As mulheres
casadas da alta sociedade gostariam de consertar seus casamentos antes que o
divórcio seja inevitável e suas famílias – e também seus confortos – sejam destruídas
porque seus maridos decidiram trocá-las por moças mais jovens e mais fogosas.
Mas ainda há esperança, e ela atende pelo nome de Justice Drake.
Se seu
casamento não está feliz, basta matricular-se no curso intensivo de seis
semanas deste tão famoso (e discreto) professor, que ensina tudo o que as
mulheres precisam saber para conquistar seu homem – e também nutrirem mais
autoconfiança. Em um oásis afastado de tudo e todos, estas mulheres aprenderão
tudo o que for necessário para ter uma vida sexual plena.
Para ele,
sexo não é nenhum tabu. E ninguém deveria tratá-lo como tal. É por isso que, em
suas aulas, ele faz de tudo para que as mulheres ganhem autoestima e confiança
suficientes para tratar – e fazer – do assunto de uma maneira mais madura e
sensual.
Então é
isso, matriculem-se, vistam suas melhores roupas e preparem-se: Justice Drake
irá mexer tão bem com a mente de cada uma de vocês que dentro de quatro paredes
logo deixarão de ser as adoráveis donas de casa e se tornarão as mais selvagens
e fogosas na cama. Mas será que ele é capaz de resistir a tudo isso também? Ou
uma certa mulher com cabelos de fogo poderá mexer com nosso arrogante protagonista
mais do que ele gostaria?
Tenho que
confessar que, da primeira vez que ouvi falar neste livro, não tinha tanto
interesse assim em lê-lo, porque não parecia ser algo que eu realmente
gostaria, afinal eu gosto mesmo é da parte do romance, não do sexo. E apesar
deste último não me incomodar nas leituras, pelo contrário, por vezes acho até
que essas cenas são necessárias, eu gosto de encontrá-las apenas como pano de
fundo ou consequência do amor. Mas isso é a minha opinião a respeito de livros
de romance.
Mas li
algumas resenhas falando maravilhas de “Taint”, de que tinha partes românticas,
fofas, etc. Então pensei: por que não? As vezes a sinopse só está me enganando,
como já aconteceu antes. E é por isso que escolhi ele para ler este mês. Porém,
acabou que, apesar de realmente ter trechos beeeem românticos, ainda sinto que
esse livro não é para mim. Tenho certeza de que o público ao qual se destina
vai amá-lo, mas, infelizmente, não sou uma dessas pessoas.
E,
novamente, não é que a história seja ruim, ou que a escrita da autora seja
péssima, porque nenhuma destas duas coisas é verdade, eu só não amei a leitura
porque eu sou eu. Então se você curtir a sinopse e já sabe o que esperar e
parece ser algo que vai lhe agradar, lhe digo: vá fundo! Tenho certeza de que
vai apreciá-lo, sim. Até porque, quando a trama é realmente ruim, eu nem mesmo
termino de lê-la, e com essa eu li até a última linha.
A narrativa
é em primeira pessoa sob o ponto de vista de Justice Drake, o que eu curti
bastante porque na maioria dos livros a gente ganha a visão feminina ou a de
ambos, então aqui tivemos uma chance de conhecer apenas o lado do protagonista
masculino e gostei de sua personalidade, e de saber mais a fundo o que o
afligia, o que gostava, o que desejava, seus problemas, etc.
E, para as
mulheres que gostam, o Justice é muuito meloso (pelo menos em sua mente). Daquele
tipo que fica só pensando na mulher que gosta, refletindo sobre sua beleza, seu
carisma, o quão ela é diferente de todas as outras, o quanto ele está
“condenado” por desejá-la, já que não pode tê-la, mas precisa dela, o quanto vai
sofrer quando não tiver ela por perto, mas que terá que se acostumar porque ele
não é – e nem poderia desejar ser – o que ela precisa. E por aí vai.
