Penny é uma
menina comum em Brighton, Reino Unido, que tem um melhor amigo incrível, uma
família maravilhosa, é muito atrapalhada, ama fotografias, e tem crises de
pânico que estão deixando-a nervosa. E ela tem um segredo: possui um blog
anônimo chamado Garota Online. Neste espaço ela se sente muito confortável para
ser ela mesma, então escreve sobre tudo o que passa em sua vida, que incluem
seus sentimentos mais íntimos, os momentos bons que vivencia, os dramas, e até
os ruins, e atualmente possui muitos leitores, que estão sempre lendo,
comentando e dividindo experiências com a menina.
Agora, sua
família acaba aceitando um emprego nos EUA, e resolvem viajar para o país, mais
especificamente Nova York, e Penny vai junto, mesmo com medo de que suas crises
possam atrapalhá-la na viagem. Mas, o que ela não esperava era conhecer o
encantador Noah, um garoto incrivelmente bonito, que também é muito simpático e
possui muitas coisas em comum com Penny. A química entre eles é incrível e o
bom relacionamento que acabam construindo é inevitável.
A única
coisa que ela não poderia prever é que Noah também tem um segredo, que vai
acabar afetando a vida da menina mais do que ela poderia imaginar. Será que
Penny vai saber como lidar com tudo o que vai acontecer? O relacionamento entre
ela e Noah será algo passageiro, uma grande mentira, ou vai durar mais do que
isto? E o Garota Online, continuará sendo seu porto seguro e local de desabafo?
Gostei
bastante da Penny como personagem principal desta obra e curti acompanhar a
história sob seu ponto de vista em primeira pessoa, ela é adorável e sua
construção foi muito bem feita, porque trouxe bastante realidade à trama por
conta de sua personalidade, questões e problemas normais que todos os jovens
enfrentam algum dia. Além disso, a linguagem é simples e de fácil entendimento,
aproximando ainda mais o leitor da menina.
Também adorei
poder acompanhar a protagonista e sua relação com seu blog, já que, durante a leitura,
vamos encontrar algumas das postagens que Pen faz no Garota Online e a repercussão
delas, tanto na internet, quanto na sua vida. E isso é tão comum hoje em dia,
que achei muito interessante o assunto ser abordado em um livro também.
E curti
demais o Noah, ele é um fofo e tudo de bom, mesmo que às vezes suas atitudes
pareciam de alguém mais jovem do que um rapaz com dezoito anos. Outro
personagem que tem um grande destaque e merece toda a nossa atenção é o Elliot,
melhor amigo de Pen, que é outro fofo, adorável, fashion, e muito amigo,
daquele tipo que dá vontade de entrar no livro só para ter amizade com ele.
Pen só me
irritou em alguns momentos, porque parecia que só se importava consigo mesma,
seu romance e seus problemas, deixando de lado seu melhor amigo, por exemplo,
que também estava passando por um período difícil em um dado momento. E, em
outros, ela inclusive não presta muita atenção no que as pessoas falam porque
está muito ocupada pensando em Noah. Sei que isto é proveniente da idade, mas
ainda assim.
Admito que
não imaginei que o segredo de Noah fosse o que foi revelado, e achei bem bacana
como a autora construiu este pano de fundo para o personagem. Só acho que
faltou um pouco mais os detalhes serem trabalhados porque se ele era o que era,
não deveria ter passado tão despercebido em praticamente todos os lugares pelos
quais eles passaram, e sua família não deveria ter confiado em estranhos tão
facilmente. Na verdade, com o mundo atual, ninguém deveria confiar tão
facilmente em quem acabou de conhecer a ponto de hospedar em sua própria casa
alguns dias depois.
Apesar de as
crises de pânico da protagonista estarem bem presentes em diversos momentos da
vida dela e serem até exploradas em alguns dos pontos centrais da trama, estava
esperando um pouco mais de profundidade nelas. Porque, como Zoella as vivencia
em sua própria vida real, acredito que poderia ter usado estas questões com
mais intensidade na história, inclusive como um diferencial já que não são
tantos os livros de ficção para jovens que tratam esta questão, tão importante
e presente na vida das pessoas de maneira direta ou indiretamente, pelo menos
eu não me lembro de nenhum outro no momento.
