Eloise
Bridgerton é a quinta filha de Violet e Edmund, sendo a segunda mulher, e é
dona de uma personalidade extrovertida e direta, gosta de dizer o que pensa, e
sempre tem muito a falar. Mas uma das coisas de que mais gosta é,
definitivamente, escrever cartas. Quando soube que uma de suas primas
distantes, que conheceu quando era criança, veio a falecer, decide enviar uma
pequena carta de pêsames ao viúvo, que para sua surpresa, acaba respondendo de
maneira simpática.
Depois de um
ano trocando cartas, eis que Sir Phillip decide propô-la em casamento, afinal
gostaria de encontrar uma mãe para seus filhos, com quem ele não sabe lidar, e
também para ajudá-lo a colocar ordem e organizar tudo em sua casa, afinal ele
não leva jeito para nada disso, preferindo sempre a companhia de suas plantas,
já que é um grande estudioso do assunto.
Ele já havia
decidido encontrar uma nova esposa desde que a primeira, Marina, havia morrido.
Mas as coisas estavam difíceis porque seus filhos são conhecidos como pestinhas
e afugentam qualquer pretendente aceitável. E depois de conhecer a
personalidade de Eloise, ele acredita que ela provavelmente será uma ótima
opção, então decide convidá-la a fazer uma visita em sua casa no campo, para
ver se ambos se dão bem o suficiente para isso.
Porém, a
dúvida que fica é: o que motivaria a destemida e difícil (no sentido de não
aceitar qualquer pretendente) Eloise a aceitar se encontrar com alguém que
nunca nem mesmo viu ao vivo, com uma proposta de casamento, mesmo depois de ter
rejeitado inúmeras ao longo dos anos em que frequenta a sociedade londrina?
O que
acontece é que nossa jovem sempre acreditou que precisava encontrar o amor e um
homem decente e inteligente no mesmo pacote, o que não havia acontecido até
então. E ela nem mesmo se preocupava com isso, afinal era solteirona junto com
sua melhor amiga desde sempre, Penelope Featherington, quem Eloise sempre
acreditou que não teria sua condição de solteira mudada nunca. Exceto que,
recentemente, seu irmão, Colin, olhou para a moça com outros olhos e eles
acabaram, finalmente, ficando juntos. Deixando nossa Eloise muito feliz, mas
também com uma pontada de aperto no peito, afinal não gostaria de ficar
solteirona e solitária o resto da vida, então precisava também encontrar a
felicidade.
Só que ao
vivo as coisas não são exatamente como o esperado: Phillip é rude e grosseiro,
enquanto Eloise é uma tagarela. Ambos estão meio chateados com a situação, mas
decidem tentar se entender mesmo assim. Será que as motivações que eles criaram
para este enlace serão suficientes para driblarem o que sentem em relação a
personalidade um do outro? Ou tudo isso pode ser mais do que aguentariam? Mas
como algumas decisões foram tomadas, agora pode ser tarde demais para voltar
atrás. Será que Eloise fez a escolha certa? Ou se arrependerá pelo resto de sua
vida?
De todos os
volumes da série “Os Bridgertons” que li até agora (ainda faltam três), este
foi, infelizmente, o que menos gostei. O que não torna a leitura ruim, pelo
contrário, continua sendo linda e deliciosa, mas o personagem masculino, Sir
Phillip, não me agradou muito – apesar de ter compensado no final –, o que
acabou afetando os meus sentimentos com a obra de maneira geral.
O que
aconteceu é que o achei muito frustrante,
e também não gostei da forma como ele tratou Eloise a maior parte do tempo, com
direito a deixá-la sozinha quando estava chateada ou quando só queria
conversar, e até mesmo reclamar de sua forma de ser, entre outros detalhes que
podem parecer pequenos para algumas pessoas, mas são coisas que me incomodam
muito, e eu não gostaria de ser tratada desta forma. Em um dado momento Eloise
chegou até a pedir desculpas para ele por ser como é, depois que ele a ofendeu por isso. E este ponto foi completamente
decepcionante para mim. Sério!!
Com o passar
das páginas, Phillip vai se tornando um pouco melhor, mas só foi melhorar de
verdade mesmo quando a obra já estava se encaminhando para o fim. Porque, Julia
Quinn, sendo Julia Quinn, não poderia deixar de fazer um momento completamente
fofo, daquele tipo que faz derreter o coração dos leitores, e o final foi
surpreendente um dos melhores em relação ao romantismo.
E eu
confesso que estava esperando um pouquinho mais de Eloise também em
determinadas ocasiões, porque ela sempre me pareceu um tipo de pessoa e, mesmo
assim, acabou se desculpando ou aceitando coisas que eu não esperava dela, pelo
menos não com tanta facilidade. Também pensei que, por esperar tanto para
encontrar o amor, ela não aceitaria menos do que o máximo, e que viveria algo
maravilhoso, o que não aconteceu desta maneira – pelo menos não na maior parte
do tempo. Ou seja, ela aceitava demais, sem lutar pelo que queria, e, poxa, se
não tinha aceitado casar com nenhum pretendente até agora, por que com Phillip?
Eu sei que tivemos algumas explicações quanto a isso, mas elas não me
convenceram completamente, o que acabou me decepcionando um pouco.
Esta é uma
história divertida e leve, mas este volume também possui uma pegada mais
dramática, que, pelo que me recordo, é o que esta carga está mais pesada de
todos da série até o momento, não de um jeito que vá nos fazer chorar sem
parar, mas com certeza de uma forma que nos faz sentir.
E, de
maneira geral, esta foi a obra menos romântica e fofa da série até então, pois
o relacionamento entre Eloise e Phillip começou por motivos práticos ou
“desesperados”, e faltou bastante de sentimento ali, além de a situação ter
sido meio forçada por eles para alcançar propósitos. Também acabei demorando a
nutrir um carinho pelos dois juntos e não ficava torcendo para algo acontecer
entre os dois logo, como sempre faço com romances. E depois, parece que a força
do amor apareceu com muita pressa. Como se em um minuto estivesse longe de
acontecer e no outro já fosse o mais importante.
A escrita de
Julia Quinn é, como sempre, sensacional, e nos prende com facilidade, de um
jeito que fica difícil largar o livro de lado ou deixar de pensar na história
mesmo depois de fechar a última página.
“Ria. Ria
alto, e sempre. E quando as circunstâncias pedirem silêncio, transforme sua
gargalhada em um sorriso. Não se acomode. Saiba o que quer e corra atrás. Se
não souber o que quer, seja paciente. As respostas chegarão no tempo devido, e
pode ser que você venha a descobrir que o que seu coração deseja estava bem
debaixo do seu nariz o tempo todo.”
E a parte
que mais gostei de todas foi a carta escrita no epílogo por Eloise, que foi
completamente graciosa e me deixou com os olhos cheios d’água e um sorriso no
rosto, e também uma pequena grande homenagem a sua melhor amiga Penelope, que
foi super fofo de sua parte.
Sei que
nesta resenha estou comentando algumas coisas diferentes dos outros volumes,
mas acho que vale citar mais uma característica, já que é o primeiro da série que
todos os demais personagens apareceram bem menos, com exceção de pouquíssimas
cenas com os irmãos de Eloise, Anthony, Benedict, Colin e Gregory, que foram
responsáveis pelas partes mais engraçadas, Sophie, e uma cena com sua mãe. Mas
suas irmãs, amigos e sociedade londrina, ficaram todos “de fora”.
E também
tivemos um cenário totalmente diferente, já que a obra se passa quase
inteiramente nas cidades do campo, longe de Londres e toda a sociedade. Foi
bacana, mas ao mesmo tempo senti com esta distância e fiquei com saudades dos
meus personagens queridos.
Além do
mais, senti falta da revelação do segredo que foi feita no final de “Os
Segredos de Colin Bridgerton”, principalmente porque tinha relação com a melhor
amiga de Eloise, Penelope, protagonista feminina deste quarto livro. Entendo
que a autora fez isso para preservar quem não leu os exemplares anteriores,
visto que é uma série independente e pode ser lida em qualquer ordem. Mas acho
que algum comentário que não fosse muito revelador deveria ter sido feito,
porque foi algo de extrema importância, que mexeu com a vida de muita gente e,
principalmente, de sua melhor amiga, e Eloise não se dignou a nem mesmo pensar
sobre o assunto, logo ela que pensa e, claro, fala bastante sobre tudo.
Amei as
cenas com os filhos do Sir Phillip, Amanda e Oliver, e ficava sorrindo toda vez
que eles apareciam, principalmente quando pai e filhos começaram a se entender.
Mas confesso que senti falta de mais dos dois, e acho que a autora poderia ter
trabalho um pouquinho mais de cenas com eles, inclusive porque queria ver mais
a afeição que eles começaram a nutrir por Eloise, pois acho que foi meio que
rápida demais, visto que em um momento estavam pregando peças nela e no outro
já estavam lhe abraçando.
A capa segue
o padrão dos demais volumes da série, e eu gosto bastante desta, que é uma de
minhas preferidas. A diagramação é confortável para a leitura com uma fonte em
bom tamanho e texto bem espaçado, e as páginas são amarelas.
Tem resenha
dos quatro primeiros volumes de “Os Bridgertons” aqui no blog, e vocês podem
conferir clicando no título da série. O próximo livro, “O Conde Enfeitiçado”,
já está na minha meta de leituras, e estou bem empolgada porque a Francesca,
que será a protagonista da vez, é a personagem que eu menos conheço, visto que
foi pouco citada nos demais exemplares. Depois ainda vão faltar duas obras, "Um
Beijo Inesquecível" e "A Caminho do Altar", que também já foram
publicadas aqui no Brasil pela Editora Arqueiro, e “The Bridgertons: Happily
Ever After”, que é um volume de contos e reúne os segundos epílogos de todas as
histórias, e mais um sobre a matriarca da família, Violet, e chegará ao país no
final deste ano.
Mesmo que
“Para Sir Phillip, Com Amor” não tenha sido a obra de Julia Quinn que mais
gostei, nem a minha preferida da série, ainda assim é fantástica, encantadora e
meu encheu de alegria e bons sentimentos. Amo seus personagens, sua escrita e
suas histórias, e não vejo a hora de ter mais Bridgertons em minhas mãos.
Avaliação
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