Mallory
acaba de descobrir que foi traída por seu namorado virtualmente e não pensou
duas vezes antes de chamá-lo de cretino mentiroso no perfil dele numa rede
social. Evitando o contato com o resto do mundo e não atendendo suas ligações
telefônicas, ela vai ajudar o pai na mudança de sua avó para uma comunidade de
aposentados, e começa a separar as coisas dela quando se depara com uma lista
que sua avó criou quando ainda era jovem e estava no colégio, com a idade de
Mallory.
Muito
chateada com a situação com seu agora-ex-namorado, e tentando sentir-se melhor,
ela se inspira na lista de sua avó e decide que quer viver como ela em sua
adolescência na década de 1960 e resolve se ver livre de toda tecnologia
existente e isso inclui, claro, a internet. E, agora, Mallory poderá ter
relações mais próximas com as pessoas. Então ela cria sua própria lista e
decide que vai cumpri-la custe o que custar, fazendo uma promessa a si mesma de
que não vai voltar atrás.
Só que, o
que antes parecia ser fácil e conveniente, acaba se tornando um verdadeiro
desafio, afinal ela não vai poder contar com nenhuma das facilidades da vida
moderna – e isso, além de computadores e celulares, também inclui micro-ondas e
GPS, por exemplo. A sorte de nossa protagonista é que ela pode contar com a
ajuda de sua irmã mais nova, Ginnie, e do fofo Oliver.
Quando vi
este livro entre os lançamentos da Benvirá, logo fiquei muito interessada pela
leitura. Primeiro por conta do título, que prometia algo bem interessante,
segundo pela capa maravilhosa que, inclusive, tem tudo a ver com o título e a
proposta do livro (adoro mesmo quando isso acontece!), e terceiro a sinopse,
que passava uma ideia de uma história leve e divertida, bem do jeito que eu
gosto de ler.
Além disso
tudo, a frase que está na capa, da rainha Meg Cabot, uma das minhas
autoras de obras juvenis preferidas, realmente é interessante e, depois de ler
o livro, pude comprovar que também é verdadeira! Sua opinião entusiasmada com
certeza nos instiga a conhecer a protagonista de Lindsey Leavitt, sua vida e
toda sua nova fase vintage. Confesso que, até o momento em que comecei a lê-lo,
pensava que se tratava de uma obra de chick lit adulto, mas na verdade é um
jovem adulto contemporâneo.
E não é que
eu tive uma grata surpresa quando, de fato, comecei a leitura? Gostei bastante
desta obra e preciso indicá-la a todos os leitores que gostem de livros mais
juvenis. O que eu achei mais legal é que esta história é mais do que parece
inicialmente e vai além dos relacionamentos amorosos da protagonista e da
descoberta do amor ou do príncipe encantado, mesmo tendo começado por conta
disso. Na verdade, Mallory descobre mais sobre si mesma e a felicidade que pode
encontrar sozinha, sem precisar de ninguém para fazê-la se sentir bem. Mas quem
gosta de um romance não precisa se preocupar, porque também há cenas mais fofas
neste sentido, afinal uma companhia amorosa
nunca é ruim para ninguém.
A autora se
focou bastante na relação entre as pessoas e em como elas realmente poderiam
mudar se todos parassem de dar tanta atenção assim às tecnologias e passassem a
dar mais importância ao relacionamento com os próximos em seu dia a dia. Este
fato, como mostrado no livro, trouxe muitas reviravoltas e diversos segredos
foram revelados, inclusive aqueles que até pareciam piores quando ainda eram
hipotéticos.
Por conta de
a narrativa ser em primeira pessoa, podemos acompanhar os pensamentos de nossa
protagonista, Mallory, de perto, e curti muito isto porque ela é bem alegre e
transmite uma fácil identificação no leitor. Gostei bastante dela, que é
cativante, inteligente e decidida, e também de sua irmã mais nova, Ginnie, que
é um doce de menina. Oliver é um personagem encantador que foi uma ótima e
bem-vinda adição à trama.
Mallory é
uma garota admirável que acaba encontrando sua independência em sua busca pelo
autoconhecimento e foi bem gratificante poder acompanhar a evolução da
personagem conforme as páginas da leitura iam sendo avançadas.
Uma personagem
possui um blog e achei isto demais pelo simples fato de eu também ser
blogueira, mesmo que de uma área diferente, e não é tão comum assim encontrar personagens
com esta profissão ou hobby nos livros que leio, pelo menos não até hoje.
O pai de
Mallory trabalha comprando antiguidades em leilões, brechós e depósitos,
revendendo-as depois, e é nossa adorável protagonista quem o ajuda nesta
profissão. Achei interessantíssimo por dois motivos, primeiro que eu nunca
antes havia conhecido alguém com este trabalho em nenhum livro que eu li na
vida (pelo menos não os que eu li recentemente, os de muito tempo atrás eu não
lembro ao certo), segundo porque eu assistia e adorava (não tenho mais TV a
cabo, por isso não vejo mais, mas é uma ótima dica!) um programa do canal
A&E, chamado “Quem dá mais” [Storage Wars], que é justamente sobre isso! As
pessoas frequentando leilões e depósitos para, talvez, encontrar relíquias e
revendê-las depois, então adorei ver isto também no livro.
Me diverti
bastante com esta história e até dei algumas risadas. Esta é uma leitura
rápida, leve e envolvente, com um ritmo muito gostoso, que vai te fazer viajar
décadas atrás, mesmo ainda estando no presente e cheio de características bem
atuais.
Eu achei
engraçado que Mallory não conhecia algumas coisas de antes da tecnologia, como,
por exemplo, telefone fixo daqueles mais antigos, porque ainda é estranho ver
que as pessoas mais novas do que eu não tiveram acesso a estes objetos, sendo
que eu mesma não cheguei nem aos trinta ainda (faltam alguns anos! Hahaha),
pois a tecnologia avançou com mais rapidez neste tempo em que estou neste mundo
do que qualquer tempo antes.
E, mesmo
tendo vivido numa época anterior à internet, redes sociais, celulares, mp3, e
algumas outras tecnologias de hoje, não conseguiria voltar ao passado e deixar
tudo isso de lado, então super admiro a força de vontade de Mallory de ir atrás
de seu objetivo e deixar tudo de atual para lá e ainda conseguir se manter
assim por dias, mesmo sabendo que elas facilitariam muito a sua vida em
diversos momentos.
O livro é
realmente cheio de referências, e mesmo que algumas delas não estejam com seus
nomes verdadeiros, a gente logo identifica o que são na verdade. Uma destas é
um jogo no estilo Second Life, que eu nunca joguei, mas sei como virou um vício
entre muitas pessoas (acho que principalmente de fora do Brasil), então achei
bem realista e bacana a autora ter incluído isto na trama.
Sobre a
parte gráfica, a Benvirá está de parabéns pelo trabalho mais uma vez. A capa
original foi mantida e, como comentei anteriormente, gosto muito dela. A
diagramação interna está simples e bem feita, com fonte e espaçamentos de
tamanhos confortáveis para uma leitura tranquila. Em todo início de capítulo há
listas de Mallory e, apesar de não ser uma viciada em listas como ela, me
identifico com esta sua característica porque crio listas em várias situações.
As páginas são amarelas, o que também agrada mais leitores.
Ainda não
conhecia o trabalho da autora, Lindsey Leavitt, mas já fiquei com muita vontade
de conhecer outras de suas obras, então estou torcendo bastante para que a
Benvirá ou alguma outra editora brasileira resolva publicar seus demais livros.
Gostei muito
do final, que reitera ainda mais o fato de que qualquer pessoa, assim como
Mallory, pode ser feliz, basta buscar dentro de si mesma o que lhe faz bem.
Claro que gostei ainda mais do epílogo porque sabemos o que aconteceu e, sendo
eu uma romântica que estava torcendo por um casal, pude saber o que aconteceu
com eles, mesmo que brevemente, e isso foi realmente ótimo.
Recomendo
muito a leitura de “Quero ser Vintage” para todas as pessoas que gostam de livros
voltados para o público adolescente e também para aquelas que estão passando
por esta fase no momento. A escrita de Lindsey Leavitt é deliciosa, cheia de
referências atuais ao mesmo tempo em que nos leva numa viagem para a década de
1960, com uma protagonista incrível e personagens cativantes que vão te
conquistar.
Avaliação
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