Passeando na minha estante, entre
os livros eu encontrei um livro que eu jurava que não tinha, como uma figurinha
que tinha certeza que não tinha, e que ri alegremente de você colada no álbum.
Tamanha foi minha surpresa que resolvi escolher ele mesmo para a próxima
leitura. E eis que dono de uma das minhas capas favoritas, O Despertar do Príncipe,
Livro I da série Deuses do Egito, da autora Colleen Houck, publicado pela
Arqueiro começou a desenrolar seus encantos.
Liliana Young é moradora de um
cobertura em um famoso hotel em Nova York, filha de pais ricos e bem sucedidos,
dona de uma carteira recheada e uma cidade a explorar. E é em um desses
passeios que escolhe o MET para suas reflexões a cerca de sua carreira. Isolada
em um setor em reforma ela se vê em meio a uma exposição egípcia, só o que ela não
esperava era que uma múmia da exposição ganhasse vida, e pedisse ajuda para
salvar o mundo da irá do deus Seth!
Devo confessar que o começo desse
livro foi difícil, eu estava muito resistente acreditando que o livro seguiria
o caminho comum dos livros juvenis que envolvem fantasia, mas assim como o
primeiro livro da outra série de Houck, O Despertar do Príncipe me encantou na
delicadeza e na sutileza de sua estória. Sua narrativa feita em primeira pessoa
não só nos brinda com uma boa trama regada a muita mitologia egípcia como
também trabalha a solidão humana que está entre quem as vezes parece ter tudo,
seja um deus egípcio, ou uma jovem rica.
Liliana, ou Lily como ela passa a
preferir é uma adolescente que tem tudo que uma jovem possa querer em termos
materiais, mas quase nada quando se trata de carinho, atenção e compreensão dos
pais. Ela é uma marionete que age de acordo com o esperado, meio anestesiada
pelas necessidades. A solidão é sua companheira, e mesmo assim é dona de um
coração bom e valente.
Quando Amon, a múmia que é um
príncipe do antigo Egito a pede ajuda ela não sabe bem como lidar com o pedido,
mas ao mesmo tempo se vê diante da oportunidade de viver, sair da vitrine, e
sentir o que de fato é importante na vida. E logo também o que é o amor que
transcende dimensões. Embora enfrente uma forte dose de acontecimentos que
arriscam sua vida, ela não faz o tipo de mulher em perigo e nem de mocinha que
quebrou as unhas. Ela ao contrário se encanta com a vida que surge diante de
seus olhos nas areias do deserto.
Amon é um peça rara! Imagine
alguém que não desperta por mais de mil anos, e que antes disso estava no Egito
e de repente está em Nova York? Embora ele seja acostumado a adoração e a ser
servido, é humilde, gentil, e logo pega o jeito da vida moderna. É um bom
partido, salvo o fato de sua morte eminente e sua idade avançada. É um
personagem vezes enigmático e muito poético. Ele evoca toda a riqueza e
profundidade da cultura egípcia antiga que se dá nas palavras e nos pequenos
atos.
Doutor Hassan é um arqueólogo que
ajuda a dupla na missão de despertar os irmãos de Amon, é inteligente e
dedicado, e conhece muito sobre toda a ritualística e panteão egípcio. Trás
bons acrescimentos a ação. Já os irmãos de Amon, Asten e Ahmose são personagens
encantadores, como seu irmão trazem beleza a trama, cada um com sua
personalidade, lamento apenas que tenham tido participações breves,
especialmente Ahmose.
O foco deste primeiro livro não é
o romance do casal, o que eu achei ótimo já que já existem livros suficientes
no mercado assim. Embora o amor entre eles cresça eles tem um mundo para
salvar, e não é nada fácil fazer isso diante de tantas desventuras.
Outro aspecto que me agradou é
que embora alguns personagens sejam deuses, e logo de poderes e capacidades
muito além das humanas, eles tem personalidades e fraquezas muito humanas, e mesmo
diante disso Lily os trata como iguais. O modo como ela dialoga como Anúbis,
por exemplo, é muito interessante, e acredito que ao mesmo tempo isso desperte
neles interesse.
O Despertar do Príncipe teve um
desfecho triste, não diria inesperado, mas triste e solitário. Mas é um convite
a uma aventura repleta de magia egípcia, com reverência a antigos costumes e
crenças. É envolvente e desperta curiosidade
a cada página. Sua continuação, O Coração da Esfinge já foi publicado, e
é por sinal o livro que estou lendo no momento, afinal eu não podia ficar em
meio as areias do Egito esperando pela continuação!
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário