Um Beijo Inesquecível - Os Bridgertons #07 - Julia Quinn

E chegou a vez da irmã mais nova ganhar sua própria história. Hyacinth Bridgerton é uma força da natureza: dona de uma personalidade forte, pensamentos rápidos, língua afiada e comentários francos, essa moça sempre tem uma resposta pronta para quem for, independentemente da situação em que se encontra. E é difícil encontrar alguém que esteja no mesmo nível da garota, e, ainda mais complicado, alguém que a faça se sentir desafiada.
Mas não é que Gareth St. Clair, ninguém menos do que o neto favorito da adorada/temida Lady Danbury, consegue esse feito? Além de ser capaz manter uma conversa adequada com Hyacinth, ser muito atraente e ter uma grande fama de libertino, ele consegue deixá-la sem fala em algumas ocasiões, e até com um certo frio na barriga.
Gareth é um rapaz bom e inteligente, e possui um grande amor por sua avó, mas viveu muitos momentos tensos durante toda a sua vida por conta de sua relação completamente conturbada com o pai, que o faz se sentir inferior e desprezado até hoje.
Quando Gareth descobre um diário escrito por sua avó paterna, e que lhe foi deixado por seu irmão antes de morrer, ele decide lê-lo e investigar os escritos mais a fundo. Porém, o diário está todo escrito em italiano, língua que Gareth não conhece absolutamente nada. Mas, para a sorte do rapaz, Hyacinth consegue entender a língua (mesmo que não completamente) e acaba ajudando-o na tradução.
E é com este material que muitos segredos serão revelados, e Gareth poderá entender melhor sobre sua origem e sua família. E, mais ainda, é o diário que o aproxima cada vez mais de Hyacinth, fazendo com que uma grande amizade surja ali, que, futuramente, acaba dando lugar a algo muito mais forte. E então os sentimentos se intensificam e os dois acabam percebendo que um beijo pode mudar tudo.
Sabe quando a gente começa a sentir saudade de uma coisa antes mesmo de precisar se despedir dela? É como estou me sentindo com relação aos Bridgertons, essa família da literatura tão querida por mim. Este é o sétimo volume e depois deste só vou encontrá-los mais duas vezes: no oitavo e “último”, “A Caminho do Altar”, que traz a história do irmão do sexo masculino mais novo (a Hyacinth é a filha mais nova da família), Gregory, que fecha o ciclo de volumes onde acompanhamos cada um dos oito irmãos; e “E Viveram Felizes Para Sempre”, que na verdade é uma coletânea com segundos epílogos de cada uma destas histórias e mais um conto extra com a vida da matriarca da família, Violet, com o já falecido Edmund.
Isso por enquanto, já que a autora está escrevendo uma nova série com parentes um pouco mais distantes, mas que devem contar com as participações de alguns destes Bridgertons, e não vejo a hora de tê-los em mãos também (ainda não há data de publicação nacional).
Achei muito interessante este diário da avó de Gareth, as coisas que ali estavam escritas, e a forma como ele ficou responsável por mudar toda a dinâmica da história, tanto em relação aos acontecimentos e segredos que vamos descobrindo junto com os protagonistas, como o relacionamento que eles começam a desenvolver um com o outro, primeiro em busca de respostas para suas perguntas em relação aos escritos, depois fazendo com que gostem cada vez mais de passar momentos na companhia um do outro, até que eles passam a trocar confidências, e depois se veem tão envolvidos que a amizade precisa avançar para outro nível.
E amo a ligação dele com a Lady Danbury, já que Gareth é neto dela, e a senhora foi tão famosa e importante durante toda a série, que já era hora de ela ter alguma ligação mais forte com nossa família amada. E nada melhor do que um romance seguido de casamento para isso.

A narrativa é em terceira pessoa e temos a possibilidade de acompanhar os dois protagonistas da trama, Hyacinth e Gareth. Eu realmente curto muito esta forma de ler uma história, já que temos uma visão bastante ampla de todos os acontecimentos, além de podermos entender os dois lados do enredo e do relacionamento principal, assim como os sentimentos individuais de cada personagem e ainda o modo de agir deles, seus passados, etc.
E foi fofo e gratificante acompanhar cada etapa do relacionamento do casal, principalmente porque as coisas acontecem aos poucos, gradativamente, fazendo com que a gente consiga sentir tudo o que eles estão sentindo e torcendo para que fiquem juntos logo. Além de ser super divertido acompanhar cada parte de tudo isso também. Adorei estes dois juntos, e acho que Hyacinth não poderia ter ficado com alguém melhor do que Gareth, porque não existe ninguém melhor do que ele para ela.
Curto bastante as participações dos outros Bridgertons sempre que eles aparecem nos volumes alheios. Mas a personagem que teve o maior destaque neste volume não foi desta família maravilhosa, mas, sim, Lady Danbury, que é alguém incrível, sem papas na língua, divertida e que me faz rir na maioria das vezes (ou em todas), principalmente por conta de seu papel de cupido, que foi simplesmente incrível.
Ao final do epílogo, podemos acompanhar a filha de Hyacinth, já uma menina, encontrando algo que foi citado durante o livro, e guardando de volta no local de origem. E, tenho que confessar, fiquei me remoendo porque o desfecho desta obra foi justamente este! Não acreditei numa coisa dessas, porque preciso saber o que vem depois! Mas, para minha sorte, li que no último volume da série podemos saber se nossa querida Hyacinth descobriu aquilo ou não. Só consigo ficar implorando mentalmente para que sim! Afinal, quem leu vai entender o que estou falando aqui e, com certeza, vai concordar comigo, já que nossa protagonista merece.
Eu até considero esta capa bonita, mas não acho que combine com a série, porque não parece se tratar de um romance de época devido a foto da modelo com seus cabelos soltos, sem penteado, e também porque são acobreados, cor que difere dos cabelos dos irmãos Bridgertons. A diagramação é bastante confortável para uma leitura fácil e as páginas são amarelas.
Novamente, foi muito gratificante poder ler uma obra escrita por Julia Quinn, uma das minhas escritoras favoritas de romance de época e também da vida. Sua narrativa é deliciosa, leve, fluida e envolvente, com pitadas de diversão e drama. E sua construção de tudo é, como sempre, muito bem feita, desde os personagens e suas personalidades, incluindo seus passados e suas vidas atuais, detalhes físicos e psicológicos, passando pelos cenários, as ligações entre outros livros e também entre coisas anteriormente citadas na série, o romance, etc. Eu realmente indico muito a leitura de uma de suas obras para quem ainda não conhece a autora, para os que já curtem ela, e para quem ainda não se aventurou em romances de época, mas tem vontade.
“Um Beijo Inesquecível” é maravilhoso, os protagonistas são muito carismáticos e conseguem conquistar o leitor com facilidade, fazendo com que nos sintamos dentro das páginas do livro, vivendo aquele delicioso momento como se estivéssemos ali, quase dois séculos atrás, rodeados de pessoas incríveis, como os Bridgertons são, em uma atmosfera agradável. Recomendo demais.
Avaliação



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Um comentário:

  1. Amo a série Os Bridgertons, Julia Quinn arrasa, curto muito romance de época e esse livro é um dos meus favoritos dessa série maravilhosa.

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