Faz alguns anos que recebo uma
indicação insistente de ler um livro, e faz tanto tempo quanto que espero
pacientemente a vontade junto com uma promoção, eis que chegou o momento, comprei e li O Guardião da Meia Noite, escrito por Rubens Saraceni, inspirado
por Pai Benedito de Aruanda, publicado pela editora Madras.
O Barão é um homem temido e
respeitado na época da escravidão do Brasil, por volta do seus quarenta anos
acredita que deve se casar e para isso vai em busca de uma esposa em Portugal, onde
se casa com uma jovem de apenas catorze anos, filha de um ministro do Rei.
Casado ele volta para o Brasil, e
depois de sua noite de núpcias um fato envenena sua mente, buscando vingança
para o ocorrido. Logo o Barão cria sua separação, mas o que não contava era que
o amor já havia nascido para ele. Mas a flecha atirada não volta, e uma
sucessão de acontecimentos variados causa a sua ruína.
O livro é narrado em primeira
pessoa pelo Barão, conhecido no astral como O Guardião da Meia Noite. É a
conversa dele com Taluiá, seu amigo, onde ele conta sua história de vida, de
como ele de Barão no Brasil, passou a espírito perdido no Umbral, até entidade
ligada a esquerda atuante nas zonas umbralinas do astral.
É uma história interessante de
transformação, o Barão nunca chegou a ser um homem mal, mas aquele que para
fazer sua vontade permitiu que outros fizessem o mal, se sentindo culpado
depois que o sangue é derramado. Sua culpa é o que mais marca sua trajetória e
personalidade, e ao mesmo tempo o que o impede de evoluir. Sua falta de
compreensão da realidade, julgando apenas fatos com visão limitada o fez enfiar
os pés pelas mãos. Uma vez transformado em Exu trabalha com energias densas ao
mesmo tempo que tenta redimir suas falhas.
Sua esposa era muito jovem e tinha
em mente outro caminho para sua vida, quando se viu casada e sem outra opção de
vida sofreu, mas mesmo assim aceitou com o tempo seu destino. Infelizmente o
Barão a julga mal, e não só se prejudica como marca a vida dela para sempre.
Mesmo assim ela é um espírito iluminado que ele teme encontrar.
A expectativa que possuía do
livro era alta já que as indicações foram muitas. Mas o livro não despertou as
mesmas emoções que muitas pessoas que o leram. De fato é uma história que nos
ensina muito sobre a lei do retorno, sobre como devemos fazer o bem para colher
o bem, não como segunda intenção, mas como algo que acredite como certo. Mas a
história carece de maiores detalhes.
Como nunca li nada a respeito da
estrutura de atuação da umbanda viajei nos termos que surgem na trama. As
ritualísticas, os cargos e etc me soaram confusos, e esperava por maiores
esclarecimentos sobre quem é quem, e o que cada um faz no astral. A começar
pela simples definição de esquerda e direta (na Umbanda não trata-se de
caminhos opostos, mas de linhas de que se completam, a direta trabalha com
Oxála - pelo que compreendi são espíritos já evoluídos- enquanto que a esquerda
trabalha com espíritos que nos auxiliam, mas que ainda estão em evolução assim
como nós, assim podem estar mais próximos dos encarnados e espíritos
inferiores- Atenção essa é uma compreensão minha dentro do pouco que li, ainda
não sei se é 100% correta!). Ou seja toda a parte técnica por assim dizer ficou
vaga para mim.
O trabalho gráfico é bem feito, a
capa tem forte relação com a história, mas acredito que poderia ser mais
bonita, com uma ilustração menos artificial. A diagramação é com uma
espaçamento duplo. A escrita de Saraceni é clara, ágil e permite que o livro
transcorra de forma bem rápida. É meu segundo livro do autor, e em ambos ele é
bem prático.
O Guardião da Meia Noite é uma
ótima história de vida, ensina muito sobre como as ações geram efeitos tanto no
hoje como no amanhã, mas não é um livro doutrinário ou que explique sobre a
Umbanda. Se você assim como eu não sabe nada a respeito dessa linha de atuação
talvez seja melhor buscar um pouco mais a respeito, mas se você já tem uma
noção leia sem medo. Independente de corrente religiosa ele passa uma mensagem:
não julgue, faça o bem e plante boas sementes!
Avaliação
Oi Bruna!
ResponderExcluirNunca li nenhum livro da Madras... Gostei muito da resenha, sou apaixonada por livros espíritas e fiquei super curiosa para ler este!
bjo bjo^^
é um livro lindo, garanto que vai se apaixonar pela hitoria narrada
ExcluirNão se trata de um livro Espírita e sim de um livro de umbanda..tanto que não é vendido na feesp nem na aliança e nem na Ceu...se vc quer livro Espírita leia Kardec,leia Chico X,leia Divaldo,leia Herculano pires,Leon Denis,caibar Schutel,Edgard Armond...Meimei..Joana de Angelis.Yvone Amaral...e muitos outros..ok
ResponderExcluirAhh sim..!! TB n se encontra a venda na FEB..nem na casa do caminho e muito menos na IECIM...
ResponderExcluirPodemos falar mais sobre isso:..leia bezerra de Menezes,Eurípides barsanulfo,Haroldo Dutra dias, Jose Carlos de lucca..etc..etc
ResponderExcluirVeja que em nenhum momento eu citei obras da família Gasparetto..por razões óbvias ..""
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