Semana Especial A Fúria e a Aurora - Resenha (#RenéeAhdiehNaAlt)




>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>  
Durante a semana de 06 a 10 de fevereiro de 2017, a Globo Alt convidou alguns blogs parceiros para uma semana especial sobre a duologia “A Fúria e a Aurora”, para comemorar o lançamento do segundo livro, “A Rosa e a Adaga”, e nós resolvemos participar. O primeiro post é a resenha do primeiro volume. Voltem nos próximos dias para acompanhar os demais posts que estamos escrevendo! :D
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
O rei de Khorasan, de apenas dezoito anos, é um monstro. Isso é o que toda a população local acha, afinal todo dia ele se casa com uma moça e, no amanhecer seguinte, ela é morta com um fino lenço de seda amarrado à garganta. Porém, Khalid tem seus próprios segredos e precisa levar nas costas o peso de sua decisão todos os dias, o que não é fácil, mas é a única forma que descobriu de enfrentar algo terrível que o assombra.
Quando a melhor amiga de infância de Sherazade vira mais uma das vítimas deste assassino, ela decide que vai se vingar. Nem que para isso precise ela mesma se voluntariar para desposar o rei, enquanto bola um plano para sua sobrevivência e para matá-lo no processo, o que não será fácil, afinal é no palácio, onde todos os seus guardas pessoais se encontram.
Mas Shazi, de dezesseis anos, está determinada a sobreviver e acabar com o reinado de mortes, e fará o que for preciso para concluir sua missão. Para sobreviver noite após noite, começa a contar histórias a Khalid na esperança de mantê-lo envolvido e curioso para que ela consiga durar até o próximo dia, o que fará com que descubra as fraquezas dele e a levará mais perto de seu objetivo. O que, por sua vez, será complicado, afinal ela nunca sabe se a próxima aurora será a sua última.
Só que, no meio do caminho, Sherazade descobre que tudo aquilo é muito mais profundo do que poderia imaginar, e talvez Khalid também precise ser salvo. Quando ela começa a conhecer um lado dele que ninguém conhecia, seus sentimentos por este menino-homem começam a mudar. Mas seu coração não poderia se apaixonar pelo assassino de sua melhor amiga. Ou poderia?
Apesar de livros de fantasia terem tido bastante espaço nas minhas leituras há alguns anos, de um tempo para cá tenho lido menos títulos do gênero. Não porque eu não goste, mas simplesmente porque estou numa fase diferente e tenho me conectado mais com outros estilos. Porém, quando vi diversas pessoas comentando tão bem sobre “A Fúria e a Aurora”, e ainda com o bônus de ser uma releitura de “As Mil e Uma Noites”, que eu não li, mas conheço um pouco, fiquei bastante interessada em ler esta obra. Principalmente quando li comentários a respeito do romance e da história de amor que poderia encontrar, que, devo confessar, é uma das minhas partes preferidas dos livros que leio. Então resolvi embarcar nesta leitura e só tenho uma coisa a dizer agora: CADÊ A CONTINUAÇÃO?!
Me vi completamente imersa naquele mundo criado por Ahdieh, nos costumes, nos cenários, nas situações que Sherazade estava enfrentando, em cada detalhe de sua nova rotina. Ficava apreensiva junto com ela – mesmo sabendo que a personagem duraria mais do que as esposas anteriores do rei –, desejando poder transferir pensamentos e força para Shazi enfrentar cada etapa (apesar de ela não precisar), curiosa para saber o que havia com o rei, ao mesmo tempo em que bolava minhas próprias teorias, e ficava ávida por mais a cada virada de página. 
E por falar nela, a protagonista é sensacional! Eu sempre gosto quando os autores constroem personagens femininas fortes e determinadas, que lutam pelo que acham correto, mesmo que tenham que sacrificar algo em suas vidas (talvez até suas próprias vidas) para alcançar seus objetivos. Aquele tipo de garota que, apesar do medo, corre atrás e não se deixa abalar, e ainda tem a língua afiada, para nos divertir no processo. E Sherazade é assim – ela tem sentimentos, sente receios e preocupações com a decisão que tomou para vingar sua amiga, mas não desiste, vai até o fim com o que se propôs, correndo, inclusive, bastante risco de vida, e não se deixa abalar com isso.
Só devo confessar que acabei me embolando um pouco com os nomes dos personagens e termos, porque não estou acostumada com eles, então diversas vezes eu tinha que voltar para lembrar qual era o personagem que estava sendo citado em determinado momento ou ao glossário para entender algo que não sabia o significado. Com o decorrer da leitura isso ficou mais fácil, mas ainda assim quando retornar com a continuação sei que terei um pouco de dificuldade novamente.
É impressionante, mas sempre acabo adorando personagens arqueiros, seja em livros, séries ou filmes. E desta vez não foi diferente, Sherazade é uma exímia arqueira, e eu ficava admirando suas habilidades com o arco e a flecha e espero que sejam ainda mais exploradas na sequência. Eu realmente gostaria de aprender também e espero poder um dia desses.
A autora soube dosar muito bem diversos elementos para construir sua trama e seu pano de fundo magnificamente, utilizando a adaptação da história original, romance, amizade, personagens fortes e complexos (tanto os principais quanto os secundários), construiu um belo cenário e um enredo bem desenvolvido, e ainda colocou ação e movimentação no pacote, fazendo com que esta seja uma leitura fascinante, envolvente e muito gostosa.

