Jambalaya - Um Piracicabano na Luisiana - Daniel de Carvalho

Jambalaya, a-crawfish pie and-a file gumbo
'Cause tonight I'm gonna see my ma cher amio
Pick guitar, fill fruit jar and be gay-oh
Son of a gun, we'll have big fun on the bayou. - Jambalaya (on the Bayou)

Tenho tido experiências incríveis com os autores nacionais, eu sempre acho que sei o que está por vir e sempre me surpreendo com o que eles tem escrito! Foi assim com Jambalaya - Um Piracicabano na Luisiana, escrito pelo autor Daniel de Carvalho, e publicado pela editora Baraúna.

Joel é um piracicabano que trabalha com tradução. Certo dia recebe a incumbência de traduzir a letra de uma música, a Jambalaya on the Bayou, de Hank Williams. Para cumprir com seu trabalho ele faz uma pesquisa pelas terras da Luisiana para compreender os costumes e linguajares do lugar. Resultado? Além da música traduzida uma verdadeiro fascínio nasce pelo lugar, despertando uma vontade imensa em Joel  de caminhar pelos locais que inspiraram a música.

Mas Joel não é qualquer um, diferente dos demais ele pode fazer projeções atrais. Assim atraído pela curiosidade ele resolve viajar no tempo e no espaço para a Luisiana do século passado. E em Forgottenland conhece moradores estranhos e uma história de amor que precisa de uma empurrãozinho.

O primeiro destaque do livro é a ideia do autor, extremamente original ele escreveu uma história para explicar a música, ou seja, ele destrinchou a música e transformou suas estrofes em uma viagem pelos pântanos da Luisiana. Jamais vi ou ouvi nada do estilo. A narrativa de Daniel é detalhada mas soa bem rápida, você segue deslizando pelas águas dos brejos calmamente e descobrindo os sabores e cheiros de Forgottenland, um local bem inusitado. Ela é feita em terceira pessoa por um narrador, mas sofre interferência no final do escritor (outro recurso inusitado e bem utilizado no livro).

Joel é um projetista, usa projeção para andar por ai, e quando se depara com a cultura Cajun não pensa duas vezes em ir para a Luisiana. Confesso que no lugar dele não seria tão aberta as experiências, mas ele enfiou o pé na lama e comeu tudo que lhe foi oferecido sem medo. E com isso conquista verdadeiros amigos e descobre a música que traduziu nos moradores das vilas.

A história que se desenrola nas vilas de O'Connor e Beaujeu é simples mas honesta. As vilas tem uma richa antiga, mas o casal Handsome Joe e Yvonne querem mudar isso para ficarem juntos, afinal cada um é de uma vila. Ao mesmo tempo Smart e Bigbug disputam o cargo de governador. Essa são as histórias que Joe acompanha quando em Forgottenland. É muito interessante os costumes, jeitos de falar e comportamentos que o povo dessas pequenas vilas têm. A começar com o nome dos personagem que estão ligados ao seus físicos e comportamentos literalmente.

Quanto ao aspecto fantástico da história alguns aspectos da projeção astral foram bem abordados (como a técnica de projeção), mas outros caminharam mais para a fantasia, o que não é problema algum visto que estamos em um livro de ficção.

O trabalho gráfico do livro é muito simples, mas a capa traduz bem a história do livro, na verdade uma das cenas principais do livro. Uma capa mais trabalhada faria mais jus ao escrito, mas a diagramação não tem problemas, assim como a revisão que foi bem feita.

O capítulo final é diferente e nos convida a uma conversa com o escritor. O desfecho da história é o esperado, logo o mais legal mesmo fica por conta deste último capítulo onde até mesmo nós leitores somos chamados a participar. As últimas frases são amor, puro amor! E tenho certeza que a Senhora Neusa se alegra a cada um que termina o livro com essas palavras! (não entendeu? Leia! Não posso contar spoiler =P!).

Com um clima único, e uma viagem que me fez querer mais ir para Luisiana, Jambalaya é uma história sem grandes pretensões, mas que vai aos pouquinhos tomando conta e termina lá no coração, como só as coisas simples podem fazer!

Obrigada Daniel por dividir sua história de amor comigo!


Video da música Jamabalya:



 Avaliação












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Um comentário:

  1. Olha, até hoje, nunca li um livro da Baraúna que não tivesse erros, pelo que li em sua resenha, esse parece uma exceção. Fico imensamente feliz por isso, parece que eles estão se empenhando em mostrar um bom trabalho!

    Sobre o livro, eu amei a capa, mas não faz meu gênero. Quem sabe um dia neh? rsrsrsrrs

    bjo bjo^^

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