embuscadoamor.com – Emma Garcia

Viv está num bom relacionamento amoroso há cinco anos com Rob, lindo, rico e um ótimo partido, de quem é noiva desde alguns meses após começarem a sair juntos e com quem está prestes a se casar... pela terceira vez. Mas, depois de Rob adiar o casório novamente, ela resolve dar um basta nisso, dando um tempo na relação e se mudando de casa.
É claro que este tempo era para ser algo breve, só para ele se dar conta de que não poderia viver sem ela, mas as coisas acabam saindo diferente do esperado e Rob já está em um novo relacionamento com uma outra mulher.
Mas Viv tem certeza de que ainda não é tarde para reconquistá-lo e vai atrás de seu objetivo. Só que as coisas saem de controle e ela acaba se declarando num momento bem inapropriado, e é Max, seu melhor amigo, quem vai estar ao seu lado para ajudá-la a passar por este momento.
Depois do fim do relacionamento e com uma Viv um pouco mais madura, ela acaba se abrindo para outras possibilidades e olhando para os lados, mais especificamente para alguém que poderá fazê-la mais feliz do que qualquer outro já fez.
Porém, nossa querida protagonista está confusa e acaba fazendo uma escolha errada, complicando tudo mais do que nunca. Agora, ela vai precisar bolar um plano que nada mais é do que uma grande loucura para trazer seu amor de volta.
Estava bem empolgada para começar esta leitura o quanto antes, porque eu gosto muito de chick lits, a sinopse deste era bem promissora, e a capa me encantou. Mas, conforme a leitura ia avançando, percebi que minhas expectativas eram altas demais, o que nem sempre é algo positivo, e alguns pontos da história e da narrativa da autora acabaram me incomodando. Então eu gostei do que li, porém com algumas ressalvas, que vou comentar mais abaixo para vocês.
Viv é bem divertida e uma protagonista meio maluquinha e gostei de acompanhá-la na maior parte do tempo. Acho, inclusive, que seria interessante ter uma amiga como ela na vida real. Ou seja, Viv é uma personagem pela qual eu simpatizei de maneira geral, mas não gostei dela em alguns momentos. Como, por exemplo, a sua arrogância com relação a algumas coisas, entre elas a profissão de artista de Max, ou o namorado de sua avó Reggie, e a forma como ela o tratou em alguns momentos, ou até mesmo as conversas com Lucy, quando o assunto não era o que ela mais gosta de papear: ela mesma e seus dramas. Além do mais, ao meu ver, ela passa muito tempo sofrendo por um ou outro homem de forma exagerada demais, quando deveria dar mais valor a si própria e à sua vida, e deixar um pouco todo esta dramaticidade para lá.
Por outro lado, sofrer por amor é sempre ruim, mesmo que para algumas pessoas, como Viv, seja tudo de maneira mais intensa, então dá para entender algumas de suas atitudes e pensamentos e me senti mais próxima à ela, afinal, a personagem é bem real e humana, cheia de qualidades e também de defeitos.
Acho tenho certeza que ela é meio totalmente stalker, o que acaba sendo engraçado em diversos momentos por conta das coisas que ela pensa e como age. Mas também fiquei com vontade de sacudi-la em outras partes porque isso só a fazia sofrer mais e deixar sua rotina e as coisas importantes de lado.
Quando as últimas páginas iam se aproximando, senti que o ritmo ficou muito rápido e os detalhes importantes aconteceram com pressa (enquanto outros pararam de existir, como uma interação maior com os personagens), diferente do resto do livro. E eu queria um aprofundamento justamente em algumas destas cenas como, por exemplo, o casamento de sua avó, o qual nós não acompanhamos no momento em que ocorre, mas que eu realmente gostaria de “estar presente”, porém ela apenas comenta sobre o que aconteceu lá brevemente depois.
