A série “Escolha
o Seu Felizes Para Sempre” possui uma proposta bem bacana e interativa: o
próprio leitor é quem vai decidir os rumos tomados pelos protagonistas, baseados
em escolhas que os mesmos precisam fazer em diversos momentos de suas vidas.
Acho esta ideia muito interessante e dinâmica e sempre quis ler um título neste
formato, então fico contente que finalmente tive esta oportunidade.
Mas este
livro não é o pioneiro deste estilo publicado no Brasil, e também não foi o
primeiro que conheci, mas foi o primeiro que li, e cheguei à conclusão de que
mais autores poderiam escrever histórias assim, porque é bem legal a gente
poder “ajudar” os personagens a tomar suas decisões, pois parece que estamos inseridos
na trama.
No primeiro
volume, “Como Ficar Com Rick”, vamos conhecer Kitty MacLean, que passa bastante
tempo pensando no menino de quem gosta, Rick Sanchez. Porém, ela é tímida e não
tem nem coragem de dar o primeiro passo para conversar com ele, diminuindo
consideravelmente suas chances de poder ter alguma chance com o garoto algum
dia.
Mas agora
sua sorte parece prestes a mudar, pois Persephone, uma das garotas mais
populares de seu colégio, a chama para viajar com ela e, o melhor, Rick vai
ficar hospedado perto delas. Só tem um pequeno probleminha: Kitty já havia
prometido que iria acampar com suas melhores amigas nestas férias.
E agora, o
que nossa protagonista deve fazer? Viajar com Persephone e ficar mais perto de
Rick e com mais chances de conquistá-lo, ou com Mia e Izzy, suas melhores
amigas desde pequenas, e se divertir bastante no acampamento? É você, leitor,
que deverá escolher entre estas opções, e depois decidir quais outras atitudes
nossa Kitty deve tomar ao longo destas férias maravilhosas que vai viver.
Acho que a
trama começou bastante interessante, leve e divertida. Aquele tipo de história
adolescente contemporânea, que faz com que a gente logo se identifique com a
personagem principal e o que ela está vivendo, seja porque estamos passando por
algo semelhante em nossas vidas ou porque nos faz relembrar desta fase da
adolescência (para os leitores mais velhos).
Só acho que
a autora criou situações demais que precisavam de decisões, então a história acabava
ficando muito cortada, e as coisas aconteciam rápido demais para a quantidade
pequena de páginas sequenciais, então não dava muito tempo de desenvolver aquela
decisão antes de começar uma nova. E ela ainda por cima escreveu TANTOS finais
(se não me engano foram sete!!), que quando a gente espera que algo realmente
incrível vá acontecer, o livro de repente termina porque já não tinha espaço para mais.
Portanto,
acho que faltaram páginas para desenvolver o enredo melhor de fato, porque do
jeito que foi acabou resultando numa trama fraca, visto que não deu tempo de
realmente conhecer tão bem assim nenhum dos personagens além de Kitty, e a
finalização ainda ficou em aberto, sem nos dar a chance de saber se ela
realmente iria conseguir o que almejava desde o princípio. Acho que ela poderia
ter feito apenas dois finais e os outros espaços ter desenvolvido novos
capítulos e situações, pois teria ficado mais completo e melhor trabalhado.
E, apesar de
o livro ter mais de duzentas e cinquenta páginas, a história em si é bem
curtinha e dá para ler em muito pouco tempo, como em uma hora mais ou menos.
Isso acontece porque são vários os momentos em que o leitor tem a possibilidade
de decidir qual será a próxima atitude da protagonista, fazendo com que
tenhamos que pular diversas destas páginas para chegar ao próximo capítulo, que
terminará em um novo conflito, que nos levará a outra parte pulando mais
algumas folhas e assim por diante.
Confesso que
li mais de um final, porque não gostei muito do primeiro a que cheguei, então
queria ver se algo melhor tinha acontecido em algum deles. Por isso, voltava um
pouco as páginas e decidia ir por outro caminho, mas todos acabam mais ou menos
semelhantes, apesar de com resultados diferentes, o que acabou me decepcionando
um pouco.
Mas também
preciso dizer que gostei da mensagem que Julie Fison utilizou no fim da maioria
(ou todos) deles, pois nos mostra que Kitty consegue ser feliz com o que tem,
com os amigos que possui e com as atitudes que tomou, independente do resultado
ser o que ela esperava, principalmente porque as vezes algo que nem percebemos
que queríamos acaba sendo bem melhor do que o que de fato desejávamos.
A série (“Choose
Your Own Ever After” no original) é composta por cinco volumes independentes,
sendo que três autoras diferentes foram responsáveis por escrevê-los: os dois
primeiros, "Como Ficar Com Rick" (este da resenha) e "The Call
of the Wild" são de Julie Fison, o terceiro e o quinto, "A Hot Cold
Summer" e "Play the Game", respectivamente, são de Nova Weetman,
e o quarto, "Make up or Break Up", é de Kate Welshman.
Cada qual
possui começo, meio e fim, e seus próprios protagonistas, e acho até que nenhum
participa de outro livro, como geralmente acontece com este tipo de série, o
que é uma pena, porque gostaria que todos os personagens principais se
concentrassem no mesmo grupo de amigos, assim veríamos os futuros deles nos
demais exemplares. Até o momento somente o primeiro foi publicado no Brasil e
não encontrei informações sobre possíveis publicações dos demais ainda.
A parte
gráfica está realmente uma gracinha! As capas de todos os volumes são
semelhantes entre si e bem coloridas, já que cada um possui uma cor principal
(na ordem: verde, roxo, rosa, vermelho e amarelo) e detalhes ilustrados também
coloridos. O mais bacana é que estas pequenas ilustrações que aparecem na capa têm
tudo a ver com o conteúdo de cada obra. Por exemplo, neste primeiro há
elementos de acampamento e praia. Vou deixar as capas dos demais aqui embaixo
para vocês conferirem.
A Harper
Collins Brasil (meu exemplar saiu com o selo Agir Now, que agora deixou de
existir) fez um ótimo trabalho e o miolo também é todo ilustrado, no começo e
final de cada capítulo e nas folhas iniciais de cada nova parte. A fonte e os
espaçamentos são confortáveis para uma leitura agradável, e as páginas são
amarelas.
“Escolha o
Seu Felizes Para Sempre: Como Ficar Com Rick” é uma obra juvenil leve,
divertida e interativa, onde o leitor se transforma na própria protagonista ao
tomar as decisões da mesma ao longo da jornada que é sua vida. Indico para
todos que buscam uma trama rápida, fofa e dinâmica sobre uma garota vivendo a
adolescência, com questões típicas que envolvem amigos, estudos e primeiro
amor.
Avaliação
Admito que, no início do post, fiquei super interessada no livro, principalmente por causa do estilo dele. Você poder escolher que rumo o protagonista pode ou não tomar dá uma própria liberdade ao leitor e isso é muito bom!
ResponderExcluirPorém desanimei de comprá-lo no final do post justamente por causa da falta de desenvolvimento do enredo e das falhas. Gosto de histórias que deixem um gosto de quero mais e não que sejam incompletas </3
http://makingcolorfilm.blogspot.com.br/
Li o livro e fiquei apaixonada pelos personagens, cada um com sua personalidade, ele é maravilhoso, cheio de histórias engraçadas e envolventes, porém concordo que a autora devia ter dado um final mais impactante e completo. Eu também li outros finais, mas nao porque não fiquei satisfeita, mas por curiosidade e pra não parar de ler, acho que deviam ter prolongado mais e feito continuações da série. O livro realmente me deixou perplexa durante a lida, ele é muito intenso e muito admirável. Apenas esse ponto de encurtar a história que não gostei muito...
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