Carrie, A Estranha - Stephen King

Inspirada pelo projeto All About King do canal All About That Book, e por diversos outros canais e blogs que entraram no clima do Halloween eu resolvi ler Stephen King, só tenho dois livros dele, um já li um, assim só me restou ler ninguém menos do que Carrie - A Estranha, primeiro livro publicado do autor em 1974, e publicado aqui no Brasil pela Suma das Letras.

Carietta White é uma jovem adolescente, filha de uma mãe fanática religiosa que enxerga o mundo através de uma visão própria da bíblia. Com este ângulo peculiar, a garota cresceu com modos estranhos, e é tida por todos que a cercam como, a estranha, e com isso perseguida pelos colegas de escola, e até professores. Entretanto ela não é alguém que teve apenas uma criação restrita, mas alguém que guarda um segredo: quando ela está por perto os objetos a sua volta ganham vida.

O baile de formatura está próximo, e tudo pode mudar na vida de Carrie, e de todos que estão próximos, depois dele eles nunca mais serão os mesmo, já que esta noite marcará suas vidas para sempre!

Não vi o primeiro filme feito a partir do livro, vi apenas o segundo. Então acreditava que não teria grandes surpresas na leitura do livro, mais cai do cavalo de cara no chão. Já tinha percebido o grande talento de King na leitura de Mr. Mercedes, mas Carrie permitiu a compreensão de onde tudo começou.

A narrativa é construída de forma epistolar, ou seja, utilizando uma técnica literária que desenvolve a estória através de cartas, notícias de jornais e etc, e que tem como objetivo dar maior realismo a obra. Ao mesmo tempo em que acompanhamos a estória presente da jovem temos trechos de livros escrito por pesquisadores do caso, assim como testemunhas em primeiro grau do caso que se intercalam juntamente com notícias de jornal e tv. Desde o início já sabemos que a estória não termina bem, mas nem por isso tudo deixa de ser interessante.

Foi muito angustiante acompanhar a estória de vida de Carrie e ver quanto uma criança que podia ser quase normal (quase por que a telecinese não é algo comum) foi transformada em uma criatura insegura, sem amigos, e sem capacidade de interação social. A vontade era de prender a mãe e permitir que a pequena menina fosse feliz. Mesmo nos momentos atuais da estória é muito cruel tudo que seus colegas de escola fazem com ela! E quando vejo estas situações de bullying, eu sempre me pergunto se existem mesmo pessoas capazes de tamanha crueldade!

A mãe é uma figura doente, desde a sua infância que é brevemente narrada ela se agarra a religião como forma de se limpar do mundo imundo que a cerca. Ela é tão obcecada que chega a realizar na sua própria casa as missas já que os líderes religiosos não são puros o suficiente para isso. Já Carrie é alguém que vive entre o limite do que é real, e o que é criado dentro deste universo da mãe. Ela sonha em ser normal, ter amigos e um namorado, mas simplesmente não sabe como se portar no mundo. E quando sua puberdade tardia surge, ela é mais uma vez oprimida por seus poderes que amadurecem e ganham força, mas poder sem maturidade e responsabilidade é como uma bomba relógio que pode estourar a qualquer momento.

Mesmo sabendo o que ia acontecer eu torci pela adolescente, a cada página para que tudo desse certo, para que as pessoas a deixassem em paz, para que a mãe morresse e assim ela pudesse ter uma vida, tudo porque o autor nos permite um envolvimento grande na trama que soa tão real quanto o noticiário do dia.

Este volume ainda conta com uma introdução do próprio autor que narra como foi a produção e a venda da obra, que foi inspirada em duas figuras de sua infância, que assim como Carrie sofreram nas mãos de seus colegas, e tiveram desfechos tristes. Este é o livro responsável pelo seu lançamento pelo mundo, e acho que pode ser um ótimo começo para conhecer a narrativa do autor que aqui é ótima!

Carrie, a Estranha é surpreendente, não da maneira que estamos acostumados a nos sentir quando uma nova estória surge, mas pela maneira como a estória nos é apresentada. Ela nos fala de quanto o meio pode contaminar, da crueldade das pessoas e da esperança daqueles que mesmo machucados ainda acreditam que podem ser queridos e amados em algum momento da vida.

Happy Halloween Mellons!

Avaliação






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2 comentários:

  1. Minha estória com Carrie a estranha é a seguinte: adorooooooooooooooooooooo, sempre dou altos gritos c ela e olha que não é um terrorzão mas ela sempre me assusta. Quero muito o livro!!!Adorei a resenha.

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  2. Estou bem curiosa em relação as obras, tanto livro, como filme.
    Mas quero ler primeiro, para depois assistir.
    A história parece ser bem interessante e bacana.
    Apesar de curtir muito esse clima apavorante, essas obras tenho vontade de conferir.
    Sua resenha me deixou ainda mais interessada.
    Parece ser uma leitura e tanto, gostei disso.
    Desejo um Feliz Halloween ao blog <3
    Beijos,
    Caroline Garcia

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