Depois de
enfrentar diversas situações para lá de inusitadas e viver um romance com
ninguém menos do que o maravilhoso Mark Darcy, Bridget Jones está solteira
novamente. Mas, depois de noites de bebedeira e, claro, muita nostalgia, ela
acaba tendo duas recaídas muito importantes, uma com o próprio Mark Darcy e a
outra com ninguém menos do que o chato mulherengo e parasita, Daniel, seu
ex-chefe.
A questão é
que um destes dois encontros acabou resultando em algo inesperado: uma
gravidez! E, pior, Bridget nem ao menos sabe quem é o pai, afinal usou
camisinhas biodegradáveis em ambas as relações. O que seria muito aceitável,
afinal não atrapalha o meio ambiente e ainda mantém os golfinhos vivos por mais
tempo. Só tem um pequeno probleminha: elas estavam com suas validades vencidas!
Agora,
Bridget precisa descobrir quem é o pai, mas só no tempo certo para não correr o
risco de prejudicar o bebê, tem que lidar com conselhos, sendo a maioria bem
aterrorizante, de todos que conhece, entre pais e solteiros sem filhos, tem que
descobrir como fazer uma dieta favorável ao bebê, se preparar para entrar nessa
nova fase da vida como mãe, enquanto aprende mais sobre a maternidade e tem que
lidar com as briguinhas entre os Mark e Daniel, que não param de se provocar.
No meio disso tudo, ainda tem que lidar com as coisas que acontecem nas vidas
alheias, afinal todos querem seus conselhos e presença nas coisas mais
variadas.
E, para
deixar tudo registrado, ela decide escrever um diário para presentear seu filho
quando o mesmo estiver com idade suficiente para entender tudo o que passou, e
como foi viver aquele período de sua vida em meio a expectativas frustradas e
avanços interessantes.
Li “O Diário de Bridget Jones” e “Bridget Jones: No Limite da Razão” (clique nos títulos
para conferir as respectivas resenhas) pela primeira vez muitos anos atrás, e
me encantei completamente por estes chick-lits divertidos. E fiquei maravilhada
de poder relê-los entre o ano passado e esse ano para poder mergulhar novamente
nestas obras engraçadas com essa personagem tão carismática, que tinham me
conquistado antes e agora novamente. Então, quando a autora e posteriormente a
Editora Paralela anunciaram a publicação deste novo exemplar trazendo nossa
protagonista vivenciando novas aventuras e, desta vez, grávida, sabia que
precisava lê-lo. E adorei o resultado!
Bridget
continua divertida e atrapalhada, vivenciando as mais variadas experiências
desastrosas e tentando conciliar trabalho, amor, amizades e um tempo para si
mesma. Tudo isso e ainda tem que lidar com o fato de que está grávida e
precisará tomar conta de outra pessoa além de si, o que vai ser bem difícil,
afinal nem dela mesmo ela consegue cuidar direito. E pior é que nem o pai Jones
sabe quem é, o que dificulta ainda mais a sua vida, já que precisa enfrentar
problemas entre os dois possíveis progenitores, que vivem brigando devido ao
alto grau de competitividade que existe entre eles, e estragando momentos que
poderiam ser positivamente memoráveis.
E mesmo que
nossa protagonista continue meio irresponsável e ingênua em alguns assuntos, o
que acaba irritando em certos momentos, podemos ver seu amadurecimento e
esforço para tentar mudar e ser alguém mais ajuizada e consciente e que, mesmo
aos trancos e barrancos, consegue progredir um pouco. E, aliás, nem podemos
culpá-la por seus erros ou falta de habilidades instantâneas, afinal muitos de
nós também não nascemos sabendo tudo, ou tanto tão rápido, muito menos
poderíamos ser considerados pais perfeitos logo de primeira – ou de segunda,
terceira, etc. – ou se alguém alguma vez chega a esse patamar um dia. Afinal,
todos erram e é com erros que se aprende a melhorar, mas perfeição é algo
relativo e praticamente impossível.