Por falar nisso, se alguém um dia já pensou em escrever um final terrível para seu livro, acho que encontrei esta pessoa: Emma Garcia. Não sei nem o que pensar da forma como ela resolveu finalizar esta história, já que as coisas mais importantes, que ficaram rondando a protagonista desde a metade do livro para o final, foram simplesmente deixadas de lado e sem respostas, e a única coisa de importante sobre a loucura de amor também teve uma resolução sem graça. Estou realmente muito decepcionada com este fim e com uma raiva da autora por ter me deixado esperançosa de encontrar algo realmente bom.
O que ameniza um pouco este fim, é que descobri que o livro tem continuação (lançada dois anos após o primeiro volume), a qual ainda não sei se será publicada aqui no Brasil, mas espero MUITO que sim, porque eu realmente necessito saber as respostas para as minhas infinitas perguntas, e quero mesmo saber o que aconteceu depois deste final. A sequência, "OMG Baby!", foi publicada no meio deste ano lá fora e, com o título e a sinopse, já deu para ter uma ideia do que aconteceu, então eu tenho mesmo que ler.
Dos personagens secundários, eu gostei das amigas de Viv, Ruby e Christie (uma doida que na verdade era assistente da protagonista), e espero encontrá-las com mais frequência na sequência desta história.
Apesar de um site de autoajuda com este mesmo nome do título realmente ter sido criado pela protagonista, ele não teve assim tanta relevância na obra quanto eu pensei que teria, apenas no começo dos capítulos, que sempre tinha alguma coisa do site relacionado com o momento que Viv estava vivendo.
Na verdade, o grande destaque do livro são as loucuras de Viv atrás de seu melhor amigo, com a campanha que ela cria “Où est Max” (ou Cadê o Max – a tradução dada no livro), que acho que seria um título com mais sentido para o livro, já que tem muito mais importância do que seu site. E é muito divertida, pois toma proporções enormes, coisas que só alguém como Viv faria.
Mas toda a trama sobre ele meio que saiu de controle, já que Max desapareceu do nada, sem dar notícias ou recado para Viv, só porque estava magoado. Pareceu tudo mais infantil do que o pretendido, como se ele fosse um adolescente que evita assuntos sérios, já que poderia ter simplesmente respondido ou entrado em contato com ela para conversar alguma coisa, ao invés de fugir e fazer tratamento de silêncio completo. O ponto positivo disto é que deu para a trama seguir para um caminho mais engraçado e inesperado.
Ainda sobre ele, Max é um personagem encantador e adorável que eu gostei muito de conhecer e não sei como Viv demorou tanto para notá-lo, nem como perdeu tanto tempo com aquele insuportável, arrogante e babaca do Rob. Só queria que tivesse tido mais do relacionamento dos dois (Viv e Max!) para acompanhar, porque era fofo, genuíno e real. Sorte que a autora escreveu um segundo volume!
Também acho que a escritora tem uma fixação meio estranha por pelos/cabelos, porque houve momentos mais do que se pode chamar de comum (hahaha) em que ela cita um ou outro, alguns de forma divertida, porém, outras apenas nojentas.
Pensei que iria rir muito com este volume, daquele tipo de risos constrangedores, mas, infelizmente isto não aconteceu. Na verdade, eu não dei uma única risada em todo o livro, que, apesar de ser divertido e de eu ter sorrido, não o considerei de comédia. Não estou dizendo isto como uma coisa ruim, apenas que eu estava esperando algo diferente.
Gosto bastante desta capa, que logo que a vi me remeteu ao gênero chick lit, as cores estão lindas e harmoniosas e adorei a suavidade do fundo, com tons leves e clarinhos de azul e verde, que dão a impressão de segundo plano fosco. Na edição impressa há verniz localizado nos corações e no título, que também está em alto-relevo, e as páginas são amarelas. A diagramação é confortável, a fonte escolhida está num tamanho bom, assim como os espaçamentos.
A leitura intercala momentos mais alegres e alto astrais com outros tristes e também alguns reflexivos, de forma leve, envolvente e até encantadora. A autora escreve sobre uma garota real, com problemas normais pelos quais qualquer um de nós já passou ou vai passar um dia (talvez não com tanta demonstração pública) e foi divertido poder acompanhá-la nesta jornada pela vida. Se você busca um chick lit adulto com estas características, acho que pode gostar desta história.
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