Nita Morales
contrata o detetive Elvis Cole para encontrar sua filha sequestrada. Ela soube
deste terrível fato através de um telefonema, mas não está convencida de que
isto seja verdade. Pelo contrário, Nita acredita que Krista fugiu com o
namorado porque eles estavam precisando de grana e inventou tudo aquilo.
Só que o
sequestro foi mesmo verdade e Cole e seu amigo, Joe Pike,
descobrem que eles foram pegos por bajadores, que são bandidos que roubam de
outros bandidos e que são chamados de profissionais da fronteira. Eles roubam
armas, drogas e pessoas, compram e vendem suas presas, chantageando a família e
quando veem que o negócio não está dando mais lucro, eliminam as pessoas, mesmo
que já tenham extorquido muito dinheiro dos familiares. Funciona deste jeito:
algumas facções trazem imigrantes ilegais para os EUA para serem escravos em
fábricas clandestinas. Neste interim, os bajadores roubam estes ilegais,
sequestrando-os e mantendo-os em cativeiro.
Quando Elvis
Cole se disfarça, tentando se passar por um comprador e busca negociar com o
chefe dos bajadores, também é sequestrado e lá vê os jovens Krista e Jack, que,
juntos, bolam um plano. Isto tudo ocorre na fronteira da Califórnia com o
México. Enquanto isso, Joe Pike refaz os passos de Cole com a intenção de
encontrar e resgatar seu amigo. Resta saber se será tarde demais para algum
deles.
Nunca havia
lido nada deste autor e gostei muito de ter tido “Sequestrados” como minha
primeira experiência com ele, porque a história não somente acompanha diversas
pessoas e seus pontos de vista, mas também é informativa. Tomei conhecimento de
fatos que até então desconhecia o procedimento, tão rudimentar, e que me
fizeram refletir sobre até que ponto o ser humano chegou para cometer tantas
barbáries. Não vejo muita evolução do ser humano, ou melhor, a evolução é à
longo prazo, pois a maldade ainda tem diversas formas. Quando acho que já não
tem mais o que inventarem, descubro esta de sequestros por bajadores, que já
expliquei anteriormente.
Voltando à
história, achei os personagens excelentes, muito bem construídos, e a trama
toda muita dinâmica. Tem uma mistura de romance e drama, mas estes não são o
foco do livro, o que prevalece mesmo é o sequestro e a forma como é conduzido e
resolvido.
A narrativa
é intercala em primeira pessoa nos capítulos narrados por Elvis Cole, que é o
protagonista da obra, e terceira pessoa nos demais capítulos, onde acompanhamos
os outros personagens principais, Krista, Jack e Joe Pike, e também em capítulos
que seguimos outros personagens que tiveram bastante importância no desenrolar
dos fatos.
Elvis Cole é
um detetive sagaz, do qual eu gostei bastante, suas atitudes e sua força de
vontade de procurar o certo e desvendar na íntegra o que realmente aconteceu
são bem admiráveis. Ele leva muito a sério as coisas que faz e se empenha para
chegar aos resultados esperados, mesmo que tenha que enfrentar ele mesmo
algumas situações bem perigosas.
Joe Pike é
amigo do Elvis Cole e o ajudou muito na investigação, inclusive e
principalmente quando os dois se separaram por um motivo que não posso comentar
muito, pois seria spoiler. Mas com certeza ele foi uma das peças chave para a
resolução do crime.
Krista é uma
jovem latina editora do jornal de alunos, ganhou uma bolsa de estudos da National
Honor Society no colégio e da Phi Beta Kappa na faculdade. Ela é muito
inteligente, vai se formar em dois meses com honras pela Loyola Marymount
University e depois vai trabalhar em Washington D.C., como assessora parlamentar.
No começo do livro, mesmo com toda sua inteligência, ela é muito imprudente e
atrevida, o que acabou gerando seu sequestro, já que eles poderiam ter escapado
se ela tivesse escutado seu namorado e ido embora no momento certo, ao invés de
ficar querendo sanar sua curiosidade com uma situação muito suspeita num local
ainda mais suspeito. Depois ela começou a usar mais o cérebro de maneira
esperta para poder ajudar os demais presos a criar planos para fugir.
Jack Berman
mora em Palm Springs e é um rapaz bacana, que sempre defendeu a namorada para
que nada lhe acontecesse, mesmo que isso fizesse com que ele mesmo sofresse
graves consequências. Eu gostei bastante deste personagem também.
A forma de
escrita de Crais é muito gostosa e fluida, principalmente porque ele utiliza
bastante diálogos e seu texto é fácil, direto e bem explicativo, deu para
perceber que o autor pesquisou com afinco o tema e os detalhes, o que me fez
admirá-lo ainda mais. A forma como ele conduz a trama é tão maravilhosa que
passa a sensação de que realmente estamos lendo fatos reais, como se o narrador
é que estivesse enfrentando aquelas coisas ali de verdade e nos contando. Além
disso, ele sabe prender a nossa atenção tão bem, que a gente lê, lê e lê sem
parar, querendo saber mais logo. Tanto é que nem vi o tempo passar e acabei de
ler no mesmo dia.
A história
deste volume é realmente muito boa e, por diversas vezes, densa, pois foca
muito no sequestro e nas consequências horríveis que eles enfrentaram no seu
dia a dia presos em um cativeiro.
Para dizer a
verdade, li este livro muito rápido, em apenas algumas horas, mesmo tendo mais
de trezentas páginas e meu dia sendo corrido. Isto é praticamente inédito para
mim! Li em um dia de tão bom que ele é, de quão dinâmico o texto do escritor é,
e o quanto ele nos deixa curiosos a cada página virada.
Já que a
capa apresenta o nome do autor bem grande, vou a falar um pouco sobre ele.
Robert Crais é um consagrado escritor de romances policiais e vários deles são
bestsellers do New York Times. Seus títulos já foram publicados em mais de
sessenta países. “Sequestrados” é o décimo terceiro livro da série “Elvis Cole”
e o quarto da “Joe Pike”, publicado originalmente em 2012 lá fora e em 2015
aqui no Brasil.
Ele já
entrou para a minha lista de escritores favoritos rapidinho, mesmo que já
esteja no mercado há muitos anos e este tenha sido apenas o primeiro livro que
li dele. Porém, já quero muito mais. No Brasil, pela Companhia Editora
Nacional, este é o segundo volume publicado e não vejo a hora de conferir o
outro, “Suspeitos”, lançado em território nacional em 2014.
A capa
original foi mantida e adaptada e eu gostei bastante dela porque só de a
olharmos já sabemos que se trata de um romance policial. A diagramação interna
está realmente muito confortável para a leitura, com o tamanho da fonte do
texto grande e um bom espaçamento. As folhas são amarelas, o que também
facilita na hora da leitura.
Recomendo
muito esta obra para todos aqueles que curtem thrillers policiais intensos que
nos fazem grudar nas páginas para saber como será o desfecho, torcendo para que
algo de positivo aconteça e temendo que dê tudo errado. Agora entendo a fama de
Robert Crais, pois também já virei admiradora de seu trabalho e não vejo a hora
de ler outros de seus livros.
Avaliação
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