Marguerite
Caine sempre viveu rodeada de pessoas muito inteligentes, que sempre discutiam
teorias científicas revolucionárias, afinal seus pais são físicos renomados,
que possuem programas voltados para estudos de sua área, e nossa protagonista,
apesar de não fazer parte deste meio, nem entender muito do que eles falam,
sempre esteve por perto.
Uma das
teorias de sua mãe finalmente se torna realidade e o Firebird é criado, mas ele
não é um dispositivo qualquer, e, sim, faz com que seu portador tenha a
capacidade de viajar através de dimensões paralelas, usando versões de si
mesmas nos outros mundos. É uma revolução para o universo, que pode ser
utilizada para muito mais do que eles gostariam que ela fosse, e, nas mãos
erradas, pode acontecer o pior.
E algo muito
ruim realmente acontece: o pai de Marguerite é assassinado e todas as
evidências apontam para a mesma pessoa, Paul, um enigmático e inteligentíssimo
estudante, que acaba fugindo com o Firebird para outra dimensão, onde ele não
poderá ser encontrado, o que seria o crime perfeito.
Só que as
coisas não vão ser assim tão fáceis. Theo, outro dos estudantes de seus pais,
consegue finalizar dois protótipos anteriores do Firebird, permitindo que ele e
Marguerite pulem de universo em universo atrás de Paul. Mesmo contra a vontade
do rapaz, nossa protagonista decide ir, afinal deseja vingar a morte do pai
matando o responsável.
Através
destes múltiplos universos paralelos, os dois jovens encontram novas realidades
e versões diferentes de suas vidas e também de Paul, fazendo com que ela comece
a questionar se tudo o que descobriu é realmente verdade ou se existe muito
mais por trás 1das aparências. Mas, talvez, antes que ela perceba, já pode ser
tarde demais.
A primeira
coisa que realmente me chamou a atenção para esta leitura foi a capa, porque
vamos combinar, ela é tão linda que eu não poderia resistir nem que eu
quisesse. Depois, quando li a sinopse, eu já fiquei desejando tê-lo em mãos o
quanto antes, afinal, fala de viagens por dimensões paralelas, um assunto que
me interessa bastante e me empolga muito. Então, assim que consegui, comecei
essa leitura e posso dizer que adorei!
Gostei da
mitologia criada pela autora, que soube explicar tudo sobre viagens por dimensões
paralelas muito bem, de uma forma gostosa e leve, dando-nos as explicações
necessárias para entendermos a trama de modo geral, mas sem pesar nos detalhes
científicos, afinal este é um livro de entretenimento voltado para o público
jovem, se fosse diferente soaria meio chato para grande parte do público a que
se destina.
E ela soube “sair
pela tangente” destas explicações de forma convincente, afinal, quem narra a
história é a protagonista, Marguerite, em primeira pessoa, e ela não é
cientista nem nada semelhante, mas, sim, uma artista. E, inclusive, sempre
comenta que não sabe muito sobre estes detalhes de maneira mais aprofundada,
visto que não é a sua área e é tudo muito difícil para ela compreender. Então
ela nos conta o que lhe foi explicado e que ela entendeu, nos deixando a par
dos acontecimentos e sem ficar ruim por não ter sido mais explorado.
Ao mesmo
tempo em que acompanhamos a jornada de Marguerite no presente, há diversos
trechos que ela relembra acontecimentos importantes, nos fazendo entender mais
o que está acontecendo em sua vida naquele momento e nos apresentando melhor os
demais personagens que não estão acompanhando-a naquelas viagens, e também os
que estão, e suas relações com a protagonista.
Os
personagens me conquistaram! Marguerite é uma garota fantástica, que não se
deixa abalar pelas coisas quando precisa seguir em frente, tem força de
vontade, coragem e um coração bom. Só que algumas de suas atitudes me
incomodaram bastante em um dado momento, infelizmente. Paul é completamente
encantador e conquistou meu coração, não posso comentar muito sobre ele, mas
vocês precisam conhecê-lo. Theo não é alguém que eu tenha adorado, mas não sei
se posso dizer que o conheci realmente para afirmar algo do tipo, então preciso
das continuações para saber o que vai ser do meu sentimento por ele. Também
curti muito a família da protagonista, apesar de eles terem muito menos
participações, e alguns outros personagens que foram surgindo pelo caminho.
