Quando li “A
Casa das Lembranças Perdidas” (clique no título para conferir a resenha), de
Kate Morton, me apaixonei pela sua forma de escrita e por como ela conduz a
história de uma maneira que consegue nos prender do início ao fim. Sendo assim,
prometi a mim mesma que iria ler suas outras obras e, assim que me foi possível,
comecei a leitura de “As Horas Distantes”. Agora, venho compartilhar com vocês
tudo que achei deste volume incrível.
A história
começa quando Meredith recebe uma carta que ficou perdida durante cinquenta
anos, e que somente agora chegou ao seu destinatário. Essa carta provoca várias
emoções nela, fazendo com que sua filha Edie fique curiosa sobre o passado da
mãe, e com isso procura saber mais sobre ele, já que a mesma parece guardar um
grande segredo. É assim que as descobertas a levam até ao Castelo de
Midelhurst, para onde sua mãe foi acolhida quando criança durante o início da
segunda guerra.
E é dessa
forma que ela descobre mais sobre Meredith, que viveu com as irmãs Blythe; as
gêmeas Percy e Saffy, e Juniper a mais nova das três. Filhas de Raymond Blythe,
o autor da famosa história fictícia “A verdadeira história do homem de lama”,
elas vivem no castelo de Milderhurst, onde suas paredes ocultam diversos
segredos. Quando morava no castelo, Meredith criou uma grande amizade com as
irmãs, principalmente com a Juniper, e dividiu junto com a família o seu amor
pelos livros, leitura e escrita.
Quando a
segunda guerra terminou e ela teve de retornar para a sua casa, ninguém
conseguia entender esse seu amor pelos livros, a afastando assim tanto do
castelo quanto das palavras, e de todos os mistérios que rondavam aquele local.
Aos poucos, vemos que nossa protagonista descobre que a sua mãe escondia dela
um grande mistério que aconteceu em uma noite de tempestade em 1941, onde nunca
mais as irmãs foram as mesmas e tudo se alterou.
O livro é
dividido em cinco partes, e em algumas delas todos os personagens principais
narram seu ponto de vista em terceira pessoa, o que foi muito legal, já que desse
jeito conseguimos ter uma visão bem ampla de toda a trama, fazendo com que a
gente conheça um pouco mais de tudo. Também temos o ponto de vista de Edie, que
narra alguns momentos em primeira pessoa. E, como no outro livro que li de Kate
Morton, neste volume também somos levados para o passado e de volta para o
presente, sempre alternando os tempos, e nos apresentando, assim, pequenos
detalhes e pistas que vão construindo a história de uma maneira deliciosa.
A autora
gosta de escrever detalhadamente cenas e sentimentos dos personagens, isso faz
com que a leitura seja um pouco menos fluida, o que pode incomodar algumas
pessoas, mas no meu caso eu até gosto, pois assim consigo entender melhor a
atmosfera que a autora gostaria de passar, porém confesso que em alguns
momentos achei um pouco repetitivo e cansativo.
Os personagens
foram muito bem construídos, e cada um tem a sua profundidade, que deixa a trama
ainda mais rica. Gostei bastante de todo o mistério que entrelaça esse enredo juntamente
com romance, suspense e drama, tudo na medida certa. O final foi incrível, Kate
nos mostrou pequenas partes do mesmo evento por diferentes visões, fazendo com
que você não consiga parar de ler, até finalmente concluir a história. Vemos
que a autora conseguiu amarrar tudo, sem deixar nenhuma ponta solta.
A capa se
assemelha a três dos outros títulos da autora publicados pela Editora Rocco, e
eu até gosto dela, mas penso que outra escolha de tipografia para o título
chamaria mais atenção e casaria melhor com a fotografia. Cada parte do livro se
inicia com uma página em branco com uma ilustração de uma silhueta de ramo de
flor em cinza, bem bonito. As folhas são brancas e a diagramação do texto conta
com uma fonte não muito grande.
“A Hora
Distante” é uma história cheia de suspense, romance e intrigas, com um clima
sombrio, personagens cativantes e uma leitura que faz você criar várias hipóteses
para os mistérios, e que no final consegue amarrar todos os acontecimentos, sem
deixar nenhuma ponta solta. Gostei bastante deste volume, que conseguiu me
prender na medida certa e me deixar com um gostinho de quero mais.
Avaliação
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