A trama de
“Os Protegidos” começa no ano de 1968 e narra, principalmente, a vida das
amigas Amanda, Sara e Gratiel, cada qual vivenciando uma existência e um
destino diferentes, e seus caminhos voltam a se cruzar novamente no futuro.
Amanda logo encontra sua alma gêmea, Sara muito cedo vivencia algo terrível com
uma consequência ainda pior, e Gratiel perde sua alma gêmea para voltar a
reencontrá-la muito tempo depois, passando por muitas coisas neste meio tempo,
e ainda seguindo firme, forte e decida até poder revê-lo.
Esse livro
mostra a história destas três amigas e suas três jornadas diferentes. Nas suas
histórias, elas estiveram sempre entrelaçadas de alguma forma. Por conta disso,
a chance do reencontro e a descoberta de novas oportunidades nesta vida estavam
sempre presentes. Podemos acompanhar seus anjos da guarda ajudando, apoiando
aos seus protegidos, e se comunicando entre si para a proteção de todos os
amigos.
“Obrigada,
primeiramente, a Deus, por nos permitir este destino e obrigada aos anjos, que
se fazem instrumento para Sua obra.”
Todos nós
temos livre arbítrio, mas todas as pessoas que cruzam nosso caminho têm um
motivo. E este motivo está escondido de nós para que tenhamos a chance do
acerto. A maioria das coisas em nossas vidas não é como gostaríamos que fosse,
porque precisamos entender e procurar resolver tudo o que passamos, mesmo
achando que é muito difícil, porque cada passo que damos faz parte da nossa
jornada como um todo.
E aqui não
foi diferente. Sobre Amanda e Júlio, além do encontro de almas que têm, pois
estavam na mesma sintonia, não acompanhamos com tanta profundidade suas vidas
na maior parte do tempo, como com as demais protagonistas, mas gostei da
presença deles e de conhecê-los melhor. Sara se envolveu com um homem casado,
mesmo que no começo não quisesse que isso acontecesse, mas acreditou nele
porque tinha um bom coração e uma boa índole, e queria ajudar sua mãe que
estava muito doente. Quando descobriu suas verdadeiras intenções, quis se
separar dele, mas acabou sendo tarde demais, e algo muito grave aconteceu com
ela.
Já Gratiel
foi a que conhecemos mais a fundo. No início do livro, a vemos se envolvendo
com Noel, que era o amor de sua vida, porém, por causa de atitudes errôneas,
ela acabou jogando-o diretamente nas mãos de outra mulher, com quem ele se
casou e sofreu muito durante todo o tempo. Em sua jornada longe do rapaz,
Gratiel conheceu Priscila, uma moça que acabou se tornando sua grande amiga, e
trouxe muitas mudanças na vida da protagonista rumo a evolução espiritual e ao
reencontro com seu único e grande amor.
Além destes,
há vários outros personagens com suas tramas, que fazem parte, direta ou
indiretamente, da vida de cada uma das protagonistas, modificando alguma coisa
em suas existências. E as vidas de todos acabam se entrelaçando de alguma
forma.
Apesar de
ter gostado muito das três, foi Gratiel que mais me comoveu, pois, ela era uma
pessoa maravilhosa, que inclusive cuidava de seu avô, era determinada e
inteligente, e não deixou a vida lhe tirar a alegria, mesmo enfrentando muitas
coisas. Além de tudo, mesmo tendo “perdido” o seu verdadeiro amor, não o
esqueceu e também não quis ficar com ninguém mais.
Quantas
vezes nos deparamos com a pergunta: “será que tenho anjo da guarda?”. Se
acharem que eles existem, assim como eu acredito, leiam esse maravilhoso exemplar
que nos faz refletir e entender mais o porquê de eles estarem sempre perto de
nós, cuidando e auxiliando nossas escolhas, mesmo nas nossas piores horas. Se
você não tem coração bom, possui angústia dentro de si, ou só pensa em coisas
nocivas aos outros e a si próprio, pode apostar que seu anjo estará por perto,
tentando ajudá-lo também.
O anjo da
guarda é um espírito de luz que nos acompanha por toda a nossa existência ao
longo das encarnações, nos protegendo independentemente da nossa crença. E o
autor desta obra não apresentou sua figura como se ela estivesse “presa” a uma
religião, mesmo que a gente acabe percebendo a forte presença da doutrina
espírita no enredo, e a mesma tenha tido bastante foco em diversos momentos,
até por conta das explicações que encontramos aqui serem todas relacionadas ao
espiritismo.
O livro nos
mostra que não temos só uma passagem pelo corpo terreno, porque o espírito vem
de muitas encarnações e, a cada retorno à Terra, apagamos lembranças de outras
vidas, tendo um esquecimento e, tentando com isso, melhorar a cada passagem.
Para entendermos o porquê de sorrirmos, vivermos, sofrermos, etc., estamos
subindo vários e eternos degraus para nossa melhora espiritual. O espírito
precisa desta passagem, mesmo em diversos corpos. E nosso grau de
amadurecimento vai junto com o grau de compreensão, amor a si e ao próximo, a busca
pela luz, e enfrentarmos certas coisas que não gostaríamos de vivenciar, porque
temos que passar por elas.
“... quando
deixar o planeta, [...] o véu do esquecimento, que protege o passado ao
nascermos, não é um privilégio, mas uma necessidade. Só assim vocês conseguem
ter condições de caminhar rumo ao sucesso e progredir sempre.”
Nunca tinha
lido nenhuma obra de Sérgio Chimatti, e gostei muito da experiência, apesar de
ter alguns momentos em que achei que não terminaria a leitura, porque a trama
estava meio lenta em determinadas ocasiões, e não estava fluindo bem para mim.
Contudo, quanto mais avançava, mais interessante ficava, e eu acabei me
envolvendo bastante. O que fez com que eu tenha, sim, vontade de ler mais
títulos deste autor.
Recomendo “Os
Protegidos” a todos que acreditam ou tem propensão a aceitar a existência de
anjos da guarda, pois a história destas três amigas é comovente e nos mostra
que eles estão sempre por perto, independentemente do que enfrentamos, para
cuidar de nós.
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