Tenho tido uma sorte incrível com
os últimos livros que li, um atrás do outro eles têm acrescentado muito ao meu
arcabouço, me permitindo ter visões de conjunto sobre diversos temas. Quando
comecei a ler O Fenômeno UFO, do autor John Michael Greer, pela querida Madras,
eu esperava por um livro repleto de relatos, mas não foi exatamente isso que
surgiu em suas páginas.
Greer busca fazer um trabalho de
pesquisa sobre a controvérsia a cerca do fenômeno Ufo. Existem duas posturas
fortes a respeito, a primeira é a Hipótese Extraterrestre, que acredita que
esses objetos que surgem no céu são naves vindas de outras partes da galáxia,
por outro lado existe a hipótese nula, grupo que acredita que estes objetos são
na verdade mal interpretados, ou seja, não são alienígenas, mas fenômenos
naturais, por exemplo.
A sigla UFO significa objeto
voador não identificado, ou seja, a priori tudo que é visto de anormal no céu é
apenas isso, algo que não é facilmente identificado, mas que não significa ser
de origem extraterrestre. Entretanto boa parte das pessoas que vêem luzes
estranhas no céu tendem a interpretá-las, mesmo que sem conhecimento, como
alienígenas. O mais interessante é que ao longo do livro você consegue perceber
que embora pareça simples que o fenômeno deva ser pesquisado sem crenças, cada
um dos lados pende para suas pré-concepções, logo o real acaba sendo ignorado,
se perde de vista o que está na frente para defender aquilo que acreditam,
mesmo quando as peças não se encaixam, estas são forçadas para se encaixar.
O autor traça uma linha
cronológica, rastreando o fenômeno ao longo do tempo, focando atenção especial
na década de 50 que foi fonte dos principais relatos nos Estados Unidos. Outro
fator que salta aos olhos na leitura é que as manifestações não são lineares,
são ao contrário muito diversificadas, logo isso faz com que as teorias
propostas não sejam suficientes para explicá-los, pedindo por uma visão mais
ampla, abrangendo o escopo de fenômenos menos estranhos avistados.
Os ufos surgiram ao longo do
tempo primeiramente como luzes, depois como naves, passando por mutilações de
gados e culminando com as abduções. Ao mesmo tempo em que aparece de forma
maciça em obras de ficção científica alimentando o inconsciente da população, dando cara ao
desconhecido. Diversas hipóteses podem explicar os relatos são listadas e
explicadas.
A reta final do livro trabalha
com a hipótese, que possivelmente tenha boa parte da verdade: as manifestações
dos anos 50 seriam frutos de testes dos militares americanos de suas novas
tecnologias aéreas. Na época eles não podiam permitir que a União Soviética descobrisse
suas conquistas, a teoria assim propõe que os americanos se apropriaram do
boato ufo para acobertar seus pesquisas tecnológicas, mas me pergunto se ao
mesmo tempo em que usavam estes acontecimentos para se esconder na década de 50
(e posteriormente nos anos 90 mentem ao revelando serem na verdade casos de
suas pesquisas) não seriam na verdade para acobertar o que sabiam e tinham
sobre os alienígenas? Muitas perguntas, poucas respostas.
"Se você olha para mão que
segura a varinha, você vê aquilo que o mágico quer que você seja. Se olhar para
a outra mão, terá uma chance de perceber o truque e entender o que, de fato,
está acontecendo" (página 196)
Independente de os relatos
citados serem verdade, farsa ou apenas erros de interpretação o mais fascinante
do livro é que ele permite a construção do inconsciente coletivo a cerca dos
ufos, como é que eles chegaram a ser o que são na sociedade hoje, e o papel
deles na sociedade americana, e posteriormente no mundo. É um livro excelente
para quem quer começar a estudar o tema porque trás uma visão de conjunto e
introduz porque trabalha com os principais conceitos. Eu sou do time que
acredita piamente na vida além da Terra, e você já espiou a noite hoje?
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