Em O Atlas Esmeralda (Os Livros do
Princípio- Parte 1) do americano John Stephens da editora Suma de Letras, fazem dez anos Kate, Michael e Emma foram retirados de suas camas repentinamente no
meio da noite. Perseguidos por estranhas criaturas são levados para longe de
seus pais, e passam a vagar por diversos orfanatos acreditando que seus pais
viriam buscá-los.
Kate, a irmã mais velha, é a
única que se lembra dos pais e da promessa que fez a mãe de cuidar dos irmãos.
Depois de se negarem a adoção são enviados a uma velha mansão orfanato em
Cambridge Falls. E quando já acreditavam passar os próximos dias no marasmo
encontram um velho livro durante um passeio pela mansão. Um atlas encantado surge na vidas
destas crianças prometendo respostas, uma jornada ao passado habitado por
anões, gigantes, lobos famintos e uma condessa fonte de todo o mal. Na procura
por quem são acabam tendo que salvar o mundo.
Narrado em terceira pessoa os
pontos de vista da história variam entre os três irmãos. O diferencial fica por
conta das viagens no tempo que o Atlas proporciona, criando um quebra cabeça
único que é montado aos poucos pelas crianças, onde ao mesmo tempo em que
descobrem sua história tentam salvar as crianças prisioneiras do passado. A
forma como essas passagens do tempo se dão é muito original, mas preste atenção
isso pode causar confusão!
O livro conta com uma diagramação
simples, mas que possui uma pequena ilustração em cada início de capítulo,
ilustrações essas muito apropriadas ao enredo, assim como a capa que conta com
a cachoeira e mansão ao fundo.
Kate tem apenas quatorze anos,
mas diante da responsabilidade de cuidar dos irmãos que assumiu na noite que foi levada de casa é extremamente responsável e preocupada com os irmãos, logo
amadureceu mais cedo do que o normal. Precisa encontrar e perdoar dentro de si a raiva que
sente dos pais por abandoná-los.
Michael tem como lembrança do pai
um livro que pertencia a ele, este livro falava de anões, assim os anões se
tornam a obsessão dele, e a forma que encontrou de sublimar o sofrimento que
sente. É o que acredita em magia e nas histórias, o que o torna alvo de ataque
especialmente por parte da irmã Emma.
Emma, a mais nova, é também a
mais raivosa, diante do desconhecido ou do que sente como ameaça usa como arma
o ataque. É impulsiva e não mede as palavras. Se vê diante da missão de domar a
raiva que sente do mundo para se salvar e salvar seus colegas.
As crianças são muito bem
exploradas, são crianças que de fato apresentam características da idade
levando em conta a situação de abandono que sofreram. Este abandono é que
contorna a personalidade de cada um deles. É interessante perceber como cada um
deles trouxe uma resposta diferente ao sofrimento.
A inspiração na obra de Tolkien é
evidente, a Batalha da Cidade Morta conta com uma estrutura muito similar a
Batalha do Abismo de Helm do livro As Duas Torres ( Vol.2 do O Senhor dos
Anéis). As características dos anões também são muito similares com os que
aparecem nas obras de Tolkien.
Os personagens secundários como
Dr. Pym, Gabriel, Robie e etc são bem descritos e ganham a simpatia logo de
cara. A vilã Condessa diferente do comum aparece logo no início a trama,
trazendo outro diferencial, já que você não aguarda o livro todo pelo
confronto.
Atlas Esmeralda é uma história de
magia e fantasia com tudo que se espera: seres mágicos, ritmo acelerado, mistérios,
personagem encantadores e com um fim que só é fim porque acaba, já que os
acontecimentos não param até a última página! Mais que recomendado a todas as
crianças grandes de plantão.
A Crônica do Fogo, sequência da trilogia já foi publicada pela editora que fez pouca divulgação a respeito. O terceiro e último livro ainda não foi publicado pelo autor.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário