Caroline
Trent não viveu uma vida dos sonhos até agora, pelo contrário, passou por
tantas coisas ruins que é até difícil ver uma luz no fim do túnel, mas uma
fagulha está lá e ela não vai deixá-la se apagar. Depois de ter perdido seus
pais e ter que passar por diversos tutores durante a vida, que estavam mais
interessados no seu dinheiro (ou no seu corpo) do que em cuidar da jovem para
transformá-la em uma dama para seguir seu caminho sozinha quando atingisse a
maioridade. Agora, faltando menos de dois meses para completar vinte e um anos
e, enfim, colocar as mãos em sua herança para poder seguir com seu destino, ela
é atacada pelo filho de seu tutor atual, com a esperança do pai de que ela não
tenha outra opção a não ser casar com seu filho para que todo o dinheiro dela permaneça
nesta família.
Mas Caroline
aprendeu com a vida como se cuidar – e também a carregar uma arma consigo –,
então consegue escapar desta. Até que, quando se vê ao ar livre sem um plano
muito bom, mas correndo contra o tempo mesmo assim, ela é sequestrada por Blake
Ravenscroft, que pensa que a moça é ninguém menos do que Carlotta De Leon, uma
famosa espiã espanhola que está envolvida com um caso importante que ele está
investigando para a Coroa.
Claro que nossa
protagonista encontra na confusão desse espião misterioso uma chance de escapar
da família do tutor atual, então decide ir na onda e não lhe conta a verdade
sobre sua identidade, pelo menos até que seis semanas se passem e ela possa
sair livre para reclamar a fortuna que será sua por direito. Só que, como os
planos, principalmente aqueles feitos às pressas, geralmente não dão certo,
Caroline e Blake acabarão enfrentando muitas coisas juntos e, entre a
convivência e as confusões, seus corações acabam ficando mexidos um pelo outro.
Será que ele será capaz de deixar seu passado de lado para viver um novo amor
com ela? E dessa vez ela conseguirá confiar num homem e permitirá a si própria
se apaixonar?
Como Julia é
uma das minhas autoras preferidas, sempre que um livro dela é publicado já
coloco na minha pilha de leituras e passo na frente de vários outros, porque
sei que vou adorar. Com esse livro não foi diferente e, assim que terminei, já
queria poder voltar para lê-lo novamente, mas deixei para ler o próximo, já que
há outros da autora chegando aí.
Devo dizer
que estou imensamente feliz em ver que a Editora Arqueiro está publicando cada
vez mais obras da rainha Quinn com rapidez.
Já sabia que eles tinham comprado os direitos de todos os seus livros,
mas pensei que iriam demorar a publicá-los, pois são muitos. Mas, para minha
alegria e também a de todos os fãs dessa escritora de romances de época tão
querida, esse foi o quinto exemplar publicado este ano, sendo que o segundo
desta duologia, “Como Se Casar Com Um Marquês”, também já saiu e será resenhado
em breve aqui no blog. E o primeiro volume da próxima duologia, “Lady
Whistledown”, que traz a famosa personagem presente na série “Os Bridgertons”
está sendo publicado este mês. Ou seja, só temos motivos para comemorar, pois
só em um ano sete livros dela – até o momento – foram publicados!
Adorei essa
história de maneira geral e me diverti muito com Caroline e Blake, de verdade.
Só acho que faltou um pouquinho para ficar completamente apaixonada. E, como
não consigo evitar a comparação com outros casais criados por Julia, mesmo que
eu tenha adorado estes dois, eles não entraram para o meu hall de absolutamente
favoritos, por conta disso e outros pequenos detalhes, a obra ganhou quatro
casinhas na avaliação final.
Se eu
tivesse que definir um signo para os protagonistas, acho que escolheria gêmeos.
Ambos falam pelos cotovelos, mudam de humor e opinião com facilidade muitas
vezes, e fazem o que bem entendem, mesmo que troquem de ideia e decidam fazer
outra coisa depois.
Caroline tem
uma personalidade encantadora e marcante, é muito determinada e teimosa, e
sempre tenta tirar o melhor de cada situação que vivencia. Como ela não foi
criada da maneira usual para uma garota de seu nível social, acaba escapando um
pouco do padrão da época, o que é sempre maravilhoso de acompanhar. Além do
mais, ela sempre mantém seu bom humor, ainda que enfrente situações ruins e
tenha muitas coisas desse estilo em seu passado, e tenha vivido boa parte do
tempo sozinha, já que não tinha amigos ou pessoas próximas que realmente se
importassem com ela.
Gostei de
Blake também, apesar de não tanto quanto da protagonista feminina, justamente porque
ele reclamava muito em alguns momentos e queria que tudo fosse feito exatamente
do seu jeito ou da maneira que considerava ser a correta. Porém, por outro
lado, ele tem um coração muito bom, quer sempre ajudar aqueles por quem nutre
sentimentos, e luta com fantasmas de seu passado, que o transformaram em alguém
com dificuldade de se abrir e se relacionar com as pessoas. Fora a culpa que
carrega consigo por algo que aconteceu, que lhe impede de seguir em frente.
Um
personagem que, para mim, foi de grande destaque, além de Caroline e
Ravenscroft, foi o James, protagonista do segundo volume dessa duologia, que
teve diversas participações aqui por ser o melhor amigo e companheiro de
profissão de Blake, e por tê-lo ajudado e saído em missões juntos. E eu mal
vejo a hora de conhecê-lo melhor, já que ele é divertido, alto astral e tem as
melhores tiradas, então tenho certeza de que vou gostar de sua história,
provavelmente mais até do que desta primeira. Ou seja, estou com expectativas
altas e espero de verdade que elas sejam alcançadas.
A escrita de
Julia é muito gostosa, flui bem e tem uma pitada cômica que eu adoro. Seus
personagens são carismáticos, a trama é bem construída e divertida. Nesse
volume há também um quê de mistério que funcionou muito bem.
Só acho que
o final ficou um pouco a desejar, já que parece que a história acabou meio que do
nada e aconteceram algumas coisas que me fizeram sentir como se tivessem sido
forçadas para resultar no que a autora pretendia, como se ela estivesse mais
preocupada com o aonde chegar, mas
não o como. Então senti falta de uma
conclusão um pouco mais desenvolvida, e sei que Quinn é capaz de fazer isso,
por esse motivo acho que o desfecho ficou ainda mais a desejar. Mas sei que
essas questões com certeza serão mais trabalhadas no segundo livro, então estou
curiosa e ansiosa para conferi-las.
Amo as capas
dessa série, que são lindas – as mais bonitas da autora publicadas no Brasil
até o momento – e combinam entre si. A diagramação interna está confortável
para a leitura com fonte e espaçamentos em tamanhos ideais, e as páginas são
amarelas.
Apesar de
ser uma duologia, os volumes são independentes, cada um com seu próprio começo,
meio e fim, sendo que há participações do protagonista do próximo livro com um
papel secundário neste primeiro, e já veio nos mostrar que é encantador e nos
inspira a querer conhecê-lo o mais breve possível.
Mais uma vez
Julia Quinn conseguiu me conquistar com uma obra deliciosa, leve e
descontraída, que nos faz mergulhar em outra época, enquanto curtimos os
cenários e nos apaixonamos pelos protagonistas. Com comentários espirituosos,
pitadas de romance, comédia, ação e mistério, “Como Agarrar Uma Herdeira” é uma
ótima leitura e indico para fãs do gênero e para os que ainda não leram nada do
mesmo, mas querem uma opção de por onde começar.
Avaliação
Nenhum comentário:
Postar um comentário