O Despertar do Príncipe - Deuses do Egito #01 - Colleen Houck

Passeando na minha estante, entre os livros eu encontrei um livro que eu jurava que não tinha, como uma figurinha que tinha certeza que não tinha, e que ri alegremente de você colada no álbum. Tamanha foi minha surpresa que resolvi escolher ele mesmo para a próxima leitura. E eis que dono de uma das minhas capas favoritas, O Despertar do Príncipe, Livro I da série Deuses do Egito, da autora Colleen Houck, publicado pela Arqueiro começou a desenrolar seus encantos.

Liliana Young é moradora de um cobertura em um famoso hotel em Nova York, filha de pais ricos e bem sucedidos, dona de uma carteira recheada e uma cidade a explorar. E é em um desses passeios que escolhe o MET para suas reflexões a cerca de sua carreira. Isolada em um setor em reforma ela se vê em meio a uma exposição egípcia, só o que ela não esperava era que uma múmia da exposição ganhasse vida, e pedisse ajuda para salvar o mundo da irá do deus Seth!

Devo confessar que o começo desse livro foi difícil, eu estava muito resistente acreditando que o livro seguiria o caminho comum dos livros juvenis que envolvem fantasia, mas assim como o primeiro livro da outra série de Houck, O Despertar do Príncipe me encantou na delicadeza e na sutileza de sua estória. Sua narrativa feita em primeira pessoa não só nos brinda com uma boa trama regada a muita mitologia egípcia como também trabalha a solidão humana que está entre quem as vezes parece ter tudo, seja um deus egípcio, ou uma jovem rica.

Liliana, ou Lily como ela passa a preferir é uma adolescente que tem tudo que uma jovem possa querer em termos materiais, mas quase nada quando se trata de carinho, atenção e compreensão dos pais. Ela é uma marionete que age de acordo com o esperado, meio anestesiada pelas necessidades. A solidão é sua companheira, e mesmo assim é dona de um coração bom e valente.

Quando Amon, a múmia que é um príncipe do antigo Egito a pede ajuda ela não sabe bem como lidar com o pedido, mas ao mesmo tempo se vê diante da oportunidade de viver, sair da vitrine, e sentir o que de fato é importante na vida. E logo também o que é o amor que transcende dimensões. Embora enfrente uma forte dose de acontecimentos que arriscam sua vida, ela não faz o tipo de mulher em perigo e nem de mocinha que quebrou as unhas. Ela ao contrário se encanta com a vida que surge diante de seus olhos nas areias do deserto.

Amon é um peça rara! Imagine alguém que não desperta por mais de mil anos, e que antes disso estava no Egito e de repente está em Nova York? Embora ele seja acostumado a adoração e a ser servido, é humilde, gentil, e logo pega o jeito da vida moderna. É um bom partido, salvo o fato de sua morte eminente e sua idade avançada. É um personagem vezes enigmático e muito poético. Ele evoca toda a riqueza e profundidade da cultura egípcia antiga que se dá nas palavras e nos pequenos atos.
Doutor Hassan é um arqueólogo que ajuda a dupla na missão de despertar os irmãos de Amon, é inteligente e dedicado, e conhece muito sobre toda a ritualística e panteão egípcio. Trás bons acrescimentos a ação. Já os irmãos de Amon, Asten e Ahmose são personagens encantadores, como seu irmão trazem beleza a trama, cada um com sua personalidade, lamento apenas que tenham tido participações breves, especialmente Ahmose.

O foco deste primeiro livro não é o romance do casal, o que eu achei ótimo já que já existem livros suficientes no mercado assim. Embora o amor entre eles cresça eles tem um mundo para salvar, e não é nada fácil fazer isso diante de tantas desventuras.


Outro aspecto que me agradou é que embora alguns personagens sejam deuses, e logo de poderes e capacidades muito além das humanas, eles tem personalidades e fraquezas muito humanas, e mesmo diante disso Lily os trata como iguais. O modo como ela dialoga como Anúbis, por exemplo, é muito interessante, e acredito que ao mesmo tempo isso desperte neles interesse.

O Despertar do Príncipe teve um desfecho triste, não diria inesperado, mas triste e solitário. Mas é um convite a uma aventura repleta de magia egípcia, com reverência a antigos costumes e crenças. É envolvente e desperta curiosidade  a cada página. Sua continuação, O Coração da Esfinge já foi publicado, e é por sinal o livro que estou lendo no momento, afinal eu não podia ficar em meio as areias do Egito esperando pela continuação!

Avaliação










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