O Planeta dos Macacos - Pierre Boulle

Desde que eu vi este livro em uma das minhas idas à livraria da minha cidade, fiquei morrendo de vontade de ler. Quem nunca ouviu falar em “O Planeta dos Macacos”? Os vários filmes lançados (perdi a contas de quantos foram) e também séries de televisão deram bastante fama a esta história, fazendo com que só o título cause reconhecimento e eu já saiba sobre o que se trata. Aliás, a franquia de filmes foi um sucesso de bilheteria e este título ficou conhecido como um dos maiores clássicos de ficção científica do mundo.
Como eu não poderia deixar de ler este livro, comecei a minha leitura o quanto antes me foi possível, e, agora, venho comentar nesta resenha tudo o que eu achei desta história escrita por Pierre Boulle e traduzida para o português pela editora Aleph em uma edição lindíssima.
Neste volume, vemos que o mundo está bem mais avançado do que o nosso, já que a tecnologia permitiu que os humanos conseguissem fazer viagens espaciais entre as constelações através de naves. É nesse cenário que conhecemos a história de Jinn e Phyllis, um casal que estava fazendo uma viagem interplanetária, quando avistaram uma garrafa flutuando pelo espaço. Dentro dessa garrafa eles encontraram páginas e páginas de relatos de Ulysse Mérou, um jornalista da Terra que escreveu sobre a sua viagem com mais dois exploradores pelo espaço para uma jornada à estrela Betelgeuse, alfa de Órion.

Neste relato, Ulysse explicava que, ao chegarem ao planeta Soror, ele e seus companheiros se depararam com uma situação bem diferente do que jamais haviam vivenciado, pois este era um planeta bem parecido com a Terra, porque o ar é respirável, a água é potável, entre outras semelhanças, como o sol. Mas com uma diferença muito grande: os humanos que habitavam lá eram selvagens que se comunicavam através de gritos e uivos, enquanto os macacos usavam roupas, tinham uma linguagem própria, eram bem inteligentes, moravam em casas, tinham suas próprias políticas de como governar o seu planeta, além de mandar nos humanos e muitas vezes caçar os mesmos, entre outras coisas que são bem comuns para a gente, só que no nosso caso, é o que fazemos com os animais.

Gostei bastante deste volume, que nos apresenta uma espécie de crítica sobre como vemos nosso mundo e nos faz refletir sobre como muitas pessoas tratam a espécie dos animais. Foi bem interessante ver o ponto de vista do outro lado, com nós, humanos, sendo os animais caçados, explorados, testados em laboratórios, etc.

Os personagens são incríveis, cada um com o seu jeito de ser, nos conquistando em todo momento. A narrativa consegue ser rápida, fluida e nos prender facilmente devido a suas muitas referências e sendo um romance bem inteligente, que nos choca, causa impacto, e nos sensibiliza, nesta trama cheia de reflexões, suspense e um final maravilhoso de tirar o fôlego.

A edição da Editora Aleph está muito linda como vocês podem conferir nas fotos que coloquei no post. A primeira coisa que eu notei foi o formato diferenciado, com as bordas do exemplar arredondadas (estilo aquelas agendinhas Moleskine), e a capa tem uma textura diferente e uma ilustração muito bonita e intrigante. O texto é bem diagramado, apesar de os capítulos começarem na mesma página que os anteriores terminam, e a fonte não ser tão grande, mas os espaçamentos são ótimos e ajudaram na minha leitura. Há algumas folhas com ilustrações abstratas em preto e as páginas são amarelas.

Se você já viu um dos filmes (os antigos ou os novos) e gostou, não deixe de ler o livro, pois ele consegue ser ainda melhor (em minha opinião, é claro) e, por isso, vale a apena ser lido e relido várias vezes. Este volume é um ícone da atualidade e mesmo tendo sido publicado pela primeira vez em 1963, ainda consegue ser um dos melhores livros de ficção científica, com milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo.

Recomendo “O Planeta dos Macacos” para todo mundo que curte clássicos de ficção científica, que mesmo sendo bem abordado em muitos meios de comunicação, consegue trazer uma história ainda mais incrível em sua versão literária, que nos choca, nos surpreende e nos faz questionar muitas coisas, com um final maravilhoso para uma trama bem elaborada.

Avaliação



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