E, além de tudo isso, ainda há magia, mas ela ainda não foi completamente explorada, apesar de ter estado presente em momentos cruciais e ter sido a responsável por grande parte dos acontecimentos importantes da trama, e acredito que vai ser melhor mostrada na continuação. E eu adorei esse fato!
Sobre o romance, em um determinado momento eu fiquei um pouco dividida entre as duas pontas do triângulo, inclusive porque, como Sherazade, a gente fica numa imensa guerra interior sobre o certo e o errado, sobre a culpa e a vingança, etc. Mas desde cedo sabemos por quem o coração de Sherazade bate mais forte, o que também já era de se esperar por conta da história original (ou o que eu sei dela, que não é tanto). E acho que Renée trabalhou muito bem o desenvolvimento do relacionamento de Shazi e Khalid, e a construção dos sentimentos, visto que tudo isso ocorre aos pouquinhos, fazendo com que o leitor tenha a possibilidade de sentir junto com os personagens, de entender e apreciar cada momento entre eles, de sentir todo o conflito que cerca este envolvimento, inclusive porque ele é o assassino da melhor amiga dela, e, ao final, desejar que possam ficar juntos.
E é exatamente este o tipo de amor, construído aos pouquinhos, que eu gosto de ler. Além do mais, Khalid é apaixonante quando a gente conhece ele, seu coração e sua história a fundo, e entendemos os segredos que o cercam e o assombram fortemente. É bem difícil não ficar encantada pelo personagem. Eu certamente não consegui evitar.
Este livro faz parte de uma duologia, e eu realmente gosto muito quando isso acontece, porque dá espaço para o enredo ser bem desenvolvido sem ficar muito extenso. Ainda mais levando em consideração que muitos autores acabam se perdendo no segundo livro quando uma história é dividida numa trilogia, fazendo com que tenhamos que enfrentar um meio sem graça depois de um começo ótimo para chegar a um final arrebatador. Além do mais, diversas vezes quando há muitos volumes numa série, a mesma fica cansativa.
“A Rosa e a Adaga” (“The Rose & the Dagger” no original) tem previsão de publicação para fevereiro de 2017, e eu já não aguento mais esperar, e olha que terminei o primeiro há pouco tempo. A capa foi revelada estes dias e achei maravilhosa, como vocês podem conferir aqui ao lado. Além dele, ainda há três contos: “The Moth & the Flame” (#0.25), “The Crown & the Arrow” (#0.5) e “The Mirror & the Maze” (#1.5), que são bem curtinhos – o primeiro tem em torno de quarenta páginas, enquanto os demais têm em torno de dez páginas –, que devem ser traduzidos e publicados também pela Globo Alt, só que em formato digital como foi lá fora (os dois últimos podem ser encontrados na Amazon para download gratuito na versão original em inglês).
Num primeiro momento, não curti muito a capa nacional, porque acho a original tão linda, que fiquei um pouco frustrada pela edição no Brasil ter ganhado uma diferente. Mas, depois de analisá-la melhor e me desprender da capa americana, eu gostei muito mesmo da nacional. Passa todo o clima do enredo, além de ser bem bonita e ter uma cor maravilhosa. Ainda preferia que a outra tivesse sido mantida, mas, já que não foi, que pelo menos tenha sido uma tão bela assim. A diagramação do texto é confortável para a leitura, porém a fonte não é muito grande, o que pode incomodar alguns leitores. As páginas são amarelas.

Considero que “A Fúria e a Aurora” é uma leitura para todos, pois reúne elementos que podem agradar diversos estilos, entre eles fantasia, ação, magia e romance, e conta com uma protagonista feminina forte e determinada, e ainda é bem escrito e estruturado, fazendo com que nós nos sintamos imersos naquele mundo, vivendo junto com os personagens e tentando encontrar uma saída. Amei e mal vejo a hora de ler a continuação para saber o desfecho desta história.
Avaliação



>> Esta resenha foi postada aqui no blog originalmente em 01/12/2016. Estamos repostando a mesma por conta da "Semana Especial A Fúria e a Aurora", promovida pela Globo Alt, como explicado no começo deste post.


Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário