Pela
primeira vez, Lily vai passar sua época e feriado favoritos do ano praticamente
sozinha, já que seus pais foram viajar para uma lua de mel tardia, seu avô foi
visitar a namorada em outro estado, e seu irmão está bem distante da menina, ainda
que esteja ali em Nova York, visto que está vivendo um sonho com seu novo
namorado e nem tem tempo para ela.
Para
afastá-la da amargura e buscar alguém por quem Lily possa se apaixonar, Langston
(o irmão) decide ajudá-la a escrever algumas pistas em um caderninho Moleskine
vermelho e deixá-lo na Strand, uma caótica livraria de Manhattan, e quem o
achar deve decidir se vai aceitar ou não o desafio.
Dash não
gosta nada do Natal e consegue bolar um plano para passar a data sozinho e
rodeado de paz, sem que outras pessoas notem. Mas parece que um certo objeto
vai mudar tudo. Em uma de suas visitas à Strand, acaba se deparando com o
Moleskine próximo aos livros de um de seus autores preferidos, e decide abri-lo
para saber do que se trata. Intrigado com as propostas do caderninho, decide ir
em frente e desvendar as pistas.
Em meio a
trocas de enigmas e respostas, Dash e Lily começam a conversar sobre a vida,
seus sonhos, desejos e sentimentos mais profundos, sem nunca se verem, só
deixando o objeto em locais inusitados e diferentes. Até que percebem que
aquelas palavras podem vir a ser mais do que marcas de tinta no papel. Mas
talvez aquilo só exista na imaginação deles e a realidade não seja nada do
esperado. Ou talvez eles possam se surpreender com o resultado.
Já conhecia
este livro há alguns anos, e a primeira vez que vi a capa, a achei fofa e fui
pesquisar a sinopse. Claro que fiquei interessada, mas acabei não lendo porque
não tinha sido publicado por aqui, então imagina a minha alegria quando a
Galera Record anunciou que traria este ano para o Brasil? Assim que pude,
comecei a lê-lo e realmente adorei!
“– Você acha que contos de fadas são coisa de
menina? Uma dica: pergunte a si mesmo quem os escreveu. Garanto que não foram
só mulheres. É a grande fantasia masculina: só é preciso uma dança para saber
que é ela. Só é preciso o som da música dela vindo da torre, ou uma olhada em
seu rosto adormecido. E na mesma hora você sabe: é a garota da sua cabeça,
dormindo ou dançando ou cantando à sua frente. Sim, garotas querem príncipes,
mas garotos também querem princesas. E não querem uma paquera muito longa.
Querem saber imediatamente.”
A história é
narrada pelos dois protagonistas em primeira pessoa em capítulos alternados, o
que nos aproxima bastante de cada um e permite que tenhamos uma visão mais
ampla e pessoal ao mesmo tempo. Este é exatamente meu tipo preferido de ler um
livro, então fiquei encantada com tudo. Adorei ambos os personagens, mas
confesso que Dash demorou um pouco mais para me conquistar e algumas de suas
atitudes não me agradaram totalmente.
A escrita
dos autores é muito gostosa, leve e envolvente. E tem um tom meio poético,
cheio de pontos de reflexão e frases de efeito – daquelas para guardarmos e
utilizarmos por aí. Além do mais, flui maravilhosamente bem, fazendo com que a
leitura seja rápida e memorável. A trama foi bem desenvolvida e todas as pontas
relativas ao caderninho foram amarradas. Eu achei essa ideia muito bacana e
divertida, mas tenho certeza de que, se eu tentasse fazer algo semelhante por
aí, não daria certo.
“As pessoas
importantes em nossas vidas deixam marcas. Elas podem ficar ou não no plano
físico, mas existem para sempre no coração, porque ajudaram a formá-lo. Não dá
para esquecer isso.”
O que eu
mais gosto é que o enredo é bem real, daquele tipo que a gente facilmente pode
se colocar no lugar dos personagens, como se nós mesmos estivéssemos
vivenciando tudo aquilo. E o cenário e o clima de Natal foram bem descritos,
são deliciosos e aconchegantes.
Tanto Dash
quanto Lily são personagens que eu considero um pouco peculiares, e é
justamente por isso que ambos são tão especiais e cativantes. Ele é mais
centrado, cheio de ideias fixas, sarcástico e muito inteligente. Ela é mais
doidinha, daquele tipo que nos faz sorrir, e de um modo que a gente admire sua
personalidade, visto que ela tem uma grande bondade dentro de si, é meiga e
muito divertida. Eles são bem diferentes, mas ao mesmo tempo bastante parecidos
em alguns aspectos. E acho que combinam perfeitamente.
“Com
ou sem oração, quero acreditar que, apesar de todas as evidências do contrário,
é possível para qualquer pessoa encontrar aquele alguém especial.”
Gostei muito
do livro e achei a história super fofa, só acho que o final poderia ter sido um
pouco melhor, mais desenvolvido. A trama gira totalmente em torno do
envolvimento dos dois e, quando aquilo sai do papel e vai para a realidade, a
gente não consegue aproveitar por muito tempo, porque logo acaba. Além do mais,
algumas questões foram citadas neste volume, porém não tivemos a conclusão a
respeito delas. Então, de um jeito ou de outro, algumas pontas acabaram ficando
soltas.
O que me
conforta é que os autores resolveram escrever uma continuação, “The Twelve Days
of Dash and Lily”, que será publicada este ano lá fora, seis anos depois do
lançamento do primeiro volume. Aqui no Brasil, este primeiro foi lançamento do
mês passado, então espero que a Galera Record não demore para publicar a
sequência e o faça no ano que vem. Eu vou estar na torcida, porque gostaria
muito de lê-la.
A primeira
vez que vi esta capa nacional, não tinha gostado muito, confesso. Mas, depois
de vê-la pessoalmente, fiquei apaixonada! E agora eu gosto tanto desta quanto
da original. Todos os detalhes da mesma estão harmoniosos: ilustrações, cores e
fonte, trazendo um resultado incrível. A edição impressa conta com título em
alto-relevo e verniz localizado, e o tom do rosa é diferente deste que vemos na
tela, muito mais bonito ao vivo. O texto é bem espaçado, mas a fonte não é
muito grande, e, apesar de não ter atrapalhado minha leitura, pode incomodar
algumas pessoas, assim como as páginas brancas.
Recomendo
muito “O Caderninho de Desafios de Dash e Lily” para aqueles leitores que
buscam histórias deliciosas com o clima do Natal rondando as páginas, um casal
adorável, personagens cativantes, uma trama fofa, real e divertida.
Avaliação
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