Morgana
Rowlands é uma garota normal de dezesseis anos que frequenta a Escola Widow’s
Vale na pequena Kinderhook, tem um grupo de amigos próximos, sendo a mais
importante delas a linda Bree, sua melhor amiga desde a infância. Morgana se
acha sem graça e sem muitos atrativos, principalmente se comparada a todas
aquelas outras garotas lindas com quem estuda – com destaque para Bree.
Até que sua
vida muda bastante quando conhece o misterioso e lindo Cal, veterano que acaba
de se mudar com a mãe e é transferido para o colégio. Ele é um bruxo praticante
de Wicca e está em busca de pessoas que queiram fazer parte de seu novo coven,
então convida as duas amigas, que começam a se interessar muito pela religião
depois que participam de um círculo de mágicka.
Cal logo
percebe que Morgana tem algo de especial dentro dela, assim como ele próprio, e
a incentiva a continuar se interessando pelo assunto. Enquanto ela sente uma
ligação forte demais com a Wicca e com Cal, mas não pode fazer muita coisa a
respeito disto, já que sua mãe é contra e a própria Bree já deixou bem claro
que vai fazer o que tiver que ser feito para conquistar sua mais nova paixão:
Cal.
Mas será que
todos os empecilhos vão conseguir afastar Morgana de seu interesse por Cal ou
mesmo pela Wicca? Ou será que ela vai ser forte o bastante para enfrentar o que
estiver em seu caminho?
Cate Tiernan
é a autora da trilogia “Amada Imortal” que, apesar de ter sido escrita por ela
depois, foi publicada aqui no Brasil primeiro. Gostei muito dos três livros da
trilogia, então quando vi que esta sua nova série estava sendo publicada aqui
no país, também pela Galera Record, sabia que precisava ter o primeiro volume e
imaginei que iria gostar bastante. Não estava errada, mas em partes. Esta
leitura foi muito gostosa e não vejo a hora de ler o próximo volume, mas acho
que a autora poderia ter escrito mais páginas para este livro e não “cortado”
logo quando as coisas iam realmente acontecer, vou explicar melhor com o
desenrolar desta resenha.
Este
primeiro contato com a série Coven só vai nos introduzir ao universo
desenvolvido pela autora e nos apresentar seus personagens principais, com
maior foco em Morgana, nossa protagonista, Bree, sua melhor amiga que muda de
personalidade de um jeito bem estranho quando a leitura avança, Cal, a
personificação do desejo de várias adolescentes da cidade, e também quem
introduz nossos personagens na Wicca, e alguns outros menos importantes que não
conhecemos mais do que superficialmente, mas que estavam presentes na maior
parte dos acontecimentos deste exemplar.
E eu curti
bastante a forma como Cate Tiernan nos introduziu ao universo Wicca, já que ela
nos presenteou com várias cenas de rituais e informações verdadeiras sobre o
assunto, nos apresentando tudo de forma calma e bem feita. Então nos sentimos
facilmente envolvidas com todas as coisas que Morgana sente e entendemos tudo o
que ela enfrenta, mesmo que este tenha sido o primeiro contato de verdade do
leitor com o assunto.
Gostei de
Morgana e seu crescimento durante a trama. Ela é uma menina tímida, insegura,
que tem dúvidas e enfrenta problemas típicos da idade, e acaba ganhando um
pouco mais de confiança com a ajuda da Wicca e das suas descobertas a respeito
da magia que está ao seu redor e também dentro dela. Acredito que sua evolução
vá ficar ainda mais evidente nas sequências desta obra, pois este exemplar
termina com uma revelação muito importante. E foi realmente muito legal ver que
ela é determinada e, mesmo com tantas coisas a atrapalhando e sendo contra a
Wicca, ela sente que faz parte de si e vai atrás disto, contra tudo e todos.