Até compreendo
o fato de a autora não querer pesar no ponto sobre as crises de pânico para
manter uma leitura bem leve e descontraída, mas, por outro lado, acho que seria
bom para auxiliar os demais leitores que passam por um período parecido com o
da protagonista, principalmente porque Zoella sabe como lidar com eles, então
assim passaria conhecimento para outras pessoas, e dá para fazer isto ainda
deixando a leitura dinâmica e leve ao mesmo tempo. Não é um ponto negativo do
livro, porque está ali presente e ela lida com isto, mas eu sinto como se ela
tivesse uma grande oportunidade nas mãos e não a usou tão bem assim.
“Garota
Online” é aquele tipo de livro adorável que aborda temas reais, vivenciados por
jovens do mundo inteiro como amizade, primeiro amor, escola, família, “micos” e
trapalhadas, insegurança, entre outros, o que é ótimo, pois cria fácil
identificação com o público alvo ao qual a obra é destinada, enquanto os ajuda
a lidar com seus próprios problemas, como a protagonista que serve de
inspiração para os leitores.
Inclusive,
achei muito legal a forma como Penny descobriu que ela precisa mais dela mesma
do que de qualquer outra coisa/pessoa, e gostei como esta autodescoberta e
aceitação foi incluída na história, mostrando o crescimento da personagem e, de
quebra, trazendo uma lição de moral inspiradora para quem estiver lendo.
Confesso
que, por já ter passado desta fase da minha vida há um tempo, eu posso ter me
tornado uma leitora um pouco mais crítica com este tipo de livro e, portanto,
presto mais atenção a pequenos detalhes que talvez os mais novos podem nem
perceber ou nem ligar. Não estou dizendo que não adorei a leitura mesmo assim,
porque realmente me encantou, me divertiu e cumpriu o papel que se propõe, mas
se estes pequenos pontos tivessem sido melhor trabalhados, tenho certeza de que
iria amar o exemplar.
Outra
questão que me deixou incomodada foi que, em um certo momento da história, algo
muito ruim acontece com Penny, com questões que vão além do que um adolescente
deveria lidar, porque tomaram proporções muito grandes (seria ruim até para um
adulto, imagina para uma adolescente e ainda mais com crises de pânico), mas
ela não comenta nada com seus pais, que são seus maiores apoiadores. Ela sempre
teve uma relação incrivelmente boa com sua mãe e com seu pai, e isso é mostrado
e explorado no livro (o que eu absolutamente adorei), então não vejo por que
não confiar neles com um problema deste porte. E entendi menos ainda quando
eles não repararam que havia algo de errado com a própria filha, quando ela
passou horas trancada no quarto chorando, e eles a viam com o rosto inchado
depois de tantas lágrimas, mas isso nunca foi abordado. Eu achei no mínimo
estranho.
Para quem
não conhece, a autora desta obra é Zoe Sugg, mais conhecida como Zoella na
internet, já que ela é dona de canais no Youtube com milhões de escritos (o
maior deles com quase oito milhões) e muitos vídeos. A vlogueira é uma das mais
famosas no Reino Unido e este é seu primeiro romance, que virou um best-seller.
Para escrever esta obra, ela utilizou uma ghost writer, o que é bem comum, e
esta parceria rendeu bons frutos, já que o resultado ficou ótimo.
Este volume
terá uma continuação, cujo título ainda não foi definido, mas tem previsão de
lançamento para junho deste ano lá fora. Não sei informar se será uma série,
nem quantos outros volumes serão escritos, e qualquer coisa aviso aqui. Mas
considero que este primeiro livro pode ser lido independente do próximo, pois
há uma finalização para a história, então quem não gosta de séries não precisa
se preocupar porque pode ler apenas este.
Recomendo
“Garota Online” para quem curte livros juvenis leves, descontraídos e adoráveis,
com personagens fofos e bem trabalhados, que nos encantam e divertem ao mesmo
tempo. Se você está vivendo sua adolescência, é uma ótima indicação de leitura
para passar algumas horas e aprender ao mesmo tempo, caso já tenha passado
desta fase, é ótimo para recordar o passado e sorrir com as lembranças.
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