Depois de
conhecermos cada uma das cinco filhas Walsh em histórias repletas de humor,
drama, emoção e superação, chegou a vez de ninguém menos do que a matriarca da
família ter sua própria voz e contar algumas situações bem loucas e divertidas vivenciadas
por cada um dos membros da família para leitor nenhum botar defeito!
Com a
palavra, a Mamãe Walsh nos conta diversos detalhes e momentos sobre esta família
irlandesa mais disfuncional – e engraçada – dos chick lits, nos levando ao riso
em poucas linhas. Mas ela também sabe falar sério e comenta alguns pontos bem
reflexivos.
Dos doze
livros de Marian Keyes publicados no Brasil, eu li apenas dois e meio há alguns
anos, sendo apenas um das Walsh, “Melancia”. Mas agora que vi comentários de
que este exemplar de “Mamãe Walsh”, último lançamento dela no país, era uma
história hilária narrada pela matriarca da família, eu sabia que precisava
tirar meu atraso com os títulos da autora e corri para ler este o quanto antes.
E, olha, eu
realmente ADOREI! Esta é uma obra extremamente engraçada! A Mamãe Walsh é uma
figura e me diverti imensamente com seus comentários. O livro é dividido em letras
do alfabeto e, em cada uma delas, há tópicos com palavras iniciadas pela letra
em questão. Aí, ela nos conta acontecimentos que ilustram o tema da vez, em uma
narrativa em primeira pessoa, o que nos aproxima ainda mais do que é dito por ser
um papo descontraído com o leitor.
Ou seja, não
é um livro com uma história de início, meio e fim, é mais como um complemento
engraçado sobre os personagens da Família Walsh que os fãs da autora conhecem
tão bem, onde a mãe vai contando situações, experiências, segredos, etc. com
relação a algumas coisas que aconteceram com ela, suas filhas ou outras pessoas
ao redor.
Antes do
dicionário propriamente dito, há uma pequena apresentação da Família Walsh,
onde ela fala um pouco sobre cada filha, com um mini resumo sobre suas vidas e o
nome do livro de cada uma, onde podemos encontrar a história completa das
personagens: Claire, Margaret, Rachel, Anna e Helen. E, também, fala brevemente
de seu marido, o Sr. Walsh.
Claro que quem
já leu os livros protagonizados pelas filhas Walsh com certeza vai aproveitar
ainda mais a leitura porque já as conhece, então as referências farão mais
sentido. Porém, não é necessário ter lido nenhuma das outras obras da autora
para entender e apreciar este volume. Eu, por exemplo, só li o primeiro da série
Família Walsh e, mesmo assim, já faz muitos anos, então nem me lembro de quase
nenhum acontecimento e ainda adorei este livro, inclusive mais do que qualquer
outro que eu tenha lido da autora. Isso se deve ao fato de ser mais voltado
para a comédia, e eu amo histórias engraçadas.
A leitura é
muito rápida, com linguagem fácil e direta, e recheada de piadinhas e sagacidade.
Dá para começar e terminar de ler em apenas um dia, e se divertir do começo ao
fim com a protagonista e suas lembranças.
Mas não é só
de “graça” que este livro é composto, também há trechos reflexivos, sendo o
melhor e mais marcantes deles, o tópico “F também é de Felicidade”, onde Mamãe
Walsh nos presenteia com sábias palavras sobre o que é ser feliz para ela, e
isso nos faz olhar para nossas próprias vidas e perceber que realmente será
fácil se sentir bem assim também se pensarmos semelhante a ela neste caso.
Poderia
considerar spoilers algumas pequenas informações que ela cita sobre com quem
suas filhas ficam nos livros narrados por cada uma delas, mas acredito que no
fundo não possam ser encarados como grandes revelações porque, neste tipo de
história, geralmente já sabemos desde o início com quem a protagonista vai
ficar no final, então acaba nem sendo uma surpresa tão grande assim.
Lá fora a
versão impressa não foi publicada em inglês (pelo menos eu não encontrei
informações sobre isto), somente em e-book, mas fico bastante contente de a
Bertrand Brasil ter trazido para os fãs nacionais o livro físico, já que ele
ficou uma graça e eu gosto de acrescentar títulos impressos na minha estante!
Mesmo
seguindo o estilo de capas dos livros de Marian Keyes, este volume é em um
tamanho menor do que toda a coleção e tem o formato padrão de 14 cm x 21 cm,
com suas apenas cento e sessenta páginas. Mas acho que ficou perfeito deste
jeito porque o conteúdo é pouco (infelizmente) e encaixou muito bem com o
tamanho dele.
A
diagramação está ótima, com fonte e espaçamento confortáveis para uma leitura
agradável por mais tempo. Cada capítulo é uma letra do alfabeto (exceto o W,
que foi excluído, tadinho! – Sei que nenhuma palavra em português começa com
esta letra, mas poderiam ter colocado a palavra no original e uma nota de
rodapé com a tradução), e tanto na parte superior das páginas, quanto entre a
“definição” de uma ou outra palavra, há elementos gráficos bem fofinhos, umas florezinhas.
A única coisa que pode incomodar alguns leitores é o fato das folhas serem
brancas, mas todos os outros livros da autora publicados no Brasil também são.
Apesar de
ser considerado o volume seis da série, na verdade foi publicado entre o quatro
e o cinco, ou seja, poderia ser apontado como o livro #4.5. Uma grande
evidência deste fato no texto é que logo no começo, quando ela faz uma breve
apresentação da família, cita os nomes de cada livro narrado por uma de suas
filhas, menos o de Helen, a mais nova e protagonista do livro cinco, “Chá de Sumiço”, que, inclusive, já foi resenhado aqui no blog (clique no título para
conferir). Há, também, outro momento em que ela não cita o nome do homem que
está em um relacionamento amoroso com esta sua filha, apesar de ter falado os
de todas as outras quatro.
Se você
busca uma leitura leve, descontraída e envolvente para passar bons e hilários
momentos na companhia de uma personagem carismática, em um papo sobre as
amenidades da vida de uma família bem doidinha e encantadora, então “Mamãe
Walsh: Pequeno Dicionário da Família Walsh” é para você.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário