Ellie
O'Neill é uma garota normal que vive em Henley, uma cidadezinha no interior do Maine, já
que sua mãe resolveu se mudar para lá para esconder um fato muito importante da
vida delas e, assim, deixar a filha livre da pressão da imprensa e das fofocas.
Elas, então, vivem no anonimato, se esquivando de qualquer lembrança do
escândalo do passado e buscando se esconder da verdade, guardada como um grande
segredo que apenas as duas sabem. Só que a mãe também decidiu não aceitar
qualquer ajuda financeira do pai de Ellie, então as duas não vivem com
condições financeiras tão boas assim e o sonho de frequentar um curso de verão
tão desejado de poesia em Harvard, no qual ela já foi aprovada, pode nunca ser
realizado.
Do outro lado, temos Graham Larkin, jovem ator
ídolo do momento, que fez sucesso por conta de uma trilogia cinematográfica
adorada por muitos adolescentes, vive na fabulosa Los Angeles, é bem bonito e
muito rico. Ou seja, ele vive sob os refletores por onde quer que vá, e é
rodeado de gente da área, sempre tentando ajustar sua imagem para ser a melhor
possível – não que ele precise, já que é calmo, caseiro e um bom rapaz.
Mesmo morando
em lugares opostos e vivendo vidas completamente diferentes, o destino não
brinca e resolve unir os dois de uma forma bem improvável, mas também bem comum
nos dias de hoje: a internet. Por conta de um e-mail dele, enviado para o
destinatário errado, ela, eles começam a conversar e uma grande amizade – ou
seria algo a mais? – surge daí. Esta pequena mudança em suas rotinas, acaba se
transformando em algo muito maior, o que poderá gerar consequências surpreendentes
e positivas para ambos os lados, principalmente porque nenhum deles sabe quem é
o outro, afinal eles se conhecem apenas como E. e G. E, por conta disso, acabam
se revelando profundamente para o outro: suas vidas, seus sonhos, desejos,
anseios, esperanças e medos.
Até que Graham
tem uma ótima oportunidade para transferir este relacionamento virtual para
algo real – seu novo filme será gravado numa cidade pequena e ele sugere (ou
mais do que isso) que seja onde mora Ellie. Agora ele vai ter que encontrá-la e
revelar quem é G. verdadeiramente. Mas será que Ellie está pronta para
aceitá-lo e, junto com ele, sua vida de aparições públicas e paparazzi? Será
que sua ideia de segui-la até sua cidade sem que ela soubesse foi realmente uma
coisa boa?
Gostei mais desta
obra do que da anterior de Jennifer E. Smith publicada no Brasil, “A
Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista” (clique no título para
conferir a resenha), apesar de ter adorado esta também. E, antes de ler este
seu novo livro, eu não sabia nada sobre a história, só quis ler por conta da
autora. E fico feliz por tê-lo feito, porque curti me surpreender pelo caminho
e adorei o enredo.
A história
é, basicamente, sobre os dois personagens e suas questões pessoais. Mesmo que
existam outros rodeando a trama e sendo muito importantes em diversos momentos,
eles só estão ali como coadjuvantes mesmo, vivendo em torno de nossos dois
protagonistas e fazendo apenas pequenas participações – mesmo que algumas bem
significantes. Então este livro é mais voltado para aqueles que gostam de um
delicioso romance leve e juvenil, daquele estilo de primeiro amor, onde os
problemas parecem maiores do que realmente são e naquele momento onde as
responsabilidades estão começando a ficar maiores. É aquela época de descobertas,
onde conhecer alguém e gostar tanto dessa pessoa que, mesmo um simples gesto, deixa
o outro feliz. É gostoso e calmo, envolvente e divertido. Perfeito para quem
gosta deste tipo de romance jovem e novo, e também para aqueles que estão
vivendo nesta fase.
Os capítulos
são intercalados, acompanhando ora a visão de Ellie, ora a de Graham, ambas em
terceira pessoa. E a autora utiliza uma forma de narrativa onde passado (tanto
o recente quando de anos atrás) e presente se intercalam, as vezes na mesma
página. Curto demais este recurso porque dá para conhecermos bastante dos
personagens, e sempre fui fã de pontos de vista alternados, compartilhando com
o leitor dois lados de uma mesma história. Só que alguns capítulos pareciam
mais arrastados porque a autora enrolava um pouco para contar as coisas, não
que isso tenha sido ruim, mas às vezes eu sentia falta de fluidez, e acredito
que se ela cortasse alguns trechos teria o mesmo sentido e seria tão bom – ou
melhor! – quanto.
O romance é
extremamente fofo, daquele tipo que a gente suspira quando há uma cena entre o
casal, que torce para que eles fiquem juntos, que vibra quando algo dá certo e
fica triste/chateado quando as coisas acabam saindo diferente do esperado. E,
apesar das suas quatrocentas páginas, esta leitura é tão gostosa e envolvente,
que a gente lê tão rápido que nem percebe e, no final, ficamos com um gostinho
de NECESSITO de mais.
Uma coisa
que acabou me incomodando é que em alguns momentos eu senti falta de um pouco
mais de emoção e atitude de ambos os lados. Tanto da primeira vez que souberam
quem eram, que faltou uma reação mais acalorada (mesmo que ela fosse boa ou
ruim), quanto quando tiveram um afastamento inevitável e desistiram apenas.
Confesso que eu senti vontade de entrar no livro para sacudir ambos e fazer com
que se mexessem um pouco mais. Hahaha
Este volume,
assim como todos os outros livros de Jennifer E. Smith, é único, ou seja, tem
começo, meio e fim [ou não! :( ], e não possui continuação. O que, neste caso,
teria sido muito bem-vinda. Mas, para quem não aguenta mais séries, esta é uma
boa pedida.
Não sou fã
desta capa, principalmente depois de finalizada a leitura, afinal ela
praticamente não tem nada a ver com o conteúdo, exceto pelo envelope com o
porquinho. Por outro lado, a diagramação é confortável, com fonte e espaçamento
em tamanhos bons para uma leitura por mais tempo sem cansar a vista, além de
contar com páginas amarelas.
Só tenho uma
grande reclamação a respeito deste livro: o final é aberto! Não é sempre que eu
me importo com algo assim (apesar de preferir finais fechados), mas, neste
caso, eu realmente fiquei aborrecida porque estava esperando saber o que
aconteceria com o casal desde o começo da leitura e acabou sem que eu tivesse
esta importante resposta. Fora que alguns pontos relevantes também não tiveram
desfechos tão bons assim. E essas coisas me incomodaram bastante e fizeram com
que eu tirasse mais meia casinha (a outra metade foi por conta dos pontos
citados anteriormente) da pontuação final.
Já percebi
que a autora gosta de mostrar que o acaso pode mudar vidas, que um simples
momento pode ser tão importante quanto os mais complexos nesta teia de
acontecimentos que é a vida, que um erro pode se transformar num grande acerto,
e que o destino pode mudar tudo de um segundo para o outro. Gosto de acreditar
nisto também, e espero que um dia alguma coisa muito boa e inesperada possa
acontecer para mim e balançar as coisas, transformando esta experiência que é
viver em algo ainda melhor. Enquanto este momento não me alcança, gosto de
poder acompanhar os dos outros, melhor ainda em livros e séries, então não é
segredo nenhum que esta história tinha tudo para me encantar, por mais que eu
nem mesmo tivesse lido a sinopse – porque realmente não li – e foi isso o que
ela fez. Foi um “tiro no escuro” que deu certo e, para mim, ser feliz é assim, gostar
muito de uma leitura.
Avaliação
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