Como Justice
é um professor que vai ajudar as mulheres a serem melhor na cama para seus
maridos (não, elas não querem melhorar só porque desejam obter mais confiança,
mas porque querem agradar os homens para, assim, salvar seus casamentos! –
achei isso muito machista!), há
muitas aulas relacionadas a sexo, obviamente. Então poderemos encontrar cenas
sobre como se sentir mais confiante, como dançar pole dance, como se masturbar,
fazer sexo oral, etc. E muitas delas (ou talvez todas) apresentam aulas
práticas, ou seja, elas aprendendo junto com alguém ou pelo menos assistindo a
algum demonstração ao vivo de outra(s) pessoa(s). Confesso que pulei muitas
delas porque não tenho interesse nesse tipo de cena, mas pelo menos a autora
colocou na trama o que se propôs com a sinopse. Em determinados momentos parece
até um tipo de autoajuda (mas de um jeito real, como se você soubesse de alguém
que tenha frequentado essas aulas de verdade) e acho que alguns leitores podem,
inclusive, pegar algumas dicas preciosas.
Com isso, Jennings
também consegue nos passar uma vontade de sermos/termos mais: mais autoestima,
mais coragem, mais amor próprio, mais segurança, mais confiança em si mesmo,
etc. E acho que esse foi o ponto alto de tudo aquilo.
Como
comentei acima, acho que o propósito das aulas teve uma conotação muito
machista. Teria acho incrível se que aquelas mulheres tivessem optado por
aprender mais com Justice se fosse para elas se sentirem melhor consigo mesmas
e porque tinham vontade de aprender mais, ou algo do tipo, mas não porque seus
maridos, que as TRAEM com diversas outras mulheres, precisam que elas sejam
melhores na cama para não perderem o interesse e, assim, elas poderem consertar
seus casamentos e viver uma vida mais “feliz”. O mais absurdo é isso: todos os
maridos traem suas esposas e são elas que vão procurar ajuda para “melhorarem”.
A escrita da
autora é muito boa, leve, envolvente e intrigante. A gente logo imagina qual
será a próxima lição de Drake, e ri quando ele as faz passar por alguma
vergonha (felizes porque não somos nós que estamos no lugar daquelas mulheres).
E a parte dos sentimentos do protagonista faz nossos corações se derreterem,
torcendo para que o casal fique junto logo.
Por falar
nisso, as cenas dos dois juntos eram as melhores! Eu simplesmente adorava ver a
química que Justice e Ally, que era maravilhosa! E isso porque eles demoraram
para ter alguma coisa física, primeiro surgiu o desejo e a amizade, que foi bem
desenvolvida, com os sentimentos se fortalecendo até ficarem grandes demais
para a situação em que viviam. Amo quando as autoras sabem desenvolver o
relacionamento amoroso do casal, e S. L. soube.
A obra
também apresenta algumas referências e faz com que o leitor se identifique
facilmente. Uma delas é que a Ally é viciada em Friends! E com certeza muita
gente ama essa série (eu sou uma delas Haha). E a probabilidade de terminar
essa leitura com vontade de assistir alguns episódios novamente, tomando
sorvete, é grande.
Só achei o
final bem corrido! A história é passada toda em pouquíssimo tempo, e as coisas
vão acontecendo devagar, dia após dia, cena cotidiana após a outra, e tudo está
bem fácil de acompanhar, sem soar chato ou lento. Até que alguns acontecimentos
muito importantes ocorrem, que mudam completamente o rumo que os personagens
estavam seguindo, uma grande reviravolta acontece devido um segredo que é
revelado, Ally toma uma atitude, Justice, outra. Aí tem um desfecho bem, mas
BEM rápido. E, pronto. Acabou.
Esperava
mais dessa finalização, muito mais. Acho que ficou faltando explicações e
desenvolvimentos, o que é uma pena, principalmente porque seria a melhor parte.
E olha que o livro é fino – tem duzentas e vinte e quatro páginas – dava para a
autora ter desenvolvido algo mais bem trabalhado ali, uma pena que não o fez.
Enfim, se
você busca uma leitura diferente e original (eu nunca tinha lido ou tido
conhecimento de algo remotamente parecido) dentro do gênero erótico, que possui
aulas para as mulheres serem melhores de cama e ainda traz um belo casal
principal, com muita química e sentimentos aflorados, minha indicação é
“Taint”. Posso não ter me apaixonado, mas acredito que várias pessoas vão
curtir a leitura.
Avaliação
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