Paul leva
uma vida normal em sua escola liberal, onde não há preconceitos e as pessoas se
tratam de maneira igual, independente de sua sexualidade ou gostos pessoais.
Ele sempre soube que era gay e vive muito bem consigo mesmo e com todos ao seu
redor, é rodeado de amigos incríveis, entre eles Tony, Joni e Infinite Darlene,
uma draq-queen super engraçada, que é quaterback e rainha do baile ao mesmo
tempo.
Até que, em
um show numa livraria, ele encontra Noah – ou será que foi encontrado por ele?
–, novo na cidade e em seu colégio. E logo o interesse nasce. Ele sente que
aquele encontro pode render mais do que apenas um mero acaso, e resolve
encontrá-lo novamente – o que acaba sendo um pouco mais difícil de acontecer,
mesmo que eles frequentem o mesmo ambiente escolar.
Numa destas
tentativas, eis que eles finalmente podem se conhecer melhor e, mesmo com
dificuldades de ambos os lados de se expor por inteiro por conta de
relacionamentos desastrosos no passado, eles acabam se revelando aos pouquinhos
e gostando mais ainda do que conhecem um do outro, mesmo com o medo da mágoa.
Mas aí Paul
estraga tudo, cometendo um erro que pode fazer com que Noah, o cara dos seus
sonhos, saia de sua vida. Mas ele não está pronto para ceder e resolve provar para
ele que não o magoará novamente. E é com a ajuda de seus fieis amigos, que ele
pode conseguir mais uma chance. Mas será que Noah está disposto a lhe dar mais
uma oportunidade ou tudo já foi por água abaixo?
Apesar de
ter todos os livros do autor já publicados no Brasil, eu só havia conhecido seu
trabalho com títulos onde ele foi coautor, “Will e Will” e “Invisível” (clique
nos títulos para conferir as resenhas), e gostei bastante dos dois. Então
estava bem empolgada para começar a leitura desta sua obra, a mais recente
lançada aqui – mesmo que na verdade seja um de seus primeiros livros, publicado
em 2003. E posso afirmar que é mais uma das histórias dele que eu adorei!
A escrita de
Levithan é deliciosa e muito fluida, e tem um quê de poética, já que suas
palavras são carregadas de mensagens e pontos reflexivos sutis, o que torna o
texto ainda mais incrível e marcante. Este livro é curto e a leitura é rápida,
então, quando você percebe, mal começou a leitura e já acabou. A narrativa é em
primeira pessoa pelo ponto de vista de Paul e gostei muito dele com sua
segurança e confiança.
O romance
acontece naturalmente e é bem fofo, só senti falta de um pouco mais de
diálogos, porque o autor optou por contar mais do que mostrar, mas curti o
relacionamento dos dois e como foi desenvolvido.
Sobre os
personagens, é impressionante, eu gostei de absolutamente quase todos os
principais, apesar de algumas coisas que dois deles (um principal e outro que
surgiu para atrapalhar) faziam terem me irritado bastante. Mas me encantei por
cada um (dos demais), com seus conflitos pessoais, com a forma como lidavam com
eles, com a amizade entre todo mundo, e curti ver o crescimento de cada um
individualmente.
E, mesmo
tendo vários personagens e o foco sendo em Paul, Levithan consegue nos
apresentar aos demais de maneira bem feita e especial, nos fazendo torcer para
que todos eles consigam alcançar o que desejam e/ou precisam e que, no final,
tudo fique bem.
O final da
história de Paul e seus amigos é fofo e acaba numa cena mais do que adorável
com todos os mais importantes presentes, mas eu precisava de mais. Queria saber
o que aconteceu entre a melhor amiga dele, Joni, e o novo namorado, Chuck, e,
mais ainda, sobre a relação do encantador Tony com seus pais, porque Levithan deu
tanta importância a estes tópicos, que acho que ficou faltando um desfecho mais
conclusivo a respeito deles e eu realmente queria saber o que aconteceu.
O autor
finaliza a história principal, porém o livro não termina, já que encontramos um
conto, chamado “A quarterback e o
líder de torcida”, protagonizado por Infinite Darlene em terceira pessoa.
Gostei muito do conto porque pude conhecer mais desta personagem que teve
bastante destaque no livro e da qual eu gostei muito. Fiquei contente de ver um
final feliz além da história de Paul nesta obra.
A linguagem de
David é fácil e atual e os capítulos têm títulos, coisa que eu gosto muito,
exceto por alguns (poucos, mas existentes) em que eles revelam demais e a gente
já sabe de algo importante que vai acontecer naquele momento.
A cidade em
que eles vivem é incrível e o mundo seria um lugar 100% melhor se fosse
exatamente igual. Não há preconceitos a respeito da sexualidade de ninguém,
cada um consegue ser feliz da maneira que é, fazendo o que gosta de fazer
(afinal, existem clubes e aulas para tudo!), os relacionamentos, tanto em
relação aos de amizade, quanto amorosos são ótimos e bem abertos, entre
diversos outros detalhes que fazem a cidade ser um lugar especial.
A única
parte que nem tudo são flores é em relação às famílias, já que conhecemos algumas
que não aceitam a sexualidade dos filhos. Mas, mesmo estes, não são sempre tão
radicais e tão ruins com os filhos, quanto ainda podemos encontrar em nossa
realidade atual, infelizmente.
Confesso que
eu esperava um livro maior e, quando ele chegou aqui em casa, fiquei surpresa com
o tamanho e a finura dele – tem apenas 237 páginas no formato padrão 14 cm x
21cm. O ponto negativo é que a história passa tão rapidamente que nos deixa com
um gostinho de quero muito mais.
Eu gosto
desta capa, mas não me chama tanta atenção assim. A diagramação é simples e bem
feita, com fonte e espaçamento em tamanhos confortáveis para uma leitura bem
tranquila por um grande período de tempo, principalmente por contar com páginas
amarelas.
Apesar de,
neste livro, ser tudo mais simples e fácil do que parece, na vida real não é
bem assim e, mesmo eu não vivendo essas coisas na pele (afinal sou heterossexual
– não que isso importe aqui), eu conheço algumas pessoas (e sei de outras) que
enfrentam dificuldades todos os dias só porque gostam de gente do mesmo sexo e
isso é, no mínimo, revoltante. Então eu realmente queria que o mundo fosse
assim, como em “Garoto encontra Garoto”, e que tivessem a mesma sensibilidade
que Levithan tem, de ver e aceitar o mundo como ele é, e que as pessoas
parassem de se preocupar com quem cada um quer se relacionar e passassem a se
importar mais com o sentimento mais bonito que existe, o amor.
“Garoto
Encontra Garoto” é uma história bem leve, mesmo apresentando questões mais
profundas, com personagens extremamente cativantes, e tão envolvente e
divertida, que tenho certeza de que você também vai se apaixonar.
Avaliação
Quero muito ler esse livro
ResponderExcluirO primeiro que li do David foi Will & Wll junto com o John Green e amei