Rich e Mad - William Nicholson

Maddy Fisher tem dezesseis anos e decidiu que está na sua vez de se apaixonar. Até o momento ela teve apenas relações bem superficiais com garotos, afinal, beijou alguns nas festas da vida, mas não porque realmente queria ficar com nenhum deles. Mas agora ela procura uma relação de verdade, com companheirismo, amor, e, claro, muitos beijos e também a primeira vez.
Rich Ross é um garoto diferente, ele mesmo se vê como esquisito, principalmente porque não se encaixa no que a maioria dos outros meninos da sua idade é. Ele gosta de poesia, refletir sobre questões da vida, escrever em seus cadernos, e nunca nem beijou uma garota. Mas gosta de uma menina que está totalmente fora de sua realidade, afinal ela nem mesmo o nota direito, já que, como ele mesmo acha, não é digno dela.
Mas o amor não acontece só porque a gente deseja e até mesmo alguém que nunca paramos para pensar com esta afinidade pode tocar nosso coração e fazer com que a gente sinta algo muito, muito especial.  E é aí que a vida destes dois jovens vai se encontrar e eles vão perceber que se entendem muito bem e se sentem melhores quando estão na companhia um do outro. Eles simplesmente estavam buscando o que mais desejavam no lugar errado, mas, quando se olham de verdade, percebem que o que está dentro de nós importa muito mais, basta saber onde procurar.
Quando o querido Ale, que cuida da parceria da Galera Record, nos enviou o arquivo com os próximos lançamentos da editora para solicitarmos os desejados do mês, logo me encantei pela capa de “Rich e Mad” porque, vamos combinar, ela é verdadeiramente fofa. Li a sinopse e achei bem interessante, principalmente porque adoro romances, seja ele voltado para um público de qualquer idade.
Então logo escolhi o título para ler, mas confesso que estava esperando um pouco mais da leitura. Não porque seja de todo ruim, mas ela não me agradou da forma que eu acreditei que iria e minhas expectativas acabaram não sendo atingidas.
Narrado em terceira pessoa, a trama acompanha Maddy e Rich. Conhecemos ambos os personagens separadamente, depois como eles começam a se relacionar, a química entre os dois, a amizade, os sentimentos, e, enfim, o romance. O relacionamento amoroso do casal é bonitinho e fofo, eles estão descobrindo juntos muitas das coisas do primeiro amor, tanto na questão sentimental quanto na carnal. É um amor puro, com traços de inocência e sensibilidade.
A história é bem reflexiva e cheia de pontos importantes, e a narrativa de Nicholson é recheada de diálogos, o que faz com que a trama ganhe leveza e bastante agilidade. Além disso, o autor conseguiu ser bem realista com as questões que trabalhou no enredo, misturando drama, romance e amizade de uma forma agradável, bem sincera e dinâmica.
“Não sei quem sou. Não sou quem pensava. Sou mais. Sou complexa de formas que nunca pensei antes. Não somente feliz ou triste, mas os dois e todas as tonalidades entre ambos, o tempo todo. [...] Posso pensar em centenas de coisas diferentes de uma vez. Sou uma criatura insignificante e o centro do universo. Minha existência não tem significado e minha existência é seu próprio significado. Eu sou, logo sou.”
O autor trabalha bastante a realidade dos jovens, com seus questionamentos, dúvidas e anseios em relação a amor e sexo, sobre a primeira vez, namoro, amizade, família, além de outros assuntos e preocupações bastante relevantes para os jovens, e também questões mais sérias que nem todo mundo enfrenta, mas existe e assombra muitas pessoas. Com certeza dá para o leitor se identificar com alguma situação vivenciada no livro ou até mesmo os pensamentos de pelo menos um dos personagens.
É um romance leve e envolvente e William conseguiu trabalhar questões mais intensas e fortes de uma forma que não fique pesado ou incômodo e ainda informa os jovens de maneira prática, levando o leitor a pensar e refletir sobre diversos assuntos.
Por exemplo, o fato de muitos homens tratarem mal as mulheres, inclusive batendo nelas durante o sexo, com a justificativa de que esta é a forma de demonstrar amor. Nossa, fiquei muito, muito, muito revoltada com esta situação. O pior é que coisas assim existem de verdade e muitos homens tratam mal as mulheres porque se acham superiores a elas, e elas, por sua vez, se deixam ser maltratadas como se fossem submissas a eles por medo de perdê-los ou sei lá o motivo real. Gente, eu juro que fico muito chateada quando leio coisas assim e mais ainda quando conheço pessoas assim. Cada ser humano não precisa de ninguém mais para ser feliz, então se alguém te machuca física ou psicologicamente, isto não pode ser saudável e você tem que ser forte para não se deixar levar por uma situação tão terrível assim. E deve procurar ajuda, alguém com certeza poderá te estender a mão nestes momentos.
Ele também faz uma crítica à figura generalizada do homem, que ainda representa a maioria, mesmo no mundo atual, e cita a forma como alguns homens tratam o amor, ou a falta dele, e como utilizam o sexo no lugar dos sentimentos.
Um ponto que achei interessante é que ele mostra que as pessoas podem, sim, ser diferentes sem que isso as torne ruins e que elas não deveriam ser excluídas por isso. Todos nós somos especiais da maneira que somos e, se alguém não entende isso, não é digno de nossa companhia, pois outras pessoas vão se identificar e gostar da gente, mesmo que não sejamos iguais a todo mundo.
Mas, apesar dos pontos importantes e do romance até que fofo, a história não me cativou completamente e, em muitos momentos eu acabei achando a narrativa chata, lenta e eu ficava me arrastando nas páginas sem vontade de continuar lendo. E, confesso, fiquei aliviada quando cheguei ao final. Mas, repito, isso não aconteceu porque o livro é de todo ruim, só não me conquistou muito, talvez pelo fato de que este não era o meu momento para lê-lo, ou talvez porque a forma de escrita de Nicholson não seja a minha preferida.
Como comentei no início da resenha, a capa foi a primeira coisa que me chamou a atenção para ficar com vontade de ler este livro, então a acho uma gracinha, além de combinar totalmente com a trama. A original também era bem bonita, mas curti mais esta edição que a Galera Record produziu para os leitores nacionais.
Não conhecia o autor, que na verdade nunca antes tinha escrito para jovens adultos, mas trabalhou durante anos como produtor de TV fazendo documentários, e escreveu roteiros para séries consagradas, peças de teatros e filmes, entre eles o ganhador do Oscar, Gladiador.
Se você procura romances juvenis com a temática do descobrimento do primeiro amor, do primeiro beijo, da primeira vez, sem ser daquele tipo bobinho, mas que levanta questões bastante importantes que rodeiam a cabeça dos adolescentes que estão numa fase de transição na vida, então talvez se interessem por “Rich e Mad”.
Avaliação



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Um comentário:

  1. Nossa, não conhecia o livro mais arece ser muuuuito fofo, amei essa capa e o enredo, aind amais por lembrar A Culpa é das estrelas e Como dizer adeus em robo, amo esse dois livros

    Beijos

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