Aprisionada – Lauren Destefano


Imagine um mundo evoluído cientificamente, no qual o grande mal do século XX, o câncer, deixou de ser uma ameaça há muito tempo. Graças aos avanços genéticos, uma “primeira geração” de humanos fortes e saudáveis surgiu. As consequências dessas alterações genéticas foram graves para os filhos da primeira geração. Os descendentes, ao contrário de seus pais, não passam da casa dos vinte. Mulheres morrem aos vinte anos. Homens, aos vinte e cinco.
Um vírus é apontado como o causador das mortes precoces. Alguns buscam incansavelmente o antídoto, outros acreditam que o mundo não tem mais salvação. Este é o plano de fundo de “Aprisionada”.
O medo de que a sociedade seja extinta dá espaço para os chamados “Coletores”, pessoas que capturam jovens e as vendem para famílias mais ricas, para que estas procriem e garantam a continuação da espécie.  Rhine Ellery é mais uma vítima dos Coletores e, assim como outras duas garotas, é vendida para o Senhorio Vaughn, cujo interesse é fazer dela uma das novas esposas de seu filho Linden. Enquanto ela é privada de sua verdadeira liberdade, as que não foram escolhidas tem um fim pior. Em um mundo sem esperanças, pessoas sem “serventia” são facilmente descartadas.
“[...] o amor não é suficiente para manter nenhum de nós vivo.”
Esse foi um dos pontos que me fez refletir sobre a história. Por mais cruel que pareça, o mais preocupante é a percepção de que existem pessoas que agem da mesma forma fora da ficção. O universo distópico foi bem construído pela autora e impressiona por ser possível. Não há nada ali que não possa ser imaginado como o futuro da humanidade.
A questão da morte é um dos pontos que mais me interessou na história, afinal, saber com quantos anos você provavelmente vai morrer, ou melhor, de qual idade você não passará é algo difícil de imaginar. Esse é o grande diferencial de “Aprisionada”, pois essa informação altera muitos aspectos da sociedade.
“Não sei muita coisa sobre casamentos tradicionais; nunca fui a um [...]. Com a raça humana morrendo tão jovem, quase ninguém se casa mais.”
Rhine e as outras jovens, Cecely e Jenna, reagem de formas diferentes em meio a essa situação. A relação entre as três, que se tornam “esposas irmãs”, é um ponto interessante da trama. A poligamia é um tema completamente estranho para mim, por isso me vi indignada com algumas situações que são consideradas normais na sociedade apresentada no livro.
“Não pergunte o que o mundo tem que este lugar não tenha, porque a resposta é algo que eu só posso mostrar para você.”
Gostei de alguns personagens, mas nenhum deles me conquistou. Rhine não é uma protagonista ruim. Ela não se deslumbra, tenta sempre se lembrar do que foi tirado dela e não desiste da ideia de recuperar sua liberdade e reencontrar seu irmão. Em meio a toda essa turbulência, há o envolvimento amoroso com um dos criados da casa, Gabriel.
“É o pensamento no meu irmão, sozinho naquela casa vazia, que me força a parar de sentir pena de mim mesma.”
No outro lado está Linden, que apesar de gentil não ganhou minha simpatia. Algumas características dele me incomodaram, mas o casamento polígamo por si só foi um fator importante para que o personagem não me agradasse. Percebi claramente com esse livro como a cultura em que fomos criados interfere no nosso julgamento sobre determinadas situações.
“Ele está respirando na minha nuca, dando beijinhos ali. – Por favor, não fuja de mim.”
O livro é narrado em primeira pessoa pela Rhine. Apesar de um pouco parada, a história flui com facilidade e a narrativa é boa.
A diagramação do livro é muito bonita, contando com uma pequena ilustração que se repete em todos os inícios de capítulo. Na parte gráfica, o trabalho da Editora Underworld está ótimo. A capa original, que acho muito bonita, foi mantida e conta com pequenas partes envernizadas tanto na capa quanto nas orelhas. Por outro lado, existem alguns erros de revisão.

