Os Animais têm Alma? - Ernesto Bozzano

Tenho uma enorme curiosidade a cerca dos animais no astral, sei uma coisa ou outra a respeito, mas nada suficiente ou aprofundado. Então quando me deparei com Os Animais têm Alma? do autor italiano Ernesto Bozzano, publicado pela editora Lachátre, eu não só me apaixonei pela capa, como comprei-o na mesma hora na última feira espiritualista que eu fui.

Bozzano tem como meta apresentar cento e trinta casos de manifestações de assombração, aparições e fenômenos supranormais com animais dividido em oito categorias diferentes. Por se tratar de um livro do início do século XX, e o autor ser um pesquisador do tema, os fatos não são apresentados como certos, mas como possibilidades. O fato de ainda existir dúvida e tentativas de convencimento me irritam um pouco, mas compreendo o momento que o livro foi escrito, as coisas ainda estavam aparecendo e ganhando espaço.

Quanto as categorias elas são as seguintes: a primeira é Alucinações telepáticas nas quais um animal desempenha o papel de agente, aqui são abordados casos onde os animais se comunicam com seus donos em sonhos ou impressões para pedir ajuda ou dar avisos a respeito de si mesmo, como eminência de perigo ou morte dos mesmos.

Seguimos na segunda categoria com casos de Alucinações Telepáticas nas quais um animal é o percipiente, ao contrário da primeira categoria aqui quem percebe as impressões são os próprios animais, é uma categoria que não tem valor científico já que os dados não podem ser verificados com os animais. Aqui aparecem fatos como um cachorro que começa a uivar sem motivo, e que mais tarde viemos a saber que foi no momento de falecimento de seu dono na guerra.

A terceira categoria trabalha com Alucinações Telepáticas percebidas coletivamente pelo animal e pelo homem, aqui os casos são de espíritos que são percebidos tanto pelos humanos quanto pelos animais, não ao mesmo tempo necessariamente. A dúvida que surge aqui é se ambos percebem o fato da mesma forma, ou se há uma comunicação telepática entre o animal e o homem. Não há respostas, apenas podemos perceber que em alguns casos os animais vêm primeiro o fenômeno do que o humano.

A quarta categoria é sobre Visões de espíritos humanos tidas fora de qualquer coincidência e percebidas coletivamente por homens e animais. A quinta categoria é sobre Animais e premonições de morte, onde o autor ainda subdivide essa categoria em subcategorias passando por casos que são percebidos coletivamente por homens e animais; depois onde os animais surgem como forma símbolico-premonitória e por fim onde as premonições de morte que os animais são percipientes.  

Já na sexta categoria temos os Animais e Fenômenos de Assombração, é uma categoria abrangente com muitos casos percebidos por todas as fontes. Assim os animais surgem como perceptores e também como assombração aqui. Meu maior interesse sempre são esses casos de animais fantasmas que provam que não são só os humanos que tem um espírito que continuam, mas também os animais, e mais que isso estes não são espíritos menos evoluídos que nós, apenas em um estágio diferente.

A sétima categoria se especifica diante de casos de Materializações de Animais em sessões mediúnicas, com casos muito interessantes que vão além dos cachorros e gatos, aqui também surgem pássaros e até um ser que me lembrou muito o conhecido Yeti.

Por último temos a oitava categoria que são as Visões e Identificação de Fantasmas de animais mortos, que me fez refletir como seria bom rever meus cachorros que se foram, saber que eles estão bem e felizes não é mesmo? Esta categoria é seguida de uma conclusão, onde ele revê todos os temas abordados com breves definições e a conclusão já certa pra mim antes mesmo do livro, os animais não só são espíritos eternos como nós, como também podem perceber o que o véu esconde, com uma sensibilidade e sinceridade ímpar.

Acho que se queremos aprender como sermos melhores e como agir diante das adversidades os animais sempre são uma fonte inesgotável de exemplos. Eles enxergam além as aparências e são sempre só sorrisos a nós mesmo quando nosso mundo está longe. Isso é evolução, amar incondicionalmente sempre diante da vida e da morte, e apenas estar feliz por estar junto e bem. Será que um dia conseguimos ser como eles?!

Curiosidade- Ernesto Bozzano nasceu em Gênova, na Itália em 02 de janeiro de 1862, dedicou-se desde cedo os estudo da filosofia e ciências exatas, adquirindo conhecimentos amplos também sobre Psicologia, Astronomia e Paleontologia. Em 1891 converteu-se ao espiritismo depois do contato com as obras de Alexander Assakof. Passou a pesquisar através de médiuns, formando um grupo de experimental de pesquisa com importantes cientistas da época. Conta com cerca de cem obras espíritas. Faleceu em 24 de junho de 1943.

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