Eu nunca liguei para França, não
como boa parte das pessoas. Eu sempre tive uma sensação que já estive muito por
lá e que hoje não faço mais questão de ir para lá (nunca fui para lá nesta
vida, que fique claro rs!). Isso tem mudado, muitas fotos do pinterest me levam
a crer que eu deva repensar a questão, e passar um livro inteiro passeando
pelas ruas de Paris só me deixou mais encantada com a ideia de ler um livro em
um café parisiense! Morra por Mim, escrito pela autora Amy Plum, e publicado
pela Farol Literário é o culpado da vez!
Kate acabou de perder os pais em
um acidente, e sua irmã mais velha decide que a melhor maneira de superar é se
mudarem para a casa dos avós em Paris. Deixar a vida de Nova Iorque e as
memórias de sua vida com os pais parecem ser uma missão impossível, mesmo assim
reunindo cada energia que consegue ela tenta se adaptar. E em meio as suas
leituras esbarra com Vincent, um jovem enigmático que faz seu coração sorrir
novamente.
Vicent Delacroix entretanto
parece esconder algum mistério, seria ele um criminoso? O que parece apenas um
interesse em um badboy se descortina em uma aventura sobrenatural, já que ele
não é como os outros humanos, já que possui capacidades muito peculiares, além
de alguns inimigos que o querem morto. Com medo de amar novamente e não ser
capaz de lidar com a morte novamente, Kate se pergunta se é capaz de se abrir
novamente e sem que para isso coloque em perigo sua família e seu próprio
coração!
Faz muito tempo que não leio um
livro muito rápido, em geral acabo tendo sono, me distraindo, não tendo tempo e
etc. Mas Morra por Mim acabou e eu nem me dei conta de que havia começado a
leitura! Plum tem uma narrativa em primeira pessoa leve, honesta e rápida. Você
começa os capítulos e nunca consegue parar sem que chegue a um ponto seguro.
Ela explora com detalhes todo o luto de Kate sem que isso se torne maçante, é
um tema pesado, você consegue sentir a dor da personagem, mas ao mesmo tempo
acompanha todo o esforço, a esperança que ela tem que dias melhores virão.
Kate é uma garota inteligente,
gosta de ler, de arte e prefere ficar em casa a sair pela noite. A perda dos
pais abriu um vazio em sua vida que não consegue ser preenchido ou distraído
por quase nada. Ela é muito consciente do que sente e do que tem que fazer para
mudar. Muitos no lugar dela teriam se entregado ao sofá e desistido, mas ela
persiste, e ganha seu prêmio: Vicente. Um prêmio um tanto problemático sim, mas
teimosa como é ela acaba enfrentando o desafio.
Embora ela volte a viver aos
poucos ainda existe muito do processo de luto para elaborar. Boa parte das
coisas a faz lembra dos pais, das falas, dos lugares que a levavam, e especialmente
do que passou quando viu os pais mortos. Vicent não é só desafiar a natureza
diferente dele, é também enfrentar a morte dos pais todos os dias. Escolher por
ele envolve mais do que amor, mas superação.
Vincent é, bem não posso dizer o
que ele é exatamente, mas definitivamente não é um zumbi, embora eles mesmos
brinquem com isso. Qualquer detalhe sobre sua natureza estraga a surpresa. O
moço tem uma história de vida triste e guia sua vida pela vingança. Não
conseguia sentir alegria ou amor, até que esbarrar com Kate. Tem hábitos e
trejeitos dos cavalheiros antigos, e um jeitinho doce de ser que derrete
qualquer coração. Ele talvez não tenha se dado conta mas também tem um luto a
elaborar.
Georgia é a irmã mais velha de
Kate, popular e linda, gosta de estar nas principais festas da cidade. Conhece
muita gente, namora com muitos garotos, lida com a morte dos pais nos círculos
sociais que tenta insistentemente levar a irmã. Suas tentativas no entanto
podem acabar bem mal para ela. Mesmo com seu jeito que soa fútil nutre um amor
profundo pela irmã.
Os avós de Kate são fofos, eu sei
que sou suspeita porque adoro velhinhos, mas imaginar um casal elegante e
francês descolado é um exercício de imaginação muito delicioso! Os companheiros
de Vicente também são uma turma da pesada, com personalidades bem distintas e
deliciosas!
A mitologia criada por Plum é bem
diferenciada, mas ainda não detalhada quanto a raiz de suas ideias. Eu aceitei
o que ela disse, mas ainda aguardo que o próximo volume, Até que eu Morra
explique a gênese de suas criaturas. O desfecho da ação do livro é bem
eletrizante, e o final em si doce e romântico.
Talvez você esteja se perguntando
depois de tantos elogios porque não dei cinco estrelas para o livro? As
lembranças da saga Crepúsculo durante a leitura foram fortes. Acho que Kate me
lembrou muito a Bella, embora a última seja passiva como uma lesma, e Kate seja
muit omais decidida. Enfim essa sensação me incomodou, e não consigo atribuir
mais nota sentindo isso, um dejavu.
Com um ar charmoso francês, Morra
por Mim é mais que uma história sobrenatural, é uma reflexão sobre a morte e a vida. Sobre escolher entre morrer com quem se foi e viver com quem
ficou, com a paisagem que talvez mais inspire os escritores. Passei pelas ruas
de Paris, e se apaixone também por essa história de superação!
Avaliação
faz tempo que não leio livros, por falta de tempo e o por não achar generos ueme agradem:\, mas vou adicionar esse na minha lista de 2015 hahaha
ResponderExcluirEscritas de Verão