Dia 21 – The 100 #02 – Kass Morgan

Esta é uma resenha do segundo volume da série The 100, porém não há qualquer tipo de spoiler, nem do primeiro livro, nem deste.
Há alguns séculos, os únicos seres humanos que restaram vivem em uma espaçonave há quilômetros de distância da Terra, que depois de uma guerra nuclear ficou inabitável. Agora, com precárias condições de sobrevivência por muito mais tempo no espaço, eles buscam uma forma de voltar ao planeta para reabitá-lo. Primeiramente, 100 jovens são enviados para a Terra com a missão de testar se há uma forma de viverem no globo novamente, mas parece que as coisas serão muito mais complicadas e urgentes do que haviam previsto.
Os cem – ou os que restaram deles na viagem de volta ao planeta e nos primeiros dias vivendo aqui – sempre acreditavam que estariam sozinhos em solo terrestre, mas quando há indícios de que não são os únicos humanos no globo, as coisas começam a complicar. Ninguém pode saber em quem confiar ou se o que os outros falam é verdade, menos ainda quando coisas terríveis estão acontecendo com os novos colonos e os culpados são os habitantes originais do planeta.
Por outro lado, as coisas na Colônia não estão nada boas, já que há muitas crises e novas descobertas assolando a todos. Quem irá sobreviver? E como irão encontrar uma forma de se salvarem?
Enquanto na Terra alguns dos jovens buscam sobrevivência e uma forma melhor de estabelecer contato com os terráqueos, outros acreditam que devem ir atrás de vingança. Porém, quando novas informações vão aparecendo, fica ainda mais difícil descobrir quem está falando a verdade ou se os antigos moradores do planeta são os únicos que devem ser temidos.
O primeiro livro desta trilogia dividiu opiniões, enquanto alguns leitores gostaram, outros odiaram com todas as forças. Eu faço parte do primeiro grupo e estava com boas expectativas para a leitura de “Dia 21”, porém a experiência não me agradou tanto assim.
Neste exemplar, continuamos acompanhando a história sob o ponto de vista dos quatro protagonistas em terceira pessoa: Wells, Clarke, Bellamy e Glass. Sendo que os três primeiros estão na Terra, enquanto a última continua na espaçonave, e a narrativa ainda intercala presente e passado, o que faz com que a gente entenda melhor o modo deles agirem no momento.
Por conta de alguns acontecimentos da obra anterior, cada indivíduo do grupo que está no planeta encontra um ponto importante no qual se focar, então acompanhamos vários eventos simultaneamente. Ao mesmo tempo em que isso acontece, acho que a autora tinha mais espaço para desenvolver suas ideias por conta da quantidade de páginas – quase trezentas –, mas parece que, mesmo com o foco em pontos variados, nada do que estava ocorrendo foi impactante para mim, acho que ela poderia ter trabalhado melhor em alguns pontos.
Talvez tenha sido a sua forma de expor as revelações, já que muitas delas acabaram soando meio artificiosas, como se Kass estivesse introduzindo informações para mexer com a trama, mas sem emoção. Foi como se eu já soubesse o que ia acontecer sem nem mesmo ter lido ainda, sabe? Ficou faltando o elemento surpresa para mim, já que não abalou minhas estruturas.
Neste segundo volume, o triângulo amoroso é dissolvido e cada pessoa acha seu próprio par, então existem três casais que poderiam ser considerados fixos. Só acho que a autora, em certos momentos, deu um enfoque desnecessário para esta parte, o que soou forçado.
Por exemplo, em relação a um dos casais da trama, Clarke e Bellamy, achei o relacionamento deles neste volume forçado demais. Está tudo ruim, coisas foram ditas, revelações foram feitas e, de repente, já estão se agarrando. Não senti conexão com eles e nem com o romance entre os dois.
O que eu gostei foi de poder conhecer um pouco mais sobre o povo sobrevivente na Terra, já que conhecemos algumas pessoas que nasceram aqui. Então dá para saber o que eles pensam sobre o pessoal da espaçonave, um pouco sobre como vivem e também acabamos descobrindo algumas revelações muito importantes que vão mexer com o rumo das coisas, mas que só terão relevância mesmo no último volume desta trilogia.
E entendo a importância de Glass na trama, mesmo que algumas pessoas não entendam, porque é ela que nos dá a visão do que ocorre na nave, informação que não teríamos acesso se não fosse a personagem, já que na série de TV, acompanhávamos os adultos e, por isso, sabíamos o que se passava lá em cima.  Acredito, ainda, que ela seja a minha personagem preferida, por conta de sua personalidade forte e que corre atrás do que quer, e dos seus relacionamentos, cheio de sentimentos, tanto com Luke, quanto com sua mãe.
Houve muitas mortes, a maioria delas de pessoas que não significavam muita coisa para a trama, exceto por uma que me incomodou mesmo, mas, novamente, acho que faltou emoção nisto daí também.
Outro ponto que me chateou demais foi quando Clarke descobriu sobre umas frutinhas que eram venenosas, mas não fatais, e simplesmente não avisou a nenhum dos outros sobre isto, principalmente levando em consideração que algumas pessoas estavam passando mal por conta deste fato sem nem saber.
Há uma explicação interessante para o título do livro ser “Dia 21”, porém, a autora só jogou esta informação em dois pequenos momentos, sem se aprofundar no assunto, nem mesmo fazendo este significado valer alguma coisa ou ser responsável por algo de diferente acontecendo, só há uma mini lembrança do que poderia representar.
Apesar de não ter visto todos os capítulos da série de TV já exibidos até o momento (vi até o primeiro da segunda temporada – que teve quinze até agora), posso constatar que ela seguiu por um caminho totalmente diferente do livro, o que já havia ocorrido antes. Eu ainda não consigo gostar muito de todos os personagens na TV (eles não despertaram tanto minha simpatia), exceto por Octavia, Lincoln e Raven, então acho que isto acaba afetando um pouco o que sinto pelos dos livros também, mesmo sendo de duas coisas totalmente diferentes.
Adoro as capas da trilogia publicadas aqui no Brasil, principalmente porque são lindas e combinam com o enredo, mas também porque a do segundo combina com a do primeiro, coisa que não ocorre nas edições originais. A versão impressa é ainda mais especial, já que a parte branca é envernizada, enquanto o resto (título, nome da autora, logo da editora e chamada) é fosco, dando um efeito ótimo em mãos, e as páginas são amarelas. A diagramação interna é simples, mas bem feita, com o nome do narrador da vez no começo do capítulo, e com fonte e espaçamento em tamanhos ideais para uma leitura mais prazerosa.
Só acho que faltou um algo a mais, afinal, este já é o segundo livro da série (não sei se será série ou trilogia mesmo), então acredito que já deveria haver coisas mais emocionantes a este ponto, mas senti como mais do mesmo, apesar de algumas revelações/acontecimentos interessantes.
Como eu estava esperando bem mais deste livro e acabei me decepcionando já que a autora continuou com um ritmo lento, sem muitas coisas eletrizantes acontecendo, então minhas expectativas para o próximo volume estão bem baixas porque imagino que ela vai escrever mais do mesmo novamente.
“Dia 21” tem um enredo interessante que poderia ter sido mais bem explorado/desenvolvido, mas a escrita da autora é fluida e gostosa, fazendo com que a leitura seja uma experiência legal. Como ponte entre “The 100 – Os Escolhidos” e “Homecoming” (último livro), este exemplar do meio conseguiu trazer algumas revelações e acontecimentos que podem mexer com a trama toda no desfecho. Agora é só aguardar para saber como tudo vai acabar.
Avaliação



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