Sou uma
grande fã de histórias infantis, principalmente aquelas que ajudam o
desenvolvimento intelectual e pessoal de cada indivíduo, mesmo quando ainda
muito pequeninos, de maneira sutil e prazerosa. E foi exatamente isso que a
dupla Helena Gomes e Susana Ventura fez com esta coleção, que por enquanto só
tem o primeiro volume publicado, mas os próximos dois já possuem título e
subtítulo, os quais vou comentar mais abaixo.
Neste
primeiro volume, como o próprio subtítulo, “Contos de Fadas Para Pensar Sobre
Ética”, já revela, vamos encontrar alguns contos de fadas, sendo uns mais
curtos do que outros, para fazer os mais novos (e, por que não os mais velhos
também?!) pensarem sobre o certo e o errado de uma forma maravilhosa.
São oito
contos e vou comentar um pouco sobre cada um deles agora, mas de maneira breve
para a resenha não ficar muito extensa e também para não soltar nenhum spoiler.
Além deles, há uma apresentação curta escrita pelas autoras e o posfácio “Certo
ou Errado?”, onde Giselle Soares comenta um pouco sobre cada conto e a lição
escondida nas entrelinhas deles.
O primeiro, “Três,
Seis e Nove Cabeças de Dragão”, fala de um rei muito malvado, que possui três
dragões e os usa para castigar seus inimigos. Quando seu filho acaba fazendo algo
para ajudar um prisioneiro, ganha como penitência ser expulso do reino, o que
faz com que ele descubra algo muito melhor e consiga lutar pelo que é certo. O
segundo é “O Lenhador e o Troll”, que fala de uma família cujo pai é lenhador,
e quando adoece pede auxílio aos filhos, que precisam encontrar uma forma de
seguir cortando árvores para continuar o trabalho do pai, só que a tarefa acaba
sendo bastante complicada porque há um troll cuidando da floresta com a
intenção de protegê-la da destruição.
O terceiro, “O
Anel Mágico”, fala de um menino bem pobre, que vive com seus avós num local
bastante humilde, e tem um ótimo coração. Quando surge a oportunidade de mudar
de vida, ele fica deslumbrado com tudo de novo que conquista, até que alguns
problemas surgem em seu caminho, fazendo com que ele possa amadurecer e
enxergar o que é verdadeiramente importante. Em seguida acompanhamos “O
Avarento”, onde conhecemos um mercador rico que prefere guardar seu dinheiro e
não ajudar o próximo necessitado, o que pode ser um erro.
Em “Os
Trigêmeos”, conhecemos três irmãos fortes e destemidos que enfrentam uma loba e
dominam seus três filhotes. Com isso, conquistam fortuna e fama. Porém, dominar
outro alguém pode não ser a melhor escolha e as consequências podem tardar, mas
não falham. “O Resgate das Princesinhas” é o sexto conto e traz a história de um
rei e uma rainha que não podiam ter filhos, até que alguém lhes oferece uma
magia capaz de mudar tudo, mas ela precisa ser seguida à risca ou terão
consequências. Quando as três princesas ignoram as regras, sofrem com isso. Até
que um bom coração corajoso decide consertar seu erro e parte em uma aventura
para resgatá-las.
O penúltimo
conto do livro é “Pimentãozinho”, fala sobre um rapaz pequenino que é julgado
por sua aparência, inclusive por sua mãe, e surpreende a todos com a força,
inteligência e determinação que possui, que ninguém pensou que ele tinha. E o
volume é finalizado com o conto “O Menino e o Candelabro”, que teve um começo
bastante triste, já que um menino é separado de sua família por conta da grande
pobreza em que vivem, e passa a viver com um ferreiro, que o maltrata muito. E,
com a ajuda de uma magia e esperança, consegue dar a volta por cima e ter seu
final feliz.
Cada conto
traz algum ensinamento com formas de fazer pensar no que é certo e errado, e modos
de conviver com outros indivíduos e a sociedade como todo, então vamos
encontrar questões sobre justiça e injustiça, coragem, alianças benéficas para
um bem maior, uso da inteligência para alcançar seus objetivos, como a ganância
pode ser maléfica e a bondade benéfica, sobre instinto maternal, conquista de
poder por meio de domínio, sobre bondade, persistência, compreensão, amizade,
amor, sobre aparências e que não devemos julgar ninguém por ela, e sobre magia
e esperança, entre outros.
Não gostei da
segunda historinha por inúmeros motivos, e não tenho certeza de que a leria
para alguma criança, mas adorei todas as demais, umas mais do que as outras,
claro. Os contos são adaptações de outros contos de fadas e histórias já
existentes, como, por exemplo, “O Resgate das Princesinhas”, que tem ligação
com “A Bela Adormecida” e “Pimentãozinho”, que lembra “Polegarzinha”.
Como não
poderia deixar de ser, a edição da Editora Biruta é realmente maravilhosa, com
ilustrações lindíssimas de Alexandre Camanho, no começo de cada conto com uma
imagem referente ao mesmo, e detalhes gráficos espalhados nos rodapés de todas
as páginas. E o miolo conta com páginas brancas e laranjas.
Os próximos
volumes da série são: “Bruxas, Fadas e uma Sardinha na Brasa: Contos de Fadas
Para Pensar Sobre o Papel da Mulher”, que já está em fase final de produção e
será publicado em breve pela Editora Biruta, e “Reis, Moscas e um Gole de
Morte: Contos de Fadas Para Pensar Sobre Justiça”. E contarão com a mesma dupla
de escritoras, em parceria com Geni Souza, e Alexandre Camanho como ilustrador novamente.
Claro que já estou animada para ler ambos também.
Recomendo muito
“Dragões, Maçãs e uma Pitada de Cafuné” para todos os leitores que curtem
contos de fadas, e acho que são historinhas válidas para serem lidas para os
mais novos, mas também para os mais velhos que curtem narrativas fofas, com
tramas envolventes, cheias de ensinamentos e pontos reflexivos.
Avaliação
legal
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