Quando li o
primeiro volume desta trilogia, fiquei apaixonada pela história protagonizada
por Bárbara e Ian, e, quando cheguei ao fim, senti uma imensa saudade, querendo
ler o quanto antes um pouco mais sobre esse universo. Por este motivo, quando
tive a oportunidade de ter esse novo exemplar em mãos, fui correndo ler sobre o
novo casal encantado, até porque neste volume temos a releitura de “A Bela e a
Fera”, o meu conto de fadas preferido.
Em “O Garoto
que Tinha Asas” conhecemos a história de Augusto Bittencourt, um médico
renomado que fala o que pensa, sem se importar com os sentimentos dos outros, e
que vive dispensando as mulheres sem nenhuma piedade. Ele nunca se apaixonou
por ninguém e ganhou o apelido de Monstro pelo seu jeito nada carinhoso de ser.
Certo dia
sua vida muda completamente, isso porque ele acaba presenciando um carro em
alta velocidade sendo perseguido por outro. Quando repara que dirigindo o automóvel
da frente está uma mulher, ele sente que precisa ajudar, seguindo, assim, em
seu carro, aqueles outros que estavam em alta velocidade. Quando o veículo que
a mulher estava dirigindo bate, Augusto se desespera e sai correndo para ver a
moça, e é quando ela, em delírio, lhe pede, o anjo de asas, que proteja a vida
que está no banco de trás. Prometendo que iria fazer o que ela estava pedindo,
nosso protagonista se depara com uma criança de apenas três anos, então ele
leva a criança para sua casa, e a mulher segue para o hospital.
Agora, nosso
protagonista tem que aprender a cuidar de uma criança quando ele não sabe nem
cuidar de si mesmo, e torcer para que a mãe dele melhore logo e saia do
hospital com vida. A história é muito legal e bastante bonita, fazendo com que
a gente não consiga parar de ler nem por um segundo para saber mais sobre tudo o
que estava ocorrendo e como aquilo iria terminar.
Com bastante
mistérios e segredos, inclusive porque a gente não sabe quem estava perseguindo
o carro e o motivo pelo qual estava fazendo isso, essa narrativa consegue ser
rápida e fluida, misturando outros elementos como romance, risadas, suspiros,
etc.
O livro é
narrado tanto por Augusto como pela moça sem nome que sofreu o acidente, o nome
dela é desvendado no livro, mas achei que poderia ser um spoiler. Achei isso
bem legal, já que, assim, conseguimos entender um pouco mais sobre tudo o que
estava se passando com eles, nos dando uma maior clareza e entendimento sobre a
história.
O enredo foi
muito bem escrito, trazendo uma história rápida e fluida que consegue nos
conquistar do início ao fim, com personagens muito bem construídos, cada um com
o seu jeito de ser e com personalidades bem marcantes. Além de um pano de fundo
emocionante, que nos toca principalmente com um romance que nos faz suspirar, e
ainda contém mistérios em uma narrativa leve e engraçada com umas pitadas de
drama.
A capa é
realmente muito bonita e remete à do primeiro volume, “O Garoto dos Olhos Azuis”,
que também foi publicado pela Editora Pandorga. A diagramação é bastante
confortável para uma leitura agradável com a fonte do texto em tamanho grande,
e ainda conta com páginas amarelas. E todas as folhas são enfeitadas com detalhes
gráficos fofos.
Este volume
faz parte da trilogia “Encantados”, cujo último volume, “O Garoto Que Eu
Abandonei”, vai ser publicado pela Pandorga nos próximos meses. Cada exemplar
possui seus próprios protagonistas, e tem começo, meio e fim, então você não
precisa ler todos (mas duvido que não faça isso) ou na ordem para entendê-los.
O melhor de tudo é que a autora é brasileira, então esta é uma ótima chance de
prestigiar mais um talento nacional que definitivamente merece um lugar
especial na sua estante.
Recomendo “O
Garoto que Tinha Asas” para todo mundo que goste de releituras de contos de
fadas, e que espere de um livro uma trama deliciosa, que nos conquista não só
pelos personagens, mas por todo o enredo. Com uma história de superação e amor,
a autora conseguiu me conquistar com sua narrativa e forma de escrita, e não
vejo a hora de poder começar o próximo título, que, assim como todos dessa
série, é uma obra independente, porém nesse mesmo universo.
Avaliação
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