Tiny Cooper
nasceu para brilhar, sabe disso e quer que o mundo todo também saiba. E é por
isso que ele decidiu escrever um musical contando sobre nada menos do que sua
vida, desde que nasceu até o presente momento. O grande garoto, então, nos
presenteia com músicas, humor e drama, sobre todos os pontos importantes que
viveu, seja em relação à homossexualidade, seus relacionamentos amorosos,
familiares e de amizade, e muito mais, tudo com muita honestidade.
“Não dá para
controlar o jogo da arquibancada, então amar este esporte quer dizer ter de se
entregar ao imprevisível, ao desconhecido. Seu coração sofre a cada perda, mas
nunca se quebra. Você canta com alegria invencível a cada vitória, mas
permanece vulnerável quando chega o jogo seguinte. Meus pais me ensinaram tudo
isso, às vezes me contando, mas quase sempre por meio de exemplos.”
Este volume
é um tipo de continuação para “Will & Will”, mas não propriamente dita e
vou explicar o porquê. Neste livro, conhecemos os dois personagens que dão nome
ao título, pessoas totalmente diferentes, que se conhecem por um acaso e suas
vidas mudam por causa deste encontro. E também conhecemos o grande e gay Tiny
Cooper, o melhor amigo de um deles, que é muito divertido e teve o maior
destaque na trama, bem próximo dos dois protagonistas, e, inclusive, roubou a
cena diversas vezes. Tiny é bem escandaloso e se apaixona muito fácil. Por
estas e outras, decide escrever um musical, que é apresentado de forma
superficial, apesar da grande importância.
E é este
musical, em todo o seu glamour e sinceridade, que vamos conhecer aqui nesta
nova obra. Então se você quiser lê-la sem ter lido a outra, vai poder e vai
entender, afinal é uma história de um garoto homossexual abrindo seu coração e
sua vida a seus expectadores, e poderia ser qualquer um. E essa é sua história
independente do outro livro. Apesar de a experiência ser ainda melhor para
aqueles que já leram o “antecessor”, visto que já conhecia o personagem e já
dava para ter criado um carinho por ele.
“A
ideia de que dois é o ideal e de que um só é bom como sendo a metade de dois.
Você não é uma metade e nunca deve tratar ninguém como metade.”
Esta peça
teatral tem um grande nível de intensidade. O próprio Tiny Cooper já é muito muito. Seus sentimentos são bem
aflorados, seus dramas ainda maiores, suas emoções, fortes, o ato de se
apaixonar, e depois essa paixão amornar até se apagar são frequentes e
igualmente rápidos. Ele é energético, animado, impetuoso, alegre, vivo. Mas também tem seus momentos de
tristeza, de profundidade. Tudo com ele é muito grande, alto, intenso.
A história
de sua vida é inspiradora e envolvente, contém pensamentos bacanas e
ensinamentos marcantes, tudo isso apresentado de forma bem humorada pelo
carismático protagonista, que nos conta as partes boas, mas também as ruins, as
alegrias e as tristezas, dúvidas, anseios, esperanças e certezas. Nos mostra
como foi cair e se levantar, inúmeras vezes, e como é, para ele, aprender e
aproveitar os momentos em cada uma destas quedas, mesmo quando ainda está no
chão.
“Só
quero que você fique feliz. Comigo, com outra pessoa ou com ninguém. Só quero
que você fique feliz. Quero que fique de bem com a vida. Com a vida como ela é.
E eu também.”
Como em suas
outras obras, Levithan tem uma característica reflexiva forte em sua escrita,
ele nos faz pensar sobre diversos pontos da vida, não somente da nossa, mas
também de pessoas próximas e da sociedade de modo geral. Mas tudo isso é
apresentado de forma sutil, interessante, gostosa, que mexe com a gente sem ser
cansativa ao mesmo tempo em que é fluida.
Apesar de
gostar da forma de narrar do autor, ter curtido conhecer o personagem Tiny
quando li “Will & Will” (clique para ler a resenha), e ter ficado contente
quando soube que este exemplar protagonizado por ele seria lançado, não posso
dizer que amei a leitura, porque roteiros de peças não são a minha forma
preferida de ler uma obra, mas provavelmente teria gostado bem mais de assistir
o espetáculo de verdade.
“É
sempre mais fácil culpar os outros por nos impedir de fazer alguma coisa. Mas
às vezes a única pessoa que nos impede... bem... somos nós mesmos.”
Meu problema
maior com esse tipo de leitura é que não sou o que se pode chamar de uma pessoa
muito musical, então não consigo criar ritmos ou melodias e, quando estou
lendo, todas as canções soam exatamente as mesmas, só com palavras diferentes.
E com certeza é muito mais legal você ouvir coisas diferentes, e sentir com o
som e a melodia além das letras.
David
Levithan possui diversos livros em seu currículo, sendo que oito deles já foram
traduzidos para português aqui no Brasil, todos pela Galera Record, alguns em
parceria com outros autores, além de uma antologia de contos que ele fez parte.
Destes, os quais tenho todos na estante, já li três, que foram resenhados aqui
no blog por mim, e ainda há resenhas de outros títulos das demais meninas. Para
conferi-las, clique AQUI, ou vá à área de Resenhas.
“Mas existe
uma palavra, essa palavra que Phil Wrayson me ensinou uma vez: weltschmerz. É a depressão que você
sente quando o mundo como ele é não se alinha com o mundo como você acha que
devia ser. Eu vivo em um grande e maldito oceano de weltschmerz, sabe? E o mesmo acontece com você. E com todo mundo.”
Com certeza
tudo vivenciado por Tiny serve de lição para muitas pessoas, principalmente
para os jovens, mas não se restringindo a eles. São coisas que grande parte da
população passou ou ainda pode passar. São lições para a vida, pensamentos e
reflexões que com certeza vão ajudar muita gente. E ainda emocionar e deixar
com uma sensação gostosa muitos outros. Eu gostei bastante da leitura e a
indico para todos, principalmente os que curtem roteiros de musicais.
Avaliação
Ah agora que eu quero ler esse livro mesmo!!! Eu tinha visto esse livro mais não sabia do que se tratava, só pensei que queria ler pq eu gostei dos livros do autor que eu li, e como eu li e adorei o will & will, então acho que eu tenho que ler mesmo! ( ate pq quando eu estava lendo eu bem que pensei que seria legal conhecer mais sobre o tiny/o musical -eu amo musicais hahahah) ABS.
ResponderExcluirEstou doida pra ler esse livro, curto muito a escrita do David Levithan, parece ser bem emocionante e cada resenha que leio dele me deixa ainda mais curiosa em conferi essa história.
ResponderExcluir