Na calada da noite, entre as ruas
que você conhece bem, caminham livremente seres que parecem ter saído das
páginas de um livro. Sua energia, seu sangue, flui livremente para cada um
deles e as páginas dos jornais não relatam, os mortos, os perdidos e nem os
olhos vermelhos que se perderam na escuridão. Mais uma vez, esses filhos da
noite levantam para caminhar em Filhos de Lilith - O Despertar, da autora
Elaine Velasco, pelo selo Madras Teen.
Alice é uma jovem que desperta
sem lembrar nada sobre si mesma, apenas consegue perceber que algo errado aconteceu
consigo mesma. Depois de resgatar uma jovem e fugir de seu cativeiro, ela
começa a se dar conta que algo mais sério aconteceu, já que o sol não é mais
suportável e uma sede de sangue começa a despertar dentro de si.
Depois de fugir de sua cidade e
encontrar Carol em São Paulo, ela começa a despertar para uma nova realidade
que está no submundo da noite. Entretanto parece que ela tem um papel
importante entre estas criaturas que ganharam vida, o que afinal seu passado
esconde para se tornar desejada pelas criaturas da noite?
Narrado em terceira pessoa sob o
ponto de vista de Alice, o livro tem uma narrativa rápida e direta. As
descrições são breves e pontuais, permitindo que tenhamos noção dos locais e
pessoas sem se demorar nos detalhes. Isso permite que a leitura seja muito
rápida e passe sem percepção. A história é bem curta, e conta com apenas 160
páginas.
Alice é uma tabula rasa quando o
livro inicia, ela não consegue se lembrar como foi que acabou se tornando uma
criatura da noite. Suas memórias surgem aos poucos ao longo do livro e permitem
a construção da personalidade da jovem. Uma vez que ela se dá conta do que se
transformou só tem problemas em suas primeira morte ou primeira drenagem,
depois sua consciência não pesa mais ou trás dilemas. Senti falta da densidade
que a imortalidade impõe aos vampiros em Alice, embora desperta por pouco tempo
ela não tem questionamentos sobre sua nova condição.
Carol é uma vampira mais antiga,
mas mesmo assim ainda jovem, que auxilia Alice a conhecer mais sobre sua
natureza. Tem um discurso jovem e descolado, não tem problemas com sua
condição. Esconde sua história e quer se mostrar independente de relações, mas
é fiel ao seu mestre íncubo.
A mitologia estruturada pela
autora lembrou muito a criada por Richelle Mead na série Georgina Kincaid, onde
os súcubos e incúbos juntamente com anjos e demônios são trabalhados, o
diferencial é que tudo ocorre logo aqui perto nas ruas da cidade de São Paulo,
e isto cria um realismo que eu adoro!
A história flui rapidamente para
a história central da trama, senti falta de uma maior exploração da personagem
Alice em sua nova condição. Seus pensamentos, seus sentimentos e atos são muito
breves. O livro termina de forma curiosa já que uma descoberta é feita pela
protagonista, entretanto mais algumas páginas poderiam ser trabalhadas ainda
neste volume, como detalhes da mitologia, quem são as criaturas que existem,
como elas se relacionam e o papel dos vampiros nela.
Filhos de Lilith é o primeiro
volume desta série que promete nos trazer uma história que desperta curiosidade
e muito sangue! Em uma espiada no Skoob descobri que a autora tem uma trilogia
sobre a irmã de Alice, Ester Layil, e acredito que deva confluir com a trama
deste livro.
Feliz em saber da mitologia trabalhada pela autora ser muito bem caprichada.
ResponderExcluirAntes eu já tinha ficado apaixonada por esse livro só pela capa e sinopse. Essa é a primeira resenha que leio dele e já estou ansiosa para ler a obra.
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Nunca li um livro que se passasse em São Paulo, parece ser bem interessante.
ResponderExcluirA capa é muito bonita!
Beijos
http://lovelyplacee.blogspot.com.br