Esta é uma
resenha do segundo volume da série The 100, porém não há qualquer tipo de
spoiler, nem do primeiro livro, nem deste.
Há alguns
séculos, os únicos seres humanos que restaram vivem em uma espaçonave há
quilômetros de distância da Terra, que depois de uma guerra nuclear ficou
inabitável. Agora, com precárias condições de sobrevivência por muito mais tempo
no espaço, eles buscam uma forma de voltar ao planeta para reabitá-lo.
Primeiramente, 100 jovens são enviados para a Terra com a missão de testar se
há uma forma de viverem no globo novamente, mas parece que as coisas serão
muito mais complicadas e urgentes do que haviam previsto.
Os cem – ou
os que restaram deles na viagem de volta ao planeta e nos primeiros dias
vivendo aqui – sempre acreditavam que estariam sozinhos em solo terrestre, mas
quando há indícios de que não são os únicos humanos no globo, as coisas começam
a complicar. Ninguém pode saber em quem confiar ou se o que os outros falam é
verdade, menos ainda quando coisas terríveis estão acontecendo com os novos
colonos e os culpados são os habitantes originais do planeta.
Por outro
lado, as coisas na Colônia não estão nada boas, já que há muitas crises e novas
descobertas assolando a todos. Quem irá sobreviver? E como irão encontrar uma
forma de se salvarem?
Enquanto na
Terra alguns dos jovens buscam sobrevivência e uma forma melhor de estabelecer
contato com os terráqueos, outros acreditam que devem ir atrás de vingança. Porém,
quando novas informações vão aparecendo, fica ainda mais difícil descobrir quem
está falando a verdade ou se os antigos moradores do planeta são os únicos que
devem ser temidos.
O primeiro
livro desta trilogia dividiu opiniões, enquanto alguns leitores gostaram,
outros odiaram com todas as forças. Eu faço parte do primeiro grupo e estava
com boas expectativas para a leitura de “Dia 21”, porém a experiência não me
agradou tanto assim.
Neste exemplar,
continuamos acompanhando a história sob o ponto de vista dos quatro
protagonistas em terceira pessoa: Wells, Clarke, Bellamy e Glass. Sendo que os
três primeiros estão na Terra, enquanto a última continua na espaçonave, e a
narrativa ainda intercala presente e passado, o que faz com que a gente entenda
melhor o modo deles agirem no momento.
Por conta de
alguns acontecimentos da obra anterior, cada indivíduo do grupo que está no
planeta encontra um ponto importante no qual se focar, então acompanhamos
vários eventos simultaneamente. Ao mesmo tempo em que isso acontece, acho que a
autora tinha mais espaço para desenvolver suas ideias por conta da quantidade
de páginas – quase trezentas –, mas parece que, mesmo com o foco em pontos
variados, nada do que estava ocorrendo foi impactante para mim, acho que ela
poderia ter trabalhado melhor em alguns pontos.
Talvez tenha
sido a sua forma de expor as revelações, já que muitas delas acabaram soando
meio artificiosas, como se Kass estivesse introduzindo informações para mexer
com a trama, mas sem emoção. Foi como se eu já soubesse o que ia acontecer sem
nem mesmo ter lido ainda, sabe? Ficou faltando o elemento surpresa para mim, já
que não abalou minhas estruturas.
Neste
segundo volume, o triângulo amoroso é dissolvido e cada pessoa acha seu próprio
par, então existem três casais que poderiam ser considerados fixos. Só acho que
a autora, em certos momentos, deu um enfoque desnecessário para esta parte, o
que soou forçado.
Por exemplo,
em relação a um dos casais da trama, Clarke e Bellamy, achei o relacionamento
deles neste volume forçado demais. Está tudo ruim, coisas foram ditas,
revelações foram feitas e, de repente, já estão se agarrando. Não senti conexão
com eles e nem com o romance entre os dois.
