Os Maias - Eça de Queirós

Todos os livros da Zahar são completamente lindos e despertam nossos desejos só de olharmos para eles com suas edições maravilhosas, muitas vezes de capa dura (como a deste exemplar), e sendo diversos deles comentados e ilustrados, sempre com histórias incríveis. Então posso afirmar com toda certeza que sou uma viciada nesta editora, que publica esses volumes maravilhosos pensando totalmente em nós, leitores.
Desta vez o clássico lido por mim foi “Os Maias”, e você provavelmente já deve ter escutado sobre ele alguma vez na vida, seja pelo livro ou pela minissérie homônima que foi transmitida na Rede Globo há muitos anos atrás. Neste volume, conhecemos a história das três gerações da família Maia, então somos transportados para 1875, onde vemos Afonso Maia, um rico e nobre proprietário que se instala no Ramalhete, como é conhecida a mansão da família. Ele tem um filho chamado Pedro, que teve uma educação bastante religiosa.
Vemos que Pedro da Maia se apaixona por Maria Monforte, uma mulher que seu pai não gostava e com a qual ele era contra o casamento. Pedro foge de casa e vai viver com Maria, que lhe dá um casal de filhos. Só que o que ele nunca poderia imaginar é que sua esposa o largaria para viver com outro homem, um príncipe que ela conheceu, levando consigo a sua filha, e deixando apenas o seu pequeno.


Pedro acaba voltando para Ramalhete e fazendo as pazes com o pai, mas ele não consegue viver com o fato de ter sido traído e, por isso, acaba dando um tiro em sua cabeça, morrendo e deixando o seu filho, Carlos, para ser criado pelo avô, que lhe dá uma educação bem rigorosa, no estilo britânico, diferente da educação de seu pai, que era no estilo português.


Carlos acaba se tornando médico, e, ao conhecer uma mulher chamada Maria Eduarda, que era suspeita de ser a mulher do brasileiro Castro Gomes, acaba ficando apaixonado, tentando conseguir a atenção dela. Certo dia, conseguiu a atenção desta mulher, com quem começou a ter um caso e passou a encontrá-la em uma casa que ele havia alugado. Não demorou muito para que as pessoas descobrissem, mas de uma forma que eles acabaram podendo ficar juntos. O que ninguém nunca poderia imaginar é que um indivíduo ia trazer uma notícia que iria mudar completamente o futuro da relação desse casal.
Gostei bastante da escrita de Eça de Queirós, que eu ainda não conhecia, pois ela é inteligente e bem construída, e nos apresenta de forma rica e envolvente esta história que consegue prender a gente a cada virada de página. Narrando as três gerações da família Maia, mas com o foco no Carlos, este é um livro cheio de amor, ódio, traições, descobertas, suicídio, entre outras coisas que deixam a trama ainda mais interessante.
O enredo foi muito bem construído, mesmo que em certos momentos a trama tenha ganhado uma característica mais arrastada porque o foco muda e algumas das cenas apresentadas passam a ser mais maçantes.


“Os Maias” aborda assuntos polêmicos e critica a sociedade da época, com seus problemas sociais e políticos, entre outros. É, também, uma obra demasiadamente descritiva, o que incomoda algumas pessoas, pois deixa a narrativa um pouco mais lenta, mas este fato não atrapalha a minha leitura em nenhum momento, eu até mesmo gosto das descrições, pois sinto como se eu pudesse visualizar melhor tudo o que o autor quis me passar.

Gosto extremamente desta capa, que é simplesmente divina, assim como a folha de guarda com um padrão de azulejos portugueses, ambas produzidas pela empresa Babilonia, grande responsável pelos projetos gráficos dos títulos publicados pela coleção Clássicos Zahar. O miolo da obra apresenta diversas ilustrações inéditas de Wladimir Alves de Souza, retratando cenas e personagens da história.

Provavelmente todos já devem saber que Eça de Queirós é um autor português, e, para quem não tinha conhecimento, esta edição inaugura as obras-primas portuguesas nesta maravilhosa coleção, Clássicos Zahar. Além do texto integral, encontramos neste exemplar uma parte com a cronologia da vida e obra do escritor, um posfácio de Monica Figueiredo, e um anexo sobre o Clube de Eça e as gravuras de Wladimir. Por ser comentada, encontramos também muitas notas históricas e literárias, escritas pela dupla Aluizio Leite e Monica Figueiredo.


“Os Maias” é uma leitura válida para todas as pessoas que gostam de uma excelente história, sendo ela um clássico sobre as três gerações de uma importante família no fim do século XIX, e como suas atitudes e decisões regraram a suas vidas. Uma família cheia de altos e baixos, que nos apresenta a um retrato da burguesia da época. Um livro cheio de intrigas, conflitos, tensões, paixões, traições, tragédias, amor, que nos faz não conseguir parar de ler nem por um minuto. Recomendo demais!
Avaliação



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2 comentários:

  1. Que edição linda! Somada a tua resenha, me deixou bem empolgada para ler Eça.
    Gosto de leituras clássicas, mas essa letrinha miúda deve ser de matar né?
    Indo pra lista de desejados *-*
    Beijocas :*
    @pirulitolimao | A Garota da Livraria

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  2. Nossa passei cerca de meia hora aqui só babando suas fotos do livro, que maldade viu rsrs, já li esse livro a um bom tempo atrás e sou completamente apaixonada por ele, e essa edição ta de tirar o folego tipo assim PRECISO DESSE LIVRO EM MINHA ESTANTE !!
    Bjocas

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