Os Pilares da Terra – Ken Follett

Lembro que vi este livro pela primeira vez há alguns anos, quando estava buscando algum livro de ficção histórica para ler, porque tenho grande interesse por este gênero. Então, desde que vi a capa deste volume, que chamou bastante a minha atenção, fiquei com vontade de saber mais sobre a história, principalmente porque só ouço comentários positivos sobre o autor por aí. Claro que fui correndo ler a sinopse e, após ela ter me agradado bastante, ele entrou na minha lista de desejados. Agora eu finalmente tive a oportunidade de lê-lo e venho compartilhar com vocês tudo o que achei a respeito deste livro, que se passa na Inglaterra do século XII e que foi escrito por Ken Follett e traduzido para o português pela editora Rocco.

Vemos que “Os Pilares da Terra” retrata sobre dois assuntos específicos, que são: a construção de uma catedral em Kingsbridge e a crise da sucessão ao trono da Inglaterra, já que o rei Henrique I morreu sem deixar nenhum herdeiro masculino. É neste cenário que encontramos nossa história, cheia de reviravoltas, acontecimentos (alguns até mesmo bárbaros, como o enforcamento de uma pessoa em praça pública, normal para a época), conflitos, lutas sangrentas e várias conspirações.

Achei muito bacana o fato de o autor também narrar várias festas populares da época medieval. Dá para ver que ele fez uma grande pesquisa para nos trazer todas as tradições e a vida destas pessoas, nos transportado para este tempo com uma maestria sem igual. Outra coisa que gostei bastante é que, apesar de termos vários personagens e uma história mais densa, Follett conseguiu entrelaçar tudo de uma maneira bastante coerente, que deixou a trama ainda mais gostosa e, claro, interessante.

O livro é narrado em terceira pessoa, estilo que eu sempre curto muito, já que assim conseguimos acompanhar toda a história de uma maneira mais ampla. Ele contém uma narrativa deliciosa, que é rápida e fluida, com vários elementos acontecendo em todos os momentos, que não deixam a trama ficar parada, nem cansativa. E olha que são quase mil páginas!

Os personagens são ótimos e bem marcantes, cada um com o seu jeito de ser e uma profundidade incrível, nos conquistando em todo momento durante a leitura. Foi mesmo formidável poder acompanhar esta história que é cheia de intriga, traições, política, religião, etc., e que ainda conta com uma descrição deliciosa dos locais. Realmente esta é uma trama inteligente e envolvente, que mescla sensações e sentimentos muito bem, e também tem uma pegada leve e engraçada, assim como cenas mais pesadas e assustadoras.

Por conta das descrições dos locais, e de encontrarmos partes sobre a construção da nova catedral, com uma pegada mais gótica, esta é daquele tipo de obra que também vai encantar as pessoas que gostam de arquitetura antiga, além de trazer boas histórias da época medieval.

A capa é realmente maravilhosa e chama a atenção de longe. O exemplar impresso conta com capa dura, letras douradas no título e no nome da editora, um marcador de fita muito útil no miolo e folhas amarelas. A fonte do texto interno não é muito grande, mas não é incômoda, e os espaçamentos são agradáveis.

Recomendo este livro para todo e qualquer leitor que curta um romance histórico extremamente bem escrito e talentosamente bem narrado e construído, que conta com uma narrativa rápida e empolgante (mesmo sendo mais de novecentas páginas, o livro flui tão bem, que nem sentimos o volume), onde podemos ver o jogo de poder entre pessoas nobres e corruptas em uma trama que nos prende do início ao fim, e que trás personagens incríveis e cativantes. Além disso, é bastante gostoso acompanhar toda a descrição dos locais, e ver como Ken Follett conseguiu nos transportar para esta época tão marcada pelo abuso e pela violência, mas também pelo amor, religiosidade e heroísmo.

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