Sua vida
ainda é bem atual e realista e muitos dos problemas que enfrenta são tão comuns
que você ou alguém conhecido já passou ou vai passar por algo semelhante. Ainda
há uma crítica social, mostrada de forma sutil, mas consciente, com alguns
problemas que temos que enfrentar em nossas vidas e no dia a dia, que são
chatos ou desgastantes, e até mesmo alguns machistas, afinal o mundo e as sociedades
de maneira geral ainda precisam de muito para realmente serem considerados
completamente evoluídos.
Adoro a
personalidade de Bridget, que mesmo enfrentando muitas coisas, pessoas,
julgamentos e situações no mínimo constrangedoras, ainda consegue sair com a
cabeça erguida, dar a volta por cima e encontrar bom humor em tudo, sendo uma
pessoa de bem com a vida e alto astral. Eu gostaria de ser mais como ela nesse
sentido e não levar as coisas tão a sério ou pelo menos rir um pouco mais das adversidades
da vida.
Amo o Marc
Darcy do fundo do meu coração, então todas as suas participações são ótimas,
adoráveis, algumas são engraçadas, outras fofas e ainda há as de fazer
suspirar. Claro que também tem aquelas em que queremos sacudi-lo, mas ninguém é
perfeito. Bridget tirou a sorte grande por encontrar alguém como ele, o que é
bem difícil nos dias de hoje. Já Daniel é um chato, irritante e sem graça, que
só veio para atrapalhar mais uma vez. Muitas de suas cenas são desnecessárias e
acho que o livro teria ficado melhor sem ele.
Como sempre,
a escrita de Helen Fielding flui maravilhosamente bem e quando a gente percebe,
o livro já acabou. Por ser narrado em primeira pessoa por Bridget e ela estar
escrevendo em um diário, as páginas são avançadas ainda mais rapidamente e de
forma bem prazerosa, deixando um gostinho de quero mais.
De todos os
livros protagonizados por ela, incluindo o terceiro, “Bridget Jones – Louca
Pelo Garoto” (que eu finjo que não existe), esse é de longe o menos extenso.
Até me espantei quando peguei o exemplar em mãos pela primeira vez, justamente
porque estava esperando suas pelo menos quase trezentas páginas, mas esse tem
menos de duzentas.
Seguindo o
novo projeto gráfico que a Editora Paralela utilizou no relançamento dos dois
primeiros volumes (que antes tinham sido publicados por outra editora há muitos
anos e com capas horrorosas), esta edição está um arraso. Amo esse padrão de
capas, que são lindas, coloridas e ilustradas, e ainda combinam entre si e
ficam lindas na estante. A edição impressa ainda conta com capa em soft touch
(textura aveludada), texto com diagramação confortável e páginas amarelas.
Há uma
adaptação cinematográfica dessa obra literária como aconteceu com os dois
primeiros, só que eu ainda não assisti, mas estou bem empolgada. Porém, vi que
há uma pequena diferença entre livro e filme, já que aqui o Daniel retorna como
o cafajeste ex-namorado de Bridget, com quem ela tem uma recaída e acaba sendo
um dos possíveis pais do bebê, só que o ator Hugh Grant, que interpretou o
personagem nos filmes anteriores, não aceitou participar deste terceiro, então
tiveram que fazer uma alteração no roteiro e incluir um personagem novo. Patrick
Dempsey então entrou para o elenco como Jack, a outra ponta do triângulo
amoroso. Devo dizer que não gosto de Hugh e para mim não fez diferença que não
tenha participado do filme, pelo contrário, até gostei mais. Só acho que a
autora também poderia ter ido pela mesma ideia do roteiro e ter cortado Daniel completamente
da vida de Bridget, porque esse é um personagem odioso e nojento que já deveria
ter sumido dos livros da personagem há muito tempo. Ou seja, em minha opinião,
sua participação foi total e completamente (só para dar mais ênfase)
desnecessária. Afinal, Bridget não poderia realmente ter outro homem, além
destes dois, interessado nela?
Para quem
gosta da carismática Bridget Jones, que continua sendo uma mulher forte e divertida
que enfrenta problemas reais em seu dia a dia, bem gente como a gente, “O Bebê de
Bridget Jones” é uma ótima leitura! Para quem ainda não se aventurou nos demais
livros protagonizados por ela, aconselho que os leia primeiro, já que são mais
completos do que este e nos dão um embasamento muito melhor de sua vida e das
confusões que vive.
Avaliação
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