detalhes envolvendo e mesclando o passado e o presente, e de forma tão extraordinária que o leitor basicamente “engole” este maravilhoso livro.
Nesta mistura de presente e passado, nos deparamos com a descoberta da origem da protagonista, com coisas envolvendo quase cento e cinquenta anos de história e várias gerações até chegar à dela, que tem em torno de trinta anos, e de quebra uma mensagem muito bonita de amor e superação de mágoas guardadas por anos, que foram esclarecidas graças à sua determinação e coragem.
Achei Ally uma protagonista incrível e admirável, pois passou por muitas coisas em sua vida, diversas delas bem ruins, e, mesmo assim, continuou com a cabeça erguida, conseguindo superar tudo com maestria, e foi atrás de suas origens mesmo com tanta dificuldade e percalços em seu caminho, que poderiam tê-la feito desistir, mas ela continuou determinada a buscar a verdade. E a encontrou.
No decorrer das páginas, vamos conhecemos inúmeros outros personagens, que acabam tendo alguma importância na trama e que, juntos, formam uma teia de pessoas e acontecimentos que a ajudam a desvendar todo o mistério. Gostei muito da presença de cada um, que foram inseridos de forma bem feita, tanto no passado quanto no presente.
A parte de romance deste livro é muito pequena e acontece somente em um período, depois deixa de existir no presente de Ally, passando somente a ser mostrada no passado de seus familiares. Então, quem busca uma linda história de amor, não é esse o livro indicado, porque aqui trata mais de relações pessoais e crescimento dos personagens, com poucas pitadas de romantismo.
A trama também apresenta pontos de mistérios, que foram muito bem escritos e inseridos no contexto com sucesso, drama, que me fez soltar algumas lágrimas, e a narrativa de Lucinda é muito gostosa, emocionante, interessante e prazerosa.
Falando da autora, ela fez muitas pesquisas para poder construir sua obra, e as fez bem, já que dá para visualizar cada detalhe como se fosse real e eu estivesse lá, dentro do livro. O enredo foi baseado em fatos históricos verídicos de figuras norueguesas conhecidas, as quais ela adaptou aos personagens de seu livro, que são frutos de sua imaginação.
Apesar de ter quinhentas e vinte e oito páginas, na quinhentos e dezessete encontramos o fim da história de Ally. Na página seguinte começa um pequeno capítulo, na mesma data, com a visão de outra das filhas de Pa Salt, Estrela, que começa a narrar a trama sob seu ponto de vista, pois será ela a protagonista do terceiro livro da série.
No final da obra, depois de terminada as histórias, Riley nos conta como conheceu a Noruega através de seu pai. E fala de quando visitou o país pela primeira vez aos cinco anos de idade, e escutava um LP que ele colocava para ela ouvir, que embalou a beleza do lugar e serviu de inspiração para a construção deste enredo.
Como comentei anteriormente, este é o segundo livro desta série, que terá um total de sete volumes, mas somente dois foram escritos até agora. Já li o primeiro, “As Sete Irmãs” e você pode conferir a resenha dele aqui no blog (clique no título). O terceiro tem previsão de lançamento no exterior e também no Brasil no final do ano, enquanto os demais serão publicados um por ano. Mas, para quem quer conhecer alguma outra obra da autora, ela também escreveu outros seis livros individuais, ou seja, que não possuem continuações, e quatro deles já foram traduzidos por aqui, sendo que mais um, “A Garota Italiana”, que acredito ter sido a primeira história dela, será lançado em maio deste ano pela Arqueiro, ou seja, só um dos livros de Lucinda que ainda vai demorar um pouco, pois só tem previsão para 2017.
A capa deste exemplar não é uma das minhas preferidas, mas também não desgosto totalmente dela. A diagramação é confortável para uma leitura fácil devido ao tamanho da fonte e aos espaçamentos do texto. O exemplar físico ainda conta com páginas amarelas, ponto muito positivo.
Convido você a embarcar, mais uma vez, em um livro maravilhoso de Lucinda Riley, esta autora que muito me cativou com seu talento e que, provavelmente, também vai fazer o mesmo por você. “A Irmã da Tempestade” é sensível, tocante e, sem sombra de dúvidas, uma das melhores obras do gênero.
Avaliação



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Um comentário:

  1. Amei sua resenha. Eu tinha lido o primeiro livro e amei a história. A capa também não é das minhas preferidas, mas também não odeio.

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