O Amor está no Ar – Jennifer Echols

Leah Jones leva uma vida difícil, morando num estacionamento de trailers perto do aeroporto, somente com sua mãe, que quase nunca fica em casa, já que vive trocando de namorados e viajando com eles e nunca mantém um emprego fixo. O local poderia ser ruim para a maioria das pessoas, mas Leah, aos quatorze anos, resolve que não quer ser como elas e decide que não vai deixar que aquele ambiente atrapalhe sua vida, então resolve procurar um emprego no aeroporto e consegue. Esta é a porta inicial para a grande mudança que vai ocorrer para ela.

Depois de um tempo, Leah decide que quer pilotar e vai pedir ao dono do local, Sr. Hall, para ser sua aluna. Para isso, trabalhou e economizou seu dinheiro para poder pagar uma aula com ele. O homem acabou sendo mais do que seu professor, se tornou seu amigo, por quem ela sentia um carinho muito especial, já que ele lhe ajudava, dava conselhos, e conversava honestamente com ela. Foi ele quem lhe deu seu primeiro emprego como piloto de aviões de sua empresa de propagandas em banners. Mas, depois de algumas fatalidades, e agora com dezessete anos, ela fica sem grandes esperanças de que sua tão sonhada carreira possa ser concretizada um dia.

Os filhos gêmeos do Sr. Hall, Grayson e Alec, que não poderiam ser mais diferentes entre si, resolvem continuar com o negócio do pai. Com Grayson, o viciado em adrenalina e sem grandes responsabilidades, no comando, ele decide convidar Leah a continuar trabalhando como piloto no local, mas ela está com receio de ele mudar de ideia e deixá-la na mão, então decide acreditar numa outra proposta. Só que ele não está disposto a dar esta oportunidade à garota e decide chantageá-la com um segredo que acaba descobrindo sobre a mesma. Por mais que sua atitude pareça imensamente ridícula, há uma questão por trás disso tudo, só resta a Leah descobri-la.

Este é o quarto livro da Jennifer Echols publicado no Brasil, os outros são "Longe Demais", "Como fui Esquecer Você" e "Love Story", sendo que todos chegaram aqui pela Pandorga, e é o terceiro que eu leio dela (clique nos títulos para conferir as resenhas deles). Pensando nas minhas experiências com a escritora (levando em consideração todos que li), chego, portanto, à conclusão de que esta é uma autora que gosto, mas não amo ou anseio por seus lançamentos.

Ela apresenta um teor mais dramático em suas histórias, e, apesar de não ser extremamente triste, traz cenas pesarosas apresentadas de um jeito bem leve. Então ela acaba criando reações, despertando emoções no leitor, só não daquele tipo que nos arrebata profundamente.

Uma das cenas que poderia ganhar como o ponto mais emocional do livro, por exemplo, acaba não apresentando de fato muito peso naquele momento, já que há um breve relato do que aconteceu – apenas um parágrafo –, explicando por alto, mas esta questão se encaminha por todo o livro, trazendo momentos tristes e comoventes para a história como um todo.

Os personagens conseguiram me cativar. Gostei de conhecer a protagonista, Leah, porque ela tem tudo para ser alguém ruim, com uma personalidade mais fraca, ou uma pessoa que desiste da vida, mas ela não faz isso em momento nenhum. Mesmo com todas as dificuldades, sem uma família que está presente ou que dê qualquer tipo de apoio, morando em um local nada agradável e ainda sem dinheiro, ela não desiste de seu sonho, que é ser piloto, e corre atrás dele. Então, por mais que ela seja fechada, meio irritadiça e não tenha facilidade em confiar nas pessoas, tem um ótimo coração e uma personalidade forte, achei suas atitudes bem legais e admiráveis e fico feliz com o rumo que sua vida conseguiu tomar. Também curti bastante Grayson, Alec e Molly, mesmo que com uma proporção menor.

Só acho que a autora deu um enfoque grande demais para o ato de voar e coisas relacionadas à aviação, e eu não tenho tanto interesse assim no assunto, então acabava achando estes trechos meio chatos e maçantes, mas quem curte o tema vai ficar encantado porque ela vai a fundo nas descrições das cenas.

A narrativa, principalmente na primeira metade do livro, é meio arrastada e enjoada, e, mesmo quando as coisas começam a ganhar movimento e me deixaram mais interessadas, ainda havia trechos em que faltava fluidez. Por conta disso, eu daria 3.5 na minha avaliação final, porém, como não damos notas quebradas, preferi arredondar para 4 mesmo.

Gostei do relacionamento do casal, e estava torcendo para que ficassem juntos desde o começo. Pela sinopse dá a entender que há um triângulo amoroso, mas felizmente esta questão nunca passa de uma ideia, já que a protagonista sempre soube de quem gosta, apesar de ter vivenciado cenas levemente românticas com o outro (que vocês só vão entender lendo).

Eu até gosto da capa original, mas acho que a nacional ficou realmente mais bonita e gostei do jogo que fizeram com o significado do título e da imagem, usando uma metáfora para ilustrar o conteúdo, mas que também poderia servir se pensarmos na ideia diretamente. Ou seja, é como se ela trouxesse os dois significados de uma só vez, já que o mais importante não está tão explícito, mas o que está representado também é real.

A diagramação interna está muito bem feita, a começar pelas fofas borboletas ilustradas em preto e branco no começo de cada capítulo, e a fonte e espaçamento do texto estão em tamanhos super confortáveis para uma leitura sem problemas, além de contar com folhas amarelas.

Confesso que acreditava que este seria um título new adult da autora (não tinha lido a sinopse), mas na verdade é um jovem adulto. E admito que estava esperando um pouco mais e até acreditei que poderia amar este volume, mas isto acabou não acontecendo pela falta de agilidade da narrativa e a grande quantidade de cenas sobre aviação, que me faziam ter vontade de pular trechos, mas ainda assim indico a leitura porque vale a pena a experiência.

Então, se você busca uma leitura jovem, com um teor dramático, um cenário diferente, personagens bem construídos e um romance fofo, e ainda gosta de livros únicos, sem continuação, “O Amor está no Ar” é uma boa dica!

Avaliação