Neste
primeiro volume, viajamos junto com Marguerite por alguns universos, e achei
bacana porque cada um deles foi bem diferente do anterior, tem aquele bem
avançado, outro mais retrógrado, um muito diferente e um bastante semelhante ao
nosso.
Gostei do
ritmo da leitura, já que nada fica parado, e a protagonista está sempre em
movimento, viajando por dimensões, correndo atrás do assassino e de respostas,
também há fuga, etc. Curti as cenas de ação e tensão, que foram bem escritas e
trabalhadas, nos deixando aflitos. E dos momentos românticos, que deram uma
aliviada nos outros, repletos de adrenalina, além de serem fofos.
Mas preciso
alertá-los de que o romance tem bastante destaque nesta trama. Algumas pessoas
podem acabar se incomodando com isso, principalmente por conta de tantas
divagações da protagonista sobre os mocinhos que formam um quase triângulo
amoroso. Até que ela meio que decide por uma das partes (confesso que a minha
preferida e também quem eu já imaginava que ela iria ficar), o que é ótimo,
porque não aguento mais triângulos.
A autora
soube ligar as pontas soltas muito bem, algumas com mais importância e outras
com menos, fechando-as no momento certo, e ainda deixando algumas abertas para
as continuações, e formando uma teia bem amarrada de acontecimentos e detalhes.
Confesso que
algumas particularidades do enredo eu já havia desvendado antes mesmo de ter
começado a minha leitura, talvez por terem sido meio óbvios, ou por eu ter lido
diversas obras com algo semelhante, então quando estas revelações foram feitas
acabei não sendo surpreendida. Porém, ainda assim a autora conseguiu encaixar
outras surpresas no enredo, que me pegaram totalmente desprevenida, o que me
fez gostar ainda mais da leitura.
Apesar de
ser sobre viagens através de multiversos, a trama é mais do que isso, nos
fazendo questionar e refletir sobre diversos temas, incluindo sobre a
individualidade do ser humano e o que o faz ser único, afinal, mesmo com o DNA
igual, a personalidade pode ser diferente e até mesmo oposta? E o destino,
existe, ou tudo o que vivemos não passa de coincidências?
Lá fora a
trilogia já teve todas as capas divulgadas, porém somente os dois primeiros
volumes foram publicados, o terceiro, “A Million Worlds with You”, tem previsão
de lançamento para novembro deste ano ainda. Aqui no Brasil somente o primeiro
foi publicado, mas a ótima notícia é que a previsão para a continuação, "Ten
Thousand Skies Above You" (ainda sem título nacional), é julho. Então já
dá para fazermos contagem regressiva.
A editora
Agir Now fez uma votação para a escolha do título e fico realmente muito feliz
por a tradução literal ter ganhado, afinal ela faz todo o sentido com a trama,
sem ficar tão evidente, principalmente porque títulos muito diretos geralmente
não são os que mais me agradam.
Sobre a
parte gráfica, a primeira coisa que eu preciso dizer é: pare e olhe essa capa,
tem como não achá-la simplesmente fantástica? Achei-a linda desde o primeiro
momento em que coloquei meus olhos nela e não canso de admirá-la toda hora. As
continuações também são incríveis (vou colocar uma foto com todas no final do
post), mas esta ganhou neste quesito. Todo início de capítulo tem uma das duas
imagens da capa, o que eu adorei, a fonte do texto, assim como seus
espaçamentos, estão bem confortáveis para uma leitura fácil, além de contar com
folhas amarelas.
A história
escrita por Claudia Gray possui elementos que agradam diversos tipos de
leitores: pitadas de ação, aventura, romance e ficção científica. Repleto de
reviravoltas, momentos de tensão, alguns muito tristes, outros de felicidade,
esperança, e ainda aqueles de revoltas e conformação, entre muitos outros
detalhes que permeiam as páginas, com personagens carismáticos e uma trama
envolvente, “Mil Pedaços de Você” definitivamente vale a pena ser lido!
Avaliação
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