Quando eu escolhi ler Vrykolakas-
Apenas Lembranças da autora Nathalia Yamao, da editora Schoba, eu esperava um
livro de vampiros dentro dos padrões esperados, os tradicionais sanguinários
ou modernos mocinhos que não lidam bem
com sua natureza, mas eu jamais imagina ler um livro fofo com uma pequena
viagem ao mundo!
Quatro jovens vampiras e amigas
dividem um apartamento em New York, elas
parecem felizes e tranquilas com suas naturezas, mas por trás da aparente
felicidade cada uma esconde histórias marcadas por perdas, tristeza e dor.
Ligadas por um passado trágico elas evocam através dos detalhes do dia a dia
suas lembranças mais preciosas e continuam apesar de suas marcas, será que isso é realmente possível?
O livro é todo narrado em
terceira pessoa sob o ponto de vista da personagem que evoca a memória. Embora
o livro tenha uma linha central que é nos dias atuais em New York, trata-se de
um livro de memórias das quatro meninas que se lembram de suas histórias de
vida. Primeiro conhecemos as histórias de amor de Mika e Midore, e depois o
processo de transformação de Rukia e Tomoyo que mais tarde se juntam as demais
em uma história central de como se conheceram. Todas as lembranças são ótimas,
e elas por si só já renderiam um livro, já que as personalidades e detalhes explorados
seriam suficientes para tanto, especialmente a história mais longa da
transformação delas.
Um detalhe que eu particularmente
amei foi ele se passar em diversas partes do mundo, primeiro em New York,
depois em Madri, passando para o Japão, país que é bastante explorado já que
todas as meninas são todas japonesas, depois Transilvânia e por fim Londres
(essa é citada mas não é explorada). Essa característica torna o livro bastante
ágil e dinâmico.
Quanto a mitologia criada é
peculiar, visto que todas elas possuem poderes, sendo praticamente vampiras
bruxas, pois seus poderes são evocados por feitiços também. Criaturas como
lobisomens e unicórnios são citados. O traço característico do vampiro se
alimentar de sangue foi mantido, mas o sol não é problema para elas, assim como
as demais características comuns, elas chegam até a se alimentar com comida
comum embora não precisem.
Midore, Mika, Tomoyo e Midore são
garotas doces e sensíveis, embora sejam vampiras tem um ar inocente, a bondade da natureza delas. O amor
marcou suas vidas, e deixaram marcas permanentes, mas o tempo pode unir essas
mocinhas ao amor novamente (pelo menos eu espero por uma continuação com essas
histórias!). São unidas e corajosas capazes de fazer qualquer coisa uma pelas
outras, são a única família que possuem durante todos esses longos anos.
Os vilões Sebastian e Jack tem
ideias malucas de um mundo melhor, e isso já seria motivo suficiente para ter
raiva deles, mas assim como Tomoyo eu não consegui nutrir antipatia por eles.
Os meninos Nathan, Heisuke e Shiyu que fazem parte do passado das vampiras
também são ótimos personagens, um caçador, um samurai e um monge, todos donos de personalidades fortes e vibrantes.
O fim de cada lembrança é triste,
todas elas tiveram em suas mãos o que mais desejaram e tiveram seus desejos
retirados, eu torci por elas, mas já imaginava que as histórias não dariam
certo pelo spoiler do momento atual delas. O livro termina de forma aberta já
que um novo acontecimento é narrado, e fica no ar se poderemos esperar pelas
aventuras deste grupo, espero honestamente que sim.
Vrykolakas é uma viagem pelo
tempo, espaço e memórias de vampiras que perderam a vida mas nunca a capacidade
de amar, sentir empatia ou sorrir, porque depois de um dia ruim o sol pode
brilhar, ainda mais quando existem companheiras que param o tempo, transformam
o ar e vê tudo com os olhos que tudo vê!
Avaliação
Cadê meu comentário aqui ? :O
ResponderExcluirParabéns pela resenha, Bru! Fico feliz que a leitura tenha te cativado! Miquilis!