O que eu
gostei foi de poder conhecer um pouco mais sobre o povo sobrevivente na Terra,
já que conhecemos algumas pessoas que nasceram aqui. Então dá para saber o que
eles pensam sobre o pessoal da espaçonave, um pouco sobre como vivem e também
acabamos descobrindo algumas revelações muito importantes que vão mexer com o
rumo das coisas, mas que só terão relevância mesmo no último volume desta
trilogia.
E entendo a
importância de Glass na trama, mesmo que algumas pessoas não entendam, porque é
ela que nos dá a visão do que ocorre na nave, informação que não teríamos
acesso se não fosse a personagem, já que na série de TV, acompanhávamos os
adultos e, por isso, sabíamos o que se passava lá em cima. Acredito, ainda, que ela seja a minha
personagem preferida, por conta de sua personalidade forte e que corre atrás do
que quer, e dos seus relacionamentos, cheio de sentimentos, tanto com Luke,
quanto com sua mãe.
Houve muitas
mortes, a maioria delas de pessoas que não significavam muita coisa para a
trama, exceto por uma que me incomodou mesmo, mas, novamente, acho que faltou
emoção nisto daí também.
Outro ponto
que me chateou demais foi quando Clarke descobriu sobre umas frutinhas que eram
venenosas, mas não fatais, e simplesmente não avisou a nenhum dos outros sobre
isto, principalmente levando em consideração que algumas pessoas estavam
passando mal por conta deste fato sem nem saber.
Há uma
explicação interessante para o título do livro ser “Dia 21”, porém, a autora só
jogou esta informação em dois pequenos momentos, sem se aprofundar no assunto,
nem mesmo fazendo este significado valer alguma coisa ou ser responsável por
algo de diferente acontecendo, só há uma mini lembrança do que poderia
representar.
Apesar de
não ter visto todos os capítulos da série de TV já exibidos até o momento (vi
até o primeiro da segunda temporada – que teve quinze até agora), posso
constatar que ela seguiu por um caminho totalmente diferente do livro, o que já
havia ocorrido antes. Eu ainda não consigo gostar muito de todos os personagens
na TV (eles não despertaram tanto minha simpatia), exceto por Octavia, Lincoln
e Raven, então acho que isto acaba afetando um pouco o que sinto pelos dos
livros também, mesmo sendo de duas coisas totalmente diferentes.
Adoro as
capas da trilogia publicadas aqui no Brasil, principalmente porque são lindas e
combinam com o enredo, mas também porque a do segundo combina com a do
primeiro, coisa que não ocorre nas edições originais. A versão impressa é ainda
mais especial, já que a parte branca é envernizada, enquanto o resto (título,
nome da autora, logo da editora e chamada) é fosco, dando um efeito ótimo em
mãos, e as páginas são amarelas. A diagramação interna é simples, mas bem
feita, com o nome do narrador da vez no começo do capítulo, e com fonte e
espaçamento em tamanhos ideais para uma leitura mais prazerosa.
Só acho que
faltou um algo a mais, afinal, este já é o segundo livro da série (não sei se
será série ou trilogia mesmo), então acredito que já deveria haver coisas mais
emocionantes a este ponto, mas senti como mais do mesmo, apesar de algumas
revelações/acontecimentos interessantes.
Como eu
estava esperando bem mais deste livro e acabei me decepcionando já que a autora
continuou com um ritmo lento, sem muitas coisas eletrizantes acontecendo, então
minhas expectativas para o próximo volume estão bem baixas porque imagino que
ela vai escrever mais do mesmo novamente.
“Dia 21” tem
um enredo interessante que poderia ter sido mais bem explorado/desenvolvido,
mas a escrita da autora é fluida e gostosa, fazendo com que a leitura seja uma
experiência legal. Como ponte entre “The 100 – Os Escolhidos” e “Homecoming”
(último livro), este exemplar do meio conseguiu trazer algumas revelações e
acontecimentos que podem mexer com a trama toda no desfecho. Agora é só
aguardar para saber como tudo vai acabar.
Avaliação
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