A leitura é
bem fluida e a narrativa de Cate, apresentada em primeira pessoa pelo ponto de
vista de Morgana, é muito gostosa e envolvente. Mesmo com pouco tempo para
conseguir ler, acabei finalizando meu exemplar rapidinho, principalmente
levando em consideração que seus capítulos são curtos, trazendo mais agilidade
ao texto.
A parte que
menos gostei deste exemplar introdutório é que senti como se a autora estivesse
preparando terreno para o que queria nos mostrar, mas desistiu no meio do
caminho para desenvolver melhor na continuação e isso acabou sendo meio
irritante, porque esperei tanto para ver as sensações de Morgana mais
exploradas e explicadas e isso não aconteceu. Logo num momento importante a
trama é encerrada, deixando muitas dúvidas para os próximos volumes da série.
O romance
não é algo que possamos realmente denominar assim, porque Morgana vê e se
interessa por Cal desde o primeiro momento em que põe seus olhos no garoto,
afinal ele é lindo e “emana” algo que a puxa para ele. Vemos que seus
sentimentos estão se desenvolvendo mais conforme as páginas vão avançando, mas,
apesar de Cal dar alguns olhares em sua direção mais intensos, nunca passou a
impressão de que queria algo romântico com ela, parecendo apenas se importar
mais com o fato de ela poderia ser a bruxa de que ele tanto buscava. Além
disso, por causa de sua melhor amiga, Bree, e lealdade para com ela, que já se
denominava dona dele desde o começo (além de possessiva de um jeito muito
esquisito) – e também o fato de Morgana não se achar merecedora do cara, já que
ele é bonito demais para nossa protagonista (ela se vê assim e repete isto um
milhão de vezes), Morgana se afasta de Cal e não há cenas melhores entre os
dois em momento nenhum. Para não dizer que o livro finaliza sem que haja alguma
interação neste sentido, no último momento, prestes a encerrar a história deste
volume, há uma pequena cena entre os dois, que acabou não fazendo com que eu
sentisse alguma coisa, pela rapidez e falta de emoção do momento.
Tendo lido
sua outra trilogia primeiro e depois esta série, percebi que a autora gosta do
tema bruxas, principalmente porque vários rituais e sensações que suas duas
protagonistas vivem (Morgana daqui e Nastasya de “Amada Imortal”) são bastante
semelhantes. Às vezes eu até ficava com a sensação de que estava lendo algo do
mesmo universo, apesar de aqui as personagens serem bruxas e lá, não, já que
não são rotulados assim, apenas como imortais. Então, quando os personagens se
juntavam para formar círculos de mágicka, sentindo e “puxando” coisas da
natureza, eu não conseguia não associar com Amada Imortal.
A coisa mais
negativa desta série é que ela tem quinze volumes, e, se for publicado um por
ano aqui no Brasil, somente teremos seu desfecho daqui a quinze anos, o que eu
realmente espero muito que não aconteça. Lá fora também foram publicadas obras
conjuntas, com dois ou três volumes em uma edição única, que teria sido mais
interessante da Galera Record ter trazido para cá, porque a quantidade de
volumes cairia pela metade, principalmente porque cada exemplar separado não é
muito extenso (este primeiro tem apenas duzentas e oito páginas).
Gosto
bastante desta capa que é misteriosa e bonita ao mesmo tempo. A diagramação é
simples, mas todo capítulo tem título, uma citação relacionada com bruxaria com
datas, que acredito que sejam verídicas, e um pequeno trecho do Livro das
Sombras de um dos personagens, ora Morgana, ora Cal, ambos escritos em primeira
pessoa. A fonte e o espaçamento estão em tamanhos bons e as páginas são
amareladas, facilitando uma leitura por mais tempo sem cansar a vista.
Para aqueles
que curtem obras do gênero jovem adulto sobrenatural, principalmente com bruxas
e magia, uma protagonista cativante, e uma trama totalmente envolvente, “Livro
das Sombras” é uma ótima indicação.
Avaliação
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