Síndrome Psíquica Grave - Alicia Thompson

Leigh Nolan está cursando psicologia na universidade Stiles, um local pequeno e acolhedor, onde todos parecem se preocupar demais com a monografia e a pós-graduação, quando ainda nem mesmo concluíram o primeiro semestre de estudos, mas ela não consegue pensar assim. Será que deveria? Seus pais, dois hippies bem tranquilos e meio maluquinhos, não queriam que a garota escolhesse este curso na faculdade, principalmente porque eles são donos de uma pousada exotérica, e alguma coisa relacionada a tarô ou algo do tipo faria muito mais sentido, mas eles a apoiam em sua decisão.
Nossa protagonista vive rodeada de dúvidas e incertezas em sua cabeça, como: Por que Andrew, seu namorado de mais de um ano ainda não tentou nada além de beijos recatados, quando eles podiam estar aproveitando a faculdade de outras maneiras que não apenas estudos? E por qual motivo ela pensa mais no colega de quarto de Andrew, Nathan, do que deveria, sendo que ele nem mesmo gosta dela? Como vai fazer para se manter no nível das pessoas que já pensam nos estudos depois da formatura, quando ela só quer saber de primeiro passar em Introdução à Psicologia, única matéria do curso que escolheu que pode estudar agora? E por que algumas pessoas tendem a fazer com que ela se sinta meio menosprezada sem motivo algum aparente?
É evidente que Leigh na verdade sofre de algo que poderia ser definido como Síndrome Psíquica Grave, ou seja, ela tem a tendência de analisar exageradamente a própria vida – e, por que não, todos ao seu redor?
Assim que li a sinopse deste exemplar nos lançamentos da Galera Record, sabia que precisava lê-lo, afinal, a leitura tinha tudo para ser extremamente adorável e bastante divertida, tudo o que eu adoro, então é claro que corri para começar a ler o quanto antes. E, como era o esperado, eu realmente adorei a experiência!
Adorei conhecer a Leigh, que além de protagonista, narra a história em primeira pessoa, nos aproximando ainda mais de sua vida e das coisas que pensa e sente, além de transmitir bastante leveza e diversão com seus relatos engraçados. Algumas características de sua personalidade são bem semelhantes as minhas próprias, então me identifiquei ainda mais com ela.
Ela é ótima, sim, mas em algumas situações ela simplesmente me irritou demais, como em um momento, depois de saber de uma declaração e querer ir atrás disto, ela desistiu por conta de uma bobeira, e deu uma desculpa esfarrapada que me deixou com muita raiva. Neste final do livro, acho que a autora enrolou demais, faltando a Leigh atitudes melhores, para tudo só ser resolvido nas últimas folhas.
Não suportei o namorado de Leigh, Andrew, que fazia um joguinho de “morde e assopra” com a garota o tempo inteiro, sendo um babaca diversas vezes e depois falando coisas bonitinhas ou ações que parecem fofas. Mas as partes ruins superaram as boas e não consegui sentir nem um pouco de empatia por ele, principalmente em um momento do livro que ele fala umas coisas absurdas para ela como se fossem verdade, porque as vê assim, mas só porque gosta de criticar os demais e não faz isso com si próprio.
Já o Nathan é extremamente encantador! Primeiro ele aparece bem pouco, nos deixando curiosas a seu respeito e com vontade de conhecê-lo melhor, assim como nos deixa querendo descobrir o que tem contra Leigh, já que ela considera que ele a odeia. Depois que a presença dele ganha mais espaço, a gente se apaixona facilmente pela sua personalidade e carisma. Só gostaria que a autora tivesse trabalhado um pouco mais em suas participações, porque senti falta de mais páginas com o garoto.
Este exemplar tem estilo de chick-lit adulto, com aquelas neuroses da protagonista e as confusões em que ela se mete, só que os personagens são mais jovens e, portanto, estão vivendo uma fase diferente em suas vidas. Mas os elementos principais deste tipo de narrativa estão presentes na obra de Alicia Thompson, então quer curte o estilo vai realmente se encantar pela história de Leigh.
Apesar de os personagens terem em torno de dezoito anos para cima, pois já estão na faculdade, o livro é bem leve e descontraído, não há cenas quentes nem nada do estilo, então quem gosta de leituras mais joviais, esta é uma ótima opção.
A autora escolheu abordar alguns temas importantes para quem está vivendo a fase da adolescência ou para quem está entrando nela, como a primeira vez, gravidez na adolescência, primeiro amor, amizade, e ainda comenta sobre distúrbios alimentares e a imagem que a mídia e a sociedade constroem em torno do “corpo ideal”, que são bem interessantes para serem tratados neste estilo de livro, e ela os utilizou de maneira suave e envolvente.
Eu só me incomodo com o final deste tipo de livro, porque o romance é algo importante na história e, mesmo assim, os personagens só começam de fato alguma coisa nas últimas páginas, então acaba sendo meio corrido neste sentido. É por isso que em certas obras eu prefiro que haja continuação, porque depois de esperar tanto por algo, ver acabar tão rápido (acabar no sentido de não continuar, pois não tem mais cenas) por falta de algumas páginas é bem frustrante.
Gosto bastante desta capa, apesar de estar longe das minhas preferidas, mas curto que tenha relação com o conteúdo da obra e adoro o jogo de cores utilizado. A diagramação interna está simples e bem feita, com tamanhos confortáveis de fonte e espaçamentos para uma leitura ágil, e em todo início de capítulo há um pequeno retângulo com alguma definição relacionada à psicologia, que são bem interessantes.
“Síndrome Psíquica Grave” é bem divertido e gostoso, e conta com uma protagonista adorável e um romance fofo, além de ser apresentado com uma linguagem fácil e uma narrativa despretensiosa, que vai encantar todos os leitores que adoram livros deste estilo. Recomendado!
Avaliação



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