“Aprisionada” é o primeiro volume da trilogia do Jardim Químico. A história tem qualidade e potencial para ser ainda melhor. O romance me decepcionou um pouco, mas estou curiosa para saber mais sobre essa sociedade. Pretendo ler os dois livros restantes, mas até o momento não há previsão para o lançamento do segundo volume no Brasil.
Avaliação


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13 comentários:

  1. Eu adorei a capa deste livro. É a primeira resenha que leio sobre ele e confesso que gostei muito. Adoro Distopias. Tenho o marcador deste livro e é igualmente lindo. Afinal todos os livros da Editora Underworld são maravilhosos. A única coisa que me deixa desapontada é que eles começão a série mas não terminam, estou esperando até hoje a continuação de Vampiros de Morganville e nada... triste isso.

    Adorei sua resenha!!!! bjo^^

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    1. A capa é muito linda mesmo. Essa demora da editora para lançar os próximos livros das séries também me deixa muito desapontada, principalmente com relação a série Os Encantados de Ferro, que eu adoro.
      Obrigada pelas palavras. =D Bjs

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  2. Eu estou maluca pra ler esse livro! Adicionei ele no Skoob faz um tempo porque a sinopse me chamou muito a atenção. Tá, eu confesso, a capa também rs. Realmente fizeram um trabalho incrível nessa capa.
    É uma pena que você não tenha gostado tanto mas de qualquer forma gostaria de ler.

    http://desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br

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    1. Maressa,
      Eu não adorei o livro, mas achei muito bom. A capa e a sinopse chamam mesmo a atenção. Leia quando puder, espero que você goste dele! =)
      Bjs

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  3. Gente eu acho essa capa LINDAA!!!!
    é um livro muito bem feito....
    Mas confesso que ainda tenho duvidas se quero ou nao ler ele, ainda mais depois d vc ter dito q o romance decepcionou.. e eu AMO romances!!!

    Queria muito ver esse livro na mão, nunca vi em nenhuma livraria... :(

    Voce deu uma nota baixa, nao me animou muito...

    bjinhooos

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    1. Pam,
      Eu me decepcionei com o romance por que também AMO romances, então sempre espero um pouco mais deles. Mas o livro como um todo é muito bom. As três casinhas representam que eu achei o livro muito bom, mas não excelente.
      Se você tiver a oportunidade, leia! Vale a pena. :)
      Bjs e obrigada pelo comentário.

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  4. gostei bastante bem intrigante a historia, sempre chama minha atenção , gostei muito da capa e das cuas colocaçoes !! parabens

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  5. A capa é linda demais!!!Achei o contexto da historia interessante mas confesso que desanimei um pouquinho com algumas observações que vc fez..3 casinhas é preocupante rsrs!!Mas mesmo assim tenho curiosidade em, lê-lo!!Bjus

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    1. Oi, Suzi!
      Pela legenda do House, três casinhas representam que o livro é Muito Bom, por isso não é tão preocupante assim. rsrs
      Como eu disse na resenha, algumas coisas me decepcionaram, mas vale a pena ler! :) Bjs e obrigada pelo comentário.

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  6. Adorei a resenha... Ainda não li este livro porque eu achei que não se tratava de uma historia assim...Achei a capa linda...

    tenho que parar de julgar o livro pela capa e ler a sinopse... o problema desse livros que vem em trilogias, séries é que demoram anos pra chegar a continuação até aqui... principalmente se for uma editora não tão conhecida como a Underworld.

    vamos esperar ...

    bjus

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  7. a capa esta pefeita, meu retro , amei demais, a resenha ficou fantastica .. me deixou mega curiosa !

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  8. Que livro lindo! Estou super curiosa para lê-lo, mesmo você se decepcionando um pouco ainda tenho esperanças de gostar do livro.

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