Lydia é a
filha mais nova dos Bennet, e sempre foi a mais divertida de todas, levando a
vida de maneira leviana, frequentando bares e baladas com frequência, matando
aulas sempre que possível e não levando nada a sério. Quando sua irmã do meio,
Lizzie Bennet, começa um vlog sobre sua vida que logo ganha popularidade, Lydia
acaba colhendo os frutos da fama também. E ela simplesmente adorava toda essa atenção
que estava recebendo, tanto que começou a gravar seus próprios vídeos. Até que percebe
que a popularidade não vem só com coisas boas e passar por uma terrível
situação.
Tudo por
conta de seu (agora ex) namorado, Gerge Wickham, que aproveitou da fama de
Lydia, traiu sua confiança e de quebra mexeu negativamente com a reputação da
garota, afetando completamente sua vida, sua autoconfiança, e modo de agir. Mas
alguns males podem ser utilizados para fazer as pessoas acordarem, então é a
partir daí que ela decide tomar as rédeas de sua vida, enquanto busca ganhar o
respeito de sua família e tenta encontrar seu lugar no mundo. Resta saber se
ela está preparada para tudo isso, se vai desistir no meio do caminho ou se continuará
sendo a baladeira irresponsável que sempre foi.
Eu amei a
adaptação moderna de “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, escrita por Kate
Rorick e Rachel Kiley, “O Diário Secreto de Lizzie Bennet”, que foi um complemento
para a web série homônima, como vocês podem conferir na resenha (basta clicar
no título), que li em 2014. Então, quando soube que a Verus Editora traria a
continuação, desta vez narrada pela caçula, Lydia Bennet, eu sabia que
precisava tê-lo. Assim que vi a capa nacional, pulei de alegria, afinal faltava
pouco para estar com meu exemplar em mãos e começar a leitura, o que logo fiz
quando o recebi. Porém, acabou que minhas expectativas não foram alcançadas, como
vou explicar melhor mais abaixo. Apesar de, no final, ter adorado a experiência
e achado que valeu a pena, fiquei com aquela sensação de que poderia ter sido
mais.
Quando iniciei
minha leitura desta obra, sabia que este seria um livro com uma evolução da
personagem principal, que ela começaria tendo uma personalidade e acabaria
crescendo com o avançar das páginas, tornando-se alguém muito mais madura no
final. E foi isso mesmo que aconteceu, e adorei acompanhar essa mudança na protagonista,
fazendo com que eu adorasse a mesma no fim, que me deixou com um sorriso no
rosto e uma sensação de bem-estar.
Porém, na
parte inicial da obra, eu não estava reconhecendo a Lydia que ela era no livro
anterior e nem na web série, por mais que algumas de suas atitudes estivessem
ali, ou que as autoras tentassem usar algumas frases que ela dizia para nos
fazer associar a personagem desta história às outras, não conseguia enxergá-la
ali. Soou como se estivessem forçando a personagem a ser alguém que não era,
não sei se consegui explicar direito para vocês, mas se eu não soubesse que era
aquela Lydia que conhecemos antes, talvez se eu não tivesse lido meu exemplar com
capa e os nomes dos demais personagens tivessem sido trocados, eu não saberia
que era uma “continuação”. Então isso me incomodou um pouco, porque eu gosto
quando o personagem tem aquele seu jeitinho especial que faz com a gente saiba
que é ele ali, narrando aquela história, mesmo num outro livro.
Confesso que
até a metade não estava gostando muito da leitura, não. A protagonista estava
bem chatinha, as situações que vivenciava também, e seus pensamentos muitas
vezes me irritavam. Ou seja, foi penoso para mim essas primeiras páginas, eu me
arrastei bastante e acabei demorando mais tempo do que geralmente demoro para
avançar na leitura, inclusive porque não tinha tanto ânimo para continuar de
onde parei.
E esperava
alguém mais forte e determinada, alto astral e que não aceitava as coisas ruins
com facilidade, mas encontrei alguém que reclamava muito e usava as mesmas
respostas para justificar cada um de seus problemas. E eram muitos. Foi como um
looping, com situações semelhantes entre si e as “resoluções” iguais. Acredito
que se metade de tudo tivesse sido cortado, a leitura teria ficado mais
dinâmica e, consequentemente, fluiria bem melhor.
Até que,
chegando na metade, mais ou menos, tudo pareceu melhorar completamente, como se
fosse outra pessoa escrevendo, ou até mesmo alguém diferente como protagonista.
E olha que ela ainda nem mesmo tinha começado a mudar alguns pontos de sua vida
e de suas atitudes.
A narrativa
é em primeira pessoa pela própria Lydia, e eu gostei muito porque deu para
conhecermos melhor um outro lado dela, que não tinha sido explorado tão bem e
de forma tão íntima antes. Então podemos entender exatamente o que ela sente,
como está lidando com cada uma das coisas que vivenciou e as consequências de
tudo isso e de cada atitude que decide tomar, como sempre está buscando
aprovações das pessoas ao seu redor, e também podemos entender a verdadeira
Lydia, coisa que ela esconde de todo mundo.
Quando ela decidiu
que deveria buscar respostas diferentes para tudo o que estava vivendo, e que
deveria lutar para alcançar cada uma das coisas que desejava, tudo ficou bem
melhor, mais empolgante. Eu realmente ficava torcendo para que ela conseguisse
lidar com tudo, que alcançasse o que almejava e encontrasse seu lugar no mundo.
Foi bem gostoso acompanhá-la quando passou a realmente tomar as rédeas de sua
vida, sem colocar desculpas para cada uma de suas atitudes.
Os demais
personagens que tiveram alguma importância no volume anterior, participaram ou
foram citados neste daqui, e eu simplesmente adorei poder revê-los ou saber um
pouco mais de suas vidas. Lizzie e Jane, as irmãs mais velhas, seus pais,
George, Kitty (a gata), Darcy, Bing, e até mesmo o Sr. Collins foi citado.
Mary, prima e melhor amiga de nossa protagonista, foi a personagem que mais
apareceu e teve uma grande importância na vida de Lydia diretamente. Gostei
muito de rever essa personagem em particular, porque ganhou mais destaque e
mais voz do que anteriormente.
E ainda teve
um espaço para um possível romance, que eu não vou dizer com quem, porque
aparece mais de um personagem masculino para balançar com os sentimentos de Lydia
– um deles não de forma positiva, mas leiam para descobrir. Uma pena que isso
foi apresentado bem de leve e as autoras optaram por não desenvolver mais do
que uma atração/envolvimento inicial. E, como eu sou uma romântica incorrigível
e fã destas cenas mais fofas, fiquei sentindo falta de algo mais.
Eu gosto do projeto
gráfico desta capa, porque remete a do primeiro livro, fazendo com que a gente
logo saiba que se trata de uma mesma série, porém achei muito ruim terem usado
uma outra modelo para representar a Lydia, porque estes exemplares são
complementos para as Web Séries, tanto a da Lizzie quanto a da própria Lydia,
que foi mais curta, porém bem significativa e é sempre citada neste exemplar, e
lá a atriz é a Mary Kate Wiles, bem diferente desta moça ali. E eu não gostei
justamente por isso, existe uma personagem com rosto na qual esta história foi
baseada, inclusive nos agradecimentos as autoras falam sobre a Mary Kate, que
sua voz soava na cabeças delas enquanto escreviam o livro (na minha também), e
que esperavam ter feito justiça a ela. Por isso, não gostei da decisão da
editora de ter escolhido outra pessoa para representá-la, acho que se não
escolhessem a atriz, pelo menos que colocassem uma ilustração ao invés de outra
pessoa.
O título é
bacana, mas não acho que Lydia tenha tido aventuras épicas, como sugere. Pelo
contrário, ela estava vivendo uma vida bem normal, como a de qualquer um de
nós, com muitos questionamentos, arrependimentos, esperança, burradas,
experiências do dia a dia, como emprego, aulas, uma ou outra saída para um show
ou um bar, conhecendo gente nova, saindo com alguém em encontros, passeando um
pouco como turista, amadurecendo, e coisas semelhantes. Só que, quando escuto
alguém dizer que fez algo épico, imagino coisas realmente grandiosas, o que não
aconteceu, apesar de terem sido significativas em sua própria vida.
Acho que o
final ficou em aberto, mais do que eu gostaria, então tem espaço para mais uma
continuação, o que eu acho difícil de acontecer, mas não deixo de desejar,
afinal gostaria de mais respostas do que o epílogo nos deu. Porém, pelo menos
tem um final feliz e satisfatório para a caçula carismática.
Recomendo “As
Épicas Aventuras de Lydia Bennet” para aqueles que leram “O Diário Secreto de
Lizzie Bennet” e gostariam de saber o que aconteceu com a mais animada das
personagens depois que uma coisa terrível aconteceu com ela, que mudou
completamente sua vida, seu modo de pensar e suas escolhas. Com certeza esse
livro nos faz refletir bastante ao mesmo tempo em que torcemos para que nossa
protagonista seja feliz e encontre o que deseja, então acho que vale a pena a
leitura.
Avaliação
A premissa desse livro não chamou minha atenção, embora sua resenha esteja perfeita. Também não li o primeiro volume, então, talvez, seja o motivo de não me sentir